Moradores celebram uma nova vida com drenagem e asfalto no Cravo

Ruas e alamedas intransitáveis, casas inundadas, noites mal dormidas. Os anos de incertezas vividos pelos moradores do Cravo Vermelho chegaram ao fim com a execução das obras de drenagem e pavimentação asfáltica da Rua Sete de Setembro, principal via de acesso ao conjunto.

 

A entrega da drenagem e da pavimentação asfáltica marcou a noite de terça-feira, 22, de toda a comunidade do Cravo Vermelho. E motivos eles tiveram de sobra para celebrar estas conquistas: foram longos anos de sofrimento, um drama que se repetia no menor sinal de chuva. Bastava trovejar para o medo de novas inundações das casas voltar.

 

“Foram muitos anos de sacrifício. Quando chovia, para sair de casa tinha que colocar sacola plástica no pé para chegar ao ponto de ônibus”, dizia José Pessoa, 53 anos, morador do Cravo II. Enquanto limpava a frente de sua casa localizada na Sete de Setembro, ele explicava que agora, com o asfalto, planeja ampliar a calçada até o meio fio.

 

“Melhorou muito aqui. Hoje estou limpando a frente mas quero aumentar a calçada”, ressalta. Para ele, fatos que ocorreram antes ficaram no passado. “Aquela chuva de 2011 por exemplo, castigou muito a gente aqui. Foram duas semanas de chuva e de muita dificuldade. A gente nem dormia direito à noite, temendo que a água invadisse nossas casas”, relembrou. “Mas, tudo isso acabou quando foi feita a drenagem e melhorou mais ainda agora com o asfalto”, completou.

 

Prejuízo

 

E não eram apenas os moradores do Cravo II e III que sentiam na pele os problemas que as chuvas causavam. Moradora em um ponto mais alto, na Sete de Setembro, Daniele Auxiliadora Rodrigues, 30 anos, revelou que, na época (2011), pensou largar tudo e se mudar com a família para outra região.

 

Proprietária de um comércio no Cravo, ela conta que a água nunca invadiu seu imóvel em período de chuvas, mas sentiu a pele o drama vivido pelos vizinhos. “Quando chovia a rua ficava intransitável. Não dava para atravessar e não vinha ninguém para comprar”, disse, lembrando quando boa parte das famílias trocaram o Cravo pelo Guató.

 

“As famílias estavam fugindo da situação em que o conjunto ficava quando chovia. Foram para um lugar mais tranquilo. Perdemos a freguesia e o prejuízo foi grande. Pensamos em mudar”, confessou. “Hoje não, a situação mudou. Até as prateleiras não preciso ficar mais limpando toda hora. Quem imaginava que apareceria alguém para fazer isto pela gente? Agora está uma maravilha, com outra qualidade de vida. Não tem nem comparação com algum tempo atrás”, finalizou.

 

E o que se vê no Cravo hoje, são pessoas fazendo limpeza, melhorando a frente de suas casas, para dar um novo visual ao conjunto. A idade é o que menos interessa. Ângelo Castro, próximo a completar 80 anos, com uma enxada, aproveitou o início da manhã, para capinar e melhorar a entrada de sua casa.

 

Ele também tem motivos para comemorar. “Tava muito ruim aqui. Na chuva, era muita lama, ninguém conseguia andar por aqui, não dava para sair. Tinha também a poeira”, disse. “Falavam que ia sair, mas não acreditava muito. Agora está aí, o asfalto passando aqui na frente”, celebrou.

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