SUP masculino foi decidido nos metros finais; no feminino, prova definiu campeã brasileira

Só o percurso, de 35 quilômetros para atletas profissionais e de 30 para amadores, já faz o Stand up Paddle ser uma das provas mais desgastantes do Pantanal Extremo. E a logística envolvida para levar os competidores do Porto Geral até a Baía do Tuiuiú, onde acontece a largada, também colabora para tornar a competição uma das mais desafiadoras de todo o Circuito Nacional da modalidade.

 

O embarque dos remadores e suas pranchas nos navios da Marinha do Brasil aconteceu às 4 horas da manhã. Depois de subir o Rio Paraguai, principal afluente da maior planície alagável do Planeta, eles finalmente chegam no ponto de partida após 4 horas de viagem. E neste ano os atletas profissionais tiveram um desafio extra: subir o rio a remo por mais 2,5 quilômetros e só depois descer de volta ao Porto.

 

A novidade deixou a prova ainda mais técnica. Melhor para Guilherme Souza, Luiz Carlos Guida, Paulo Reis e Arthur Santacreu, que desde os primeiros metros se descolaram dos demais competidores. Revezando a ponta, o quarteto veio firme até a Ponte de Captação de Água, já a poucos metros da linha de chegada. Nesse trecho Guilherme e Luiz Carlos “Animal” abriram distância e lutaram pelo título da última etapa do Circuito Nacional remada a remada.

 

E quem se deu melhor foi Guilherme, jovem atleta de Ilha Bela, São Paulo. “As condições estavam bem melhores que nos outros anos. Estava mais nublado, menos sol. Foi uma prova muito disputada, larguei bem, larguei na frente e consegui abrir um pouco, mas o animal conseguiu chegar na minha esteira e revezamos durante quase toda a prova, eu animal, o Arthur Santacreu e o Paulo Reis. Aqui no final, num ritmo muito, muito forte,  ele errou e isso fez com eu chegasse em primeiro”, descreveu Guilherme.

 

“Foi uma prova muito difícil e estou muito feliz de ter ganho. Acabei de voltar de uma competição internacional, onde fiquei em sexto lugar e voltei muito cansado do fuso horário, mas valeu a pena. Essa é uma das provas mais desafiadores que tem aqui no Brasil, talvez até no Mundo. É um sonho chegar aqui, ver essa paisagem linda, os animais na água, os jacarés. É um prazer vir pra cá competir”, completou o campeão.

 

Bicampeão da prova, Animal acabou lamentou a falha na reta final, mas ressaltou o prazer de competidor novamente no Pantanal Extremo. “Esse ano estava mais gostoso, tinha menos calor. A gente fez uma boa prova e já na largada conseguimos abrir quatro pessoas ali e fomos liderando de ponta a ponta, revezando na frente. Foi bem legal e no fim eu consegui fazer uma estratégia para chegar em primeiro, mas acabei bobeando e não vi direito a chegado, achei que era na bóia, e me prejudiquei”, explicou.

 

“São quatro anos competindo aqui e infelizmente não levei essa. Fiquei triste pra caramba, mas enquanto houve Pantanal Extremo estarei aqui. Esse ano foi legal essa subida, eu particularmente gostei. Esse trecho foi difícil, aquela bóia lá em cima dificultou bastante a prova, teve um monte de gente que acabou se enroscando nela e com isso a gente conseguiu abrir lá na frente. Achei que foi bem, bem legal ter mudado o percurso para ficar mais extremo ainda”, encerrou o segundo colocado. O terceiro foi Paulo Reis.

 

Entre as mulheres, o título ficou com Lena Guimarães. “Foi duro, foi muito duro mesmo, porque eu larguei muito mal. Fiz a opção por uma prancha bem estreita porque aqui é liso, mas a largada estava igual mar. Nisso eu fui muito mal, fiquei em quarto ou quinto. Fiz uma prova de ir buscar e cheguei aqui no meu limite. Estou muito feliz, muito feliz mesmo”, disse a atleta ao cruzar a linha de chegada após 4 horas remando.

 

Tricampeã da prova, Babi Brazil acabou chegando na oitava colocação. E Lena não poupou elogios à adversária. “Uma atleta do nível da Babi sempre vai ser campeã. Ela foi inspiração não só pra mim, mas para todas as mulheres que vieram, mas esporte é assim. Tem outras atletas mais novas vindo ai e a tendência é elas ganharem da gente. Esporte é isso. Mas a Babi nunca vai perder a majestade não. Ela é uma inspiração e muito do que eu remo hoje devo a ela”.

 

Com o título do Pantanal Extremo, Lena Guimarães termina o ano como campeã do Circuito Nacional. “Essa é uma prova muito boa. No primeiro ano fiquei em terceiro, no segundo em segundo e agora fiquei em primeiro e consegui ser campeã brasileira. Não poderia ser melhor. O clima hoje estava bem mais ameno, mas mesmo assim não deixou de fazer calor não. Foi realmente uma prova de superação”, finalizou. Aline Adisaka, em segundo, e Ariani Theophilo, terceira, completaram o pódio feminino. 

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