Prefeitura entrega obras da Praça da República e resgata história da cidade

Solenidade no início da noite desta sexta-feira, 1º de julho, marcou a entrega das obras da Praça da República, um dos grandes monumentos históricos da cidade que, no passado, foi palco da batalha da retomada de Corumbá, na Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai em 13 de junho de 1867.

 

O ato foi classificado pelo prefeito Paulo Duarte como um momento histórico para Corumbá. “Na quarta-feira entregamos o Jardim da Independência e, agora, a Praça da República. Estamos devolvendo parte da história de nossa cidade ao povo corumbaense”, explicou, lembrando que Corumbá foi a única cidade do Mato Grosso do Sul e uma das 44 do Brasil, contemplada pelo PAC das Cidades Históricas.

 

A praça

 

A Praça da República é um dos principais monumentos históricos da cidade, edificada junto a outros importantes equipamentos como a Casa de Cultura Luiz de Albuquerque, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária, entre outros.

 

Foi um dos palcos da batalha de retomada de Corumbá, na Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai, quando o capitão do Exército Brasileiro, Cunha e Cruz, morreu ao arriar a bandeira do exército paraguaio do mastro.

 

Outro fato histórico que também ocorreu no local foi o início da edificação da cidade de Corumbá, tendo a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária como primeiro prédio em alvenaria construído na região.

 

A Praça da República, juntamente com a Catedral, o atual prédio da Polícia Federal, o Instituto Luiz de Albuquerque, o atual prédio das Lojas Americanas e a Ladeira Cunha e Cruz, formam um belo conjunto histórico e paisagístico, caracterizando as primeiras construções do núcleo urbano da cidade, após sua destruição na Guerra do Paraguai.

 

Obelisco

Obelisco foi construído em homenagem aos fundadores de Corumbá (Foto: Clóvis Neto)


O mais antigo e principal monumento existente na praça, antes mesmo da arquitetura atual, o Obelisco (inteiramente em mármore), foi construído em homenagem aos fundadores de Corumbá e aos heróis da Retomada de Corumbá, como se encontra gravado em sua pedra. Também, existem antigos postes de iluminação da cidade.

 

Incialmente, o local era conhecido como Largo da Conceição. Passou ser chamado de Largo da Candelária e depois Praça do Carmo, conforme o mapa da Vila de Corumbá com data de 1889. No Álbum Gráfico de Mato Grosso (1914), já aparece com a atual denominação, Praça da República.

 

Outro monumento de importância histórica é a estátua em bronze em base revestida em granito, em homenagem ao centenário do Dogma da Imaculada Conceição de 1954.

 

Intervenções

 

As obras foram iniciadas em junho de 2015 e integram o PAC das Cidades Históricas. Foi necessária inclusive a demolição do abrigo de ônibus (terminal), para que todo o conjunto histórico e cultural do entorno da Praça, retomasse sua valorização e visualização adequada. Por isto mesmo foi feita a retirada da cobertura em telhas de fibrocimento e estrutura em concreto pré-moldado, para que o conjunto ganhasse mais destaque.

 

A praça recebeu ainda toda balaustrada de fechamento, conforme seus registros históricos, o que proporcionou o retorno de suas características históricas, dando melhor estética e charme arquitetônico.

 

Paisagismo

 

Foi feita, em toda a extensão dos canteiros, o plantio de grama esmeralda e plantas arbustivas ornamentais como as touceiras de Helicônia, com floração de colorações quentes e vibrantes, e plantio de áreas de Dasilirio, além de árvores nativas, como o Ipê, Sibipiruna e Angico, para proporcionar grandes áreas sombreadas.

 

Novos bancos de concreto foram instalados, com as mesmas características dos antigos bancos de granito.

 

praça

Trezinho da mineração recuperado em parceria com a Vale (Foto: Renê Marcio Carneiro)


Outra intervenção aconteceu no trenzinho da mineração e em seus vagonetes, que lembram os primeiros transportes de minério das antigas Minas do Urucum. O conjunto se encontrava em fase de deterioração, com as placas oxidadas.

 

No processo de recuperação foi feito processo de manutenção, com substituição das placas danificadas por mesmo material. Recebeu ainda pintura conforme as cores em que um aparelho idêntico se encontra exposto na atual Mina da Morraria do Urucum. Suas vagonetas receberam exemplares de manganês para expor sua antiga atividade.

 

Dogma

Dogma da Imaculada Conceição (Foto: Clóvis Neto)

 

Centenário do Dogma

 

O monumento, estátua em bronze, que apresentava um estado de oxidação da superfície, com a típica coloração verde claro embaixo dos vernizes, foi recuperado pelo mesmo restaurador especialista Walter Rosas, que recuperou as estátuas das Quatro Estações, de Antônio Maria Coelho, e outros equipamentos do Jardim da Independência.

 

Primeiramente foi realizado um tratamento químico e mecânico com remoção das camadas de tinta, utilizando produtos e aparelhos específicos. Posteriormente foi feito o tratamento químico de limpeza com material tensioativo, adicionado de material inibidor do processo de oxidação do metal.

 

Para acabamento e proteção da estátua, aplicou-se cera específica para artefatos em bronze, aditivada de produto acetinado para obtenção de efeito do envelhecimento natural do bronze em áreas abertas.

 

Na base revestida com placas de granito, foi feito tratamento químico com biocida e remoção mecânica limpeza química e mecânica com produtos próprios, as partes faltantes foram substituídas por mesmo tipo de material, recebendo tratamento idêntico as placas existentes.

 

postes

Na praça, antigos postes de iluminação da cidade (Foto: Clóvis Neto)

 

Antigos Postes

 

Na Praça da República existem dois antigos postes que apresentavam várias camadas de tintas, escondendo suas características originais, além de partes danificadas. Foi feita retirada das camadas de tintas até chegar ao material original encontrado, um revestimento em que muitos imóveis antigos possuem no revestimento de sua fachada, que foi mantido, conservado e suas partes faltantes recuperadas, recebendo mesma coloração do original.

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