De caiaque, argentinos cruzam o Pantanal com destino à Bolívia

Os argentinos Manuel Rois, 31 anos, Manuel Settimini, 26, e Franco Cacciola, 24, chegaram no final da tarde dessa quarta-feira, 16 de setembro, no Porto Geral de Corumbá após uma longa viagem que já dura mais de 130 dias. O trio saiu de Rosário, na Argentina, em maio deste ano com destino à América Central.

 

O meio de transporte escolhido por eles é um dos mais populares na região de onde saíram: o caiaque. “Rosário é a capital mundial do caiaque”, garantiu Rios, que é instrutor do esporte na cidade argentina, terra natal de Lionel Messi. Sem nenhum patrocínio, eles seguem o percurso rio acima com a ajuda das pessoas que encontram pelo caminho.

 

“Na semana passada pegamos um temporal entre Forte Coimbra e Porto Esperança. Nos abrigamos em uma fazenda até o tempo melhorar. Até fizemos amizade com um búfalo de lá. O animal mais parecia um cachorro de tão domesticado”, lembrou Settimini. A solidariedade dos ribeirinhos foi bastante elogiada pelos argentinos, que ficarão em Corumbá por aproximadamente uma semana.

 

Cada um dos caiaques tem capacidade para até 800 litros de carga. Comidas não perecíveis, três panelas pequenas e um fogareiro de uma boca garantem a alimentação dos viajantes. A água geralmente é a do rio mesmo. “Só no começo fizemos a purificação da água para bebermos porque o rio lá é muito poluído. Aqui ele já é bem mais limpo”, contou Cacciola.

 

Em média eles remam 30 quilômetros por dia. Por causa do forte calor das últimas semanas, o trio optou por seguir entre as noites e madrugadas. “O dia mais quente em Rosário deve ser como mais frio daqui”, brincou um dos aventureiros. Em Corumbá, eles deixaram os barcos no estabelecimento de Seo Orlando, um bancário também apaixonado pelo caiaque.

 

“Eu participei das duas edições do Pantanal Extremo e este ano eu vou de novo”, garantiu o empresário, que aluga caiaques para os praticantes do esporte. “Ontem eles jantaram comigo e conversamos bastante sobre essa viagem deles. É incrível, uma verdadeira aventura. Subir o rio não é nada fácil”, comentou Orlando.

 

Após o período de descanso, o trio seguirá a travessia do Pantanal até a Bolívia. Nesta quinta-feira, eles estiveram no Centro de Informações Turísticas do Porto Geral de Corumbá, instalado na sede da Fundação de Turismo do Pantanal, onde se informaram melhor sobre a região e conseguiram, com a ajuda de funcionários da Prefeitura, localizar amigos que possuem na cidade.

 

“Eles são os típicos turistas de aventura, que planejam sua viagem por um longo período de tempo, escolhem rotas onde a natureza e a cultura são constantes e onde a resistência física é continuamente testada. Por onde passam, consomem as “coisas” do local: cultura, gastronomia e serviços”, avaliou a diretora-presidente da Fundação de Turismo de Corumbá, Hélènemarie Dias Fernandes.

 

“Assim como os argentinos, outros turistas de aventura cruzam a nossa região, seja pela atratividade do Pantanal ou pela estrutura segura da nossa fronteira, tanto por terra, água ou ar. A presença constante desse público em nossa região, confirma as nossas chancelas de Portão Internacional de entrada e saída de turistas estrangeiros no Brasil e na América do Sul, melhor destino de observação da vida selvagem e principal destino de Turismo de Aventura do Pantanal”, finalizou Hélènemarie.

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