A Secretaria Municipal de Educação participou da 1ª Festa da Agricultura Familiar organizando oficinas com os estudantes da Escola Municipal Rural Monte Azul, onde foi realizado o evento. A instituição, fundada em 1991, atende hoje a 195 alunos em período integral. Os alunos permanecem na escola das 07h às 15 horas, com currículo escolar tradicional e complementação com disciplinas que abrangem conhecimento do campo. Muitos alunos, entre 7 e 15 anos, tiveram na FESTAF a primeira experiência com apresentação de projetos.
Para a secretária municipal de Educação, Maria Eulina Rocha dos Santos, essa foi uma oportunidade para os estudantes realizarem troca de conhecimento. “Esse intercâmbio entre a escola e a prática diária desses estudantes com a família representa o fortalecimento do conhecimento. O intercâmbio entre o conhecimento popular e o científico gera essa integração entre a escola e a comunidade. Essas oficinas são realizadas como estímulo para mudança de comportamento, para uma escola mais sustentável e por um equilíbrio da vida em comunidade. A gente pode perceber que tudo é reaproveitável, benéfico para a saúde, para o bem-estar individual e coletivo, e até econômico”, disse Maria Eulina.
A professora Ester Gomes do Prado está trabalhando com os estudantes a alimentação saudável e ensinando como reaproveitar alimentos. “Explicamos aos estudantes que cascas e talos são muito ricos em nutrientes para a saúde como vitamina A e B12, por isso, começamos a trabalhar essa ideia com eles. Vamos agora passar para a prática em sala de aula”, afirmou Ester. Na feira, o público teve a oportunidade de experimentar bolo, doce e brigadeiro de casca de banana, geleia de casca de melão, patê com talos de agrião, rúcula e cebolinha. Os visitantes receberam informações sobre como fazer todos os produtos apresentados na festa.
Com apenas 7 anos, Luana Oliveira já sabe como fabricar xampu específico para piolhos. “Você pega sabão de coco, corta em quatro pedaços, pega um deles e rala. Coloca meio litro de água quente em uma vasilha, coloca o sabão ralado e mexe. Enquanto o sabão vai absorvendo, você pega mais meio litro de água, coloca no liquidificador e põe boldo, alecrim, arruda, melão-de-são-caetano, babosa e erva-de-santa-maria e bate. Depois disso, mistura com o sabão de coco e coloca nas garrafinhas”, explicou a estudante que gostou muito da experiência.
Luana Ferrare Uchoa, de 8 anos, aprendeu a produzir sabão líquido com receita diferente. “A gente pega sabão em barra e sabonete e rala, junta com 100 gramas de sabão em pó, 100 gramas de bicarbonato, 100 ml de vinagre de álcool e dez litros de água”, explicou a garota. “Achei legal, é diferente, foi a primeira oficina que fiz aqui na escola”, afirmou Luana que mora nas proximidades da instituição.
Rosana Marcelina Rodrigues de Freitas, pedagoga que leciona para crianças do 3º ano, achou bastante interessante a realização da oficina com os estudantes. “Eles são bem responsáveis, é a primeira feira que participam e achei muito produtiva a iniciativa porque eles podem ficar desinibidos, essas apresentações desenvolvem a autonomia deles para ter melhor relacionamento com o público. Eles estão gostando e os pais também acharam interessante e querem o produto na casa deles”, afirmou a professora.
Gelsimara Cunha dos Santos, que leciona Língua Portuguesa e Inglesa na escola, foi a responsável pela oficina de reciclagem feita com crianças de 12 a 15 anos. “Ensinamos os alunos a reciclarem tudo o que seria descartado no meio ambiente, diminuindo a poluição. A gente ensinou a criar brinquedos com garrafas pet, caixas de papelão, garrafinhas de iogurte, tampinhas de garrafa, inclusive garrafas de produtos de limpeza se transformaram em regadores para alunos da pré-escola”.
Anna Gabrielly Escobar, de 10 anos, ajudou a produzir uma miniatura de fazenda e brinquedos que serão doados a alunos da pré-escola através de produtos recicláveis. “Fiz a fazenda, ajudei a fazer a centopeia, um bonequinho de garrafa de iogurte e fiz regador. Eu aprendi que é importante reciclar porque isso ajuda a diminuir a poluição do planeta”, relatou a menina.
Repelente natural com citronela pode ajudar bastante os moradores da região do Taquaral, acredita Dayane Openkowski, de 13 anos, que aprendeu a fabricar o produto. “A gente pegou 200 gramas de citronela, um litro de álcool 70%, e vasilhame escuro. É só colocar as folhas no vasilhame com meio litro de álcool, deixar em um lugar escuro e seco, sem umidade, por oito dias. Mexer ele duas vezes ao dia e, depois de oito dias, tirar ele, coar e adicionar o outro meio litro de álcool e está pronto”, explicou Dayane que testou o repelente e garantiu que funciona. “Aqui tem muito mosquito e isso vai ser bom para combatê-los. Adorei poder mostrar para todo mundo essa ideia tão boa”, finalizou a estudante.
* Agricultores participam da 1ª FESTAF e destacam Programa de Aquisição de Alimentos
* 1ª FESTAF: Parceiros promovem ações sociais e divulgam informações aos agricultores