Shows usam arte para conscientizar sobre preservação ambiental

Com canções cujas letras levam a refletir sobre a importância da conservação ambiental, além de um repertório já consagrado pelo cancioneiro de Mato Grosso do Sul, os shows deste sábado, 04 de junho, na Praça Generoso Ponce, em Corumbá trouxe grandes nomes do cenário musical regional para a cidade pantaneira que está debatendo as questão relacionadas à preservação e sustentabilidade dentro da programação da Semana do Meio Ambiente de Corumbá, evento realizado pela Prefeitura Municipal de Corumbá, por meio da Fundação de Meio Ambiente do Pantanal.

 

“O Meio Ambiente é formado por todos nós. Enquanto as pessoas não entenderem que depende só da gente essa mudança para conservação, esse olhar do cuidado, não vamos conseguir chegar a lugar nenhum, então a cultura é um momento que sensibilizar as pessoas para o tema, então a música e a dança é interessante porque conseguimos sensibilizar e trazer a questão urgente das nascentes e dos rios como está sendo o tema da Semana do Meio Ambiente”, explicou a vice-prefeita, Márcia Rolon, ao justificar a presença da parte artística dentro da programação que inclui debates, palestras, oficinas e concursos e segue até o dia 08 de junho.

 

Reservar para Preservar

 

Geraldo Espíndola não esconde sua forte ligação com Corumbá e, antes de subir ao palco e mostrar suas composições, ele revelou que um dos seus sonhos é ser dono de um barco para morar ancorado e, sempre que desejar, subir e descer as águas do rio Paraguai, algo que, de certa forma, ele já havia deixado explícito num dos seus maiores sucesso, Cunhataiporã que diz: “Onde você quer ir meu bem?/Diga logo pra eu ir também/Você quer pegar aquele trem?/É naquele trem que eu vou também (…) É pra corumbá?/É lá que eu vou pegar um barco/E descer o rio Paraguai/Cantando as canções que não se ouvem mais”.

 

Por todo esse carinho com os corumbaenses é que Geraldo apresentou uma canção inédita. Intitulada Novo Luar, a composição é uma parceria com o professor francês Leo Dayan, cujo filho Julien Dayan está produzindo um documentário com o artista sul-mato-grossense.

 

Sobre a preservação, Geraldo destaca que é uma temática presente desde o início de sua carreira no final da década de 60. Seu discurso é bastante afinado com aquilo que apresenta nas letras de suas composições. Para ele, a preservação do Pantanal, hoje, passa bem perto de uma palavra de sonoridade similar: reservar.

 

“É muito importante a gente manter a resistência, não deixar acabar o nosso meio ambiente. Estamos vendo o que são capazes de fazer: destroem rios com a maior facilidade e tem a cara de pau de dizer que está tudo bem, que não aconteceu nada, então mais um motivo para a gente preservar e até quem sabe fazer uma reserva do Pantanal, algo de beleza mundial intocável. Penso que esse seria o lance ideal”, disse.

 

Mesclar hermanos

 

Depois de Geraldo, o trio Hermano Irmãos subiu ao palco e fez um recorte de músicas que retratam a produção musical de Mato Grosso do Sul, sem esquecer aquelas que trazem como referência as questões ambientais tal como Fogaréu, um retrato apocalíptico das possíveis consequências da má conservação do meio ambiente.

 

Formado por Jerry Espíndola, Márcio De Camillo e Rodrigo Teixeira, o trio trabalha a linguagem do universo folk aliada aos ritmos fronteiriços da polca paraguaia e da guarânia. O resultado é um som híbrido, com influências da música pop, do rock, blues, MPB e jazz, sem esquecer os arranjos vocais.

 

Hermanos Irmãos também passou por Corumbá fazendo um registro audiovisual de uma viagem até Machu Pichu, no Peru, refazendo o trajeto que, décadas atrás gerou uma das canções que pode ser considerada hino de Mato Grosso do Sul. Trem do Pantanal, parceria de Geraldo Roca e Paulo Simões, é o ponto de partida para o mais novo projeto de Hermanos Irmãos que já possuem dois CD’s gravados.

 

No bis pedido pela plateia, o trio convidou Geraldo Espíndola com o qual tocaram e cantaram Vida Ciganam, sendo acompanhados pelo público que, nesse momento, não se conteve e chegou bem perto do palco.

 

Caminhos da Cultura

 

Na mesma noite, em momento anterior, o projeto Caminhos da Cultura proporcionou evidenciar os talentos locais. O projeto compreende a cultura como um setor estratégico para que as crianças, adolescentes e jovens possam desfrutar de atividades que contribuam na promoção da sustentabilidade social. Assim, se apresentam: Moinho Cultural Sul-Americano, Band Municipal Manoel Florêncio e Orquestra Corumbaense de Viola Caipira do SESC.

 

Neste domingo, 05 de junho, o Caminhos da Cultura segue com apresentações de capoeira e dança no palco da praça Generoso Ponce, a partir das 18h30, quando também trabalhos artesanais estarão expostos, além do comércio de comidas e bebidas.

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