FASP começa no ritmo do carnaval contagiando a América do Sul

O calendário apontava que era noite de 20 de agosto, porém parecia mesmo que Corumbá havia voltado no tempo, mais especificamente em fevereiro quando os tamborins e a marcação dos ritmistas dão o tom que se ouve por toda a cidade em dezenas de agremiações carnavalescas.

 

Numa mesma noite, as dez escolas de samba da cidade se misturaram a blocos como o Flor de Abacate e o Sandálias de Frei Mariano, além do Carnaval Cultural com a Ala das Pastorinhas e dos Palhaços, mostrando um mosaico daquilo que entregou a Corumbá o título de melhor carnaval do centro-oeste do Brasil.

 

A folia fora de época reuniu muitos foliões e também um grande público que sentiu a energia pulsante da maior festa popular e cultural da região abrir a 12ª edição do Festival América do Sul Pantanal. O calçamento histórico (paralelepípedos) da rua Frei Mariano conduziu até a avenida General Rondon a grande escola “União da América do Sul”, assim batizada pela vice-prefeita e diretora-presidente da Fundação de Cuotura de Corumbá, Márcia Rolon.

 

“É lindo de se ver a união dos artistas, das pessoas que fazem, dos agentes culturais do município ter esse predisposição de mostrar o que é a nossa cultura que estão no sangue do corumbaense. Corumbá é rua cultural quem faz esse festival é essencialmente o corumbaense que vai assistir aos espetáculos, são pessoas que já nasceram com a cultura na veia por isso é bom fazer evento aqui porque as pessoas vão porque gostam da arte. Por isso podemos dizer cada vez mais que Corumbá é sim o centro cultural da América do Sul”, avaliou a gestora municipal.

 

Nada faltou nessa agremiação especial: comissão de frente, baianas, passistas, alas coreografadas, casais de mestre-sala e porta-bandeira e, claro, a bateria que ainda arrastou muitas pessoas atrás de sua passagem.

 

Como destaque numa rica fantasia dourada, a professora Celenir Magalhães é uma figura constante da folia corumbaense. Para ela, o carnaval evidencia muito mais do que a alegria do povo de Corumbá e por isso não poderia ter manifestação melhor para abrir um importante festival como o América do Sul Pantanal.

 

“Eu acredito, antes de tudo, no carnaval como uma festa cultural que, além de falar da alegria, pode mostrar o talento e a cultura do povo corumbaense, esse feitio das fantasias, os nossos carnavalescos e que vivem nesse mundo do carnaval pela cidade e por nós foliões corumbaenses”, disse.

 

Com um samba-enredo produzido especialmente para esse desfile, as belezas naturais e culturais foram destacadas. “Muy hermosas” mulheres, como dizia a letra, trouxeram o gingado à frente da bateria que foi composta por ritmistas de várias escolas.

 

Ao longo desses 12 anos, o Festival se enraizou em Corumbá, de acordo com o prefeito municipal de Corumbá, Paulo Duarte, que afirmou que, se antes havia discursos que pretendiam retirar o evento da cidade pantaneira, isso hoje é algo descabido.

 

“Isso nunca vai acontecer. O Festival é do povo e não depende do Governo, está no terceiro governador e muita vez mais forte. Iniciar com aquilo que é nossa vocação, que é nossa raiz, o carnaval, apontou claramente que o povo gostou dessa forma do Festival, que está mais próximo dele”, afirmou.

 

Depois do desfile, o palco montado na praça Generoso Ponce recebeu autoridades do Município e do Estado para a cerimônia de abertura do 12º FASP que foi encerrada com o céu da noite pantaneira colorido por uma queima de fotos. A programação seguiu com a apresentação do Grupo Acaba e de Tambores de Tocantins.

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