Equipe técnica detalha trabalho de notificação e tratamento contra H1N1

O diretor-clínico da Santa Casa de Corumbá, Domingos Albaneze, o coordenador municipal de Pronto Atendimento, Emerson Moreira, e a secretária municipal de Saúde, Dinaci Ranzi, se reuniram nesta manhã com a imprensa corumbaense para esclarecer os procedimentos e os casos de H1N1 notificados no município.

 

“A cada dia, temos observados alguns casos novos. Temos um quadro agudo de insuficiência respiratória, que temos observado o quadro de pneumonia. A causa dessa pneumonia é basicamente bacteriana, que pode ter início em um quadro viral. Esse quadro viral só tem uma confirmação, de um caso apenas, que deu positivo para H1N1. Os outros casos ou deram negativo ou estão em andamento”, afirmou Emerson.

 

“Todos os óbitos que ocorreram estão sendo investigados, tanto clinicamente como foi feita a coleta do material pós morte para análise. Todos os casos possíveis estão sendo avaliados juntamente com uma infectologista que nos acompanha, a doutora Marcia Del Fabro, que está acompanhando junto com a gente esses casos”, continuou.

 

Domingos, por sua vez, ressaltou a gravidade e a rapidez na evolução da doença. “Esse é um grande fator complicador nessa patologia. Temos uma doença de evolução agressiva. O paciente começa com uma sintomatologia de gripe, de uma virose, evoluindo normalmente. E em algum momento essa patologia cria uma agressividade intensa que, em 24 horas, muda de um quadro benigno para maligno extremamente grave”.  

 

“Esse é um problema que estamos discutindo dentro da Secretaria de Saúde para termos uma solução desse problema. Precisamos de um acompanhamento mais amiúde desse paciente. Só quero deixar bem claro que isso não é um defeito da estrutura. É defeito da doença. Estamos buscando uma forma mais segura da gente abordar esse paciente para termos condições de fazer esse diagnóstico no momento em que a doença se agrava, ter uma abordagem imediata”, continuou o diretor-clínico.

 

Os médicos destacaram ainda que o tratamento contra o H1N1 independe da confirmação laboratorial da doença. “De uma forma geral, os pacientes entram nessa curva agressiva da doença no 7 dia, o Tamiflu é ministrado até 72 horas após o inicio dos sintomas”, explicou Domingos Albaneze.

 

“Ele é ministrado de acordo com o protocolo do Ministério da Saúde. Então todo paciente que apresenta quadro infeccioso com sofrimento respiratório, ele recebe o medicamento. Aqueles pacientes que também tem probabilidade de complicar, o grupo de risco – idosos, crianças pequenas e pessoas que tenham alguma comorbidade – também tomam o Tamiflu”, explicou Emerson.

 

Ainda de acordo com os médicos, a higiene pessoal continua sendo o principal meio de prevenção contra a gripe. “A principal orientação é questão da higiene. Lavar as mãos, evitar compartilhar copos, toalhas, uma questão muito cultural da cidade, é o tereré, onde as pessoas compartilham a bomba”, observou o coordenador do Pronto Atendimento.

 

MSUS

 

A secretária municipal de Saúde, Dinaci Razni, anunciou ainda a chegada, ainda nesta semana, de uma equipe técnica do Ministério da Saúde na cidade. “Vamos receber uma equipe técnica do MSUS, um grupo de pesquisa, para apoiar os profissionais médicos nesse trabalho. Esse grupo deve chegar ainda essa semana, juntamente com doutora Marcia del Fabro, a infectologista que está acompanhando os profissionais médicos que estão dando atendimento à população”, afirmou.

 

“Ele colhem os materiais e enviam para o Ministério para análise, para fim epidemiológico e para fim de orientação a futuro tratamento. Em 2014 recebemos aqui esse mesmo grupo, na mesma época”, disse a secretária, que reforçou: “todos os óbitos que ocorreram por problemas respiratórios e que foi solicitado pelo CTI, a Vigilância Sanitária avalia e solicita a investigação. Até agora são 4 óbitos”.

 

A secretária lembrou que a vacina contra a H1N1 só deve ser liberado pelo Ministério em maio. As doses distribuídas nas feiras livres no último final de semana são do lote 2015 e foram destinadas apenas às pessoas que não haviam sido imunizadas no ano passado, principalmente feirantes.

 

“A vacina para todos os pacientes do grupo de risco foi liberada. Pacientes que tinham qualquer doença de base foram vacinado em 2015. Os que não foram, usamos a vacina que tínhamos em estoque. Fizemos dois dias de ação na feira livre e hoje não temos mais vacina no Mato Grosso do Sul. Recebi ontem a confirmação do Ministério da Saúde que só vai ser disponibilizada em maio”, detalhou.

 

“A gente solicitou uma antecipação, mas o Ministério não liberou porque a vacina não é fabricada antecipadamente. É feito um estudo da gripe que circulou no ano para fazer a vacina pro ano seguinte. Estamos aguardando a liberação. O Dia D da campanha vai ser em 7 de maio”, finalizou.

 

Estrutura

 

Sobre a estrutura da Santa Casa de Corumbá, o médico Domingos Albaneze afirmou que ela é suficiente para atender a população de Corumbá. “Temos uma enfermaria exclusiva para H1N1, que foi uma recomendação do Ministério da Saúde, uma enfermaria que é ventilada, que tem uma estrutura adequada para esse atendimento. Claro que temos problemas de leitos, como existe em todo Brasil”,  pontuou.

 

“Mas em Corumbá não há pacientes em corredor. Os pacientes que não tem vaga no hospital ficam no OS. E a secretária está montando uma estrutura emergencial de apoio na UPA, onde podemos manter pessoas em observação. Graças a Deus não temos essa estrutura defeituosa que a maioria das cidades tem, de encher o corredor com pacientes em macas. Temos todos nossos pacientes internados de forma digna”, concluiu. 

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