Blitz educativa realizada pela Coordenadoria de Políticas Públicas para a Mulher orientou motoristas e pedestres sobre a Lei Maria da Penha. Panfletos foram distribuídos na Frei Mariano, Centro de Corumbá, na ação que integra cronograma da campanha “Agosto Lilás”. A iniciativa contou com apoio da Polícia Militar, que participou da panfletagem com atuação de policiais femininas. A blitz aconteceu na manhã desta quarta-feira, 09 de agosto.
De acordo com o levantamento do Município, o índice de mulheres que denunciam agressões físicas de seus parceiros é maior na parte alta da cidade. “Temos que estar lá para ajudar, atender e encaminhar. Temos que ajudar a mulher que quer se libertar desse ciclo de violência, temos que encaminhar os filhos dela para a creche, temos que ajudar com assistência emergencial caso não tenha o que comer, que possamos levar o nome dela na Gerência de Habitação para ela ter prioridade, é esse o nosso papel”, afirmou Wania Alecrim, coordenadora de Políticas Públicas para a Mulher.
Wania destacou a importância das denúncias e lembrou que a vítima ou qualquer pessoa que esteja ciente das agressões devem pedir socorro ao 190 da Polícia Militar, ao Samu pelo 192, Bombeiros pelo 193, Polícia Civil, Defensoria Pública, Pronto-Socorro e Santa Casa, por exemplo. “Liguem, ajudem, não podemos ver mulheres mortas, agredidas, nosso Estado é o quinto no ranking, uma vergonha, uma estupidez dos homens”, frisou Wania. “Isso tem que parar, vivemos no século 21 e a Lei Maria da Penha reforça isso, são onze anos dessa lei que deve ser massificada dentro de Corumbá, Ladário, região de fronteira, região das águas e assentamentos”, completou Wania que afirmou que os índices dessas ocorrências são altos em Corumbá porque as políticas públicas estão sendo feitas e as mulheres estão denunciando.
A tenente Joicy dos Santos Gonçalves, que participou da ação, explicou que os casos são mais frequentes na parte alta da cidade porque as moradoras daquela região buscam ajuda com mais frequência. “Infelizmente é um índice alto e quem realmente ainda faz a denúncia são as mulheres que moram nas áreas periféricas. Não que a violência esteja apenas na parte mais alta da cidade, mas é que lá é região de denúncias. Às vezes, as mulheres por ocuparem status sentem-se envergonhadas de se expor e não denunciam”, disse a tenente.
Para ela, é importante que a Polícia Militar participe de uma blitz educativa em parceria com o Município. “A primeira ajuda que a mulher vítima de violência procura é a PM, pelo 190. Todos os dias a gente atende a várias ocorrências envolvendo vítimas de violência doméstica e nada mais importante que a Polícia Militar faça parte dessa rede de combate à violência contra a mulher”, afirmou Joicy.
“Revolta” é o sentimento que a policial tem quando se depara no dia a dia com casos de mulheres que são agredidas por seus parceiros. “Revolta porque você vê a compressão física do agressor. O homem é grande, forte, a mulher é fisicamente mais frágil. O homem agredir a mulher é um ato de covardia. Mais revoltante ainda é quando ele agride a mulher e a criança, que não tem nem como se defender”, disse a tenente.
A Prefeitura de Corumbá aderiu à campanha “Agosto Lilás”, de iniciativa do Governo do Estado, e promove até o final do mês ações como palestras, panfletagens, conversas com mulheres durante mutirão de exames preventivos nos bairros, informações em escolas, na região ribeirinha e em assentamentos. As atividades são realizadas em parceria com Secretarias de Saúde, Assistência Social e Educação, igrejas, conselhos, polícias e Poder Judiciário.