Visitadores do programa Criança Feliz recebem curso de capacitação

Curso de formação para selecionados do programa federal Criança Feliz está sendo realizado em Corumbá nesta semana. Na capacitação de 40 horas, os visitadores recebem orientações de como se portar dentro das casas, como identificar necessidades das famílias e como funciona o desenvolvimento das crianças na primeira infância. Vinte pessoas que se interessaram pelo projeto e passaram na seleção promovida pelo Município vão trabalhar no estímulo ao desenvolvimento de crianças. O Criança Feliz é promovido em Corumbá pela Secretaria Municipal de Assistência Social e gerido por comitê intersetorial. O curso de capacitação, que será encerrado na sexta-feira, 1º de setembro, está sendo realizado em parceria com o Município de Ladário, que também aderiu ao programa, mas com equipe menor, de cinco pessoas.

 

O Criança Feliz foi lançado pelo Governo Federal por meio do Decreto nº 8.869, de 05 de outubro de 2016, e conta com adesão dos municípios. Tem como finalidade promover o desenvolvimento integral das crianças na primeira infância, considerando sua família e seu contexto de vida. O público prioritário é composto por gestantes, crianças de até 36 meses (três anos) e suas famílias beneficiárias do Bolsa Família e crianças de até 72 meses (seis anos) e suas famílias favorecidas pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC).

 

“Fizemos a adesão ao programa porque entendemos que será um grande avanço na área social. Queremos deixar claro que não pretendemos sobrepor às ações da Secretaria de Saúde porque existem funções desempenhadas pelos agentes de saúde que realizam visitas em domicílio. O Criança Feliz está separado dessa atividade e tem a função de assistir aos pais na formação dos filhos até os primeiros mil dias de vida, pois é nesse período que a criança tem a formação dela física e psicológica. A função dos visitadores é ter esse acompanhamento na educação, assistência, no cuidado, no amor, no carinho e no trato porque é nesse período que as crianças mais precisam dos pais e é também esse período que vai refletir a sua identidade no futuro”, afirmou Haroldo Cavassa, secretário municipal de Assistência Social.

 

Haroldo destacou que na primeira infância, se a criança não tiver esse cuidado especial, pode se tornar vulnerável a qualquer transtorno que possa levá-la ao descaminho. Ele lembrou também que não cabe ao visitador nenhum tipo de medida, pois sua função é de orientação e observação. “O que ele tem que fazer é orientar e estar vigilante no trato dos responsáveis para com as crianças. Nesse curso de formação, os visitadores serão orientados a como se portarem dentro das casas. Vaia avaliar e estimular o carinho e afetividade dois pais, dos irmãos e da família. São os cuidados da formação do intelecto e do físico da criança que vai refletir na formação do jovem do futuro. É um lar atencioso e feliz que vai refletir o bom cidadão no futuro”, afirmou o secretário.

 

Durante a capacitação, os visitadores vão aprender a trabalhar com técnicas de interação que formam a base da metodologia CDC, desenvolvida pela UNICEF e Organização Mundial da Saúde. O objetivo é estimular o desenvolvimento físico, cognitivo e afetivo através da metodologia. Aprender como o cérebro da criança processa informações, entender que a criança inserida em um lar sem vícios e violência será um adulto mais saudável também são perspectivas do programa com relação aos visitadores.

 

“Será bastante abordada a questão do vínculo e afeto por meio do brincar. Os visitadores não vão trabalhar diretamente com as crianças, mas com os cuidadores delas, ensinando-os a produzir brinquedos para estimular essas crianças a se desenvolverem cognitivamente”, explicou Adelma Galeano, assessora de Políticas Sociais da Secretaria Municipal de Assistência Social.

 

Adelma afirmou que a capacidade técnica não é o suficiente para qualificar o profissional que vai trabalhar junto ao programa. “Quando você vai trabalhar com gente, além da competência técnica você tem que ter a competência humana. É necessário enxergar a família, sentir, perceber se precisa de apoio, se precisa ser encaminhada a rede de serviços. O visitador vai trazer toda essa demanda e o comitê gestor intersetorial vai encaminhar essa família para a rede, se for o caso”.

 

Os visitadores vão seguir planejamento para realização das visitas. Serão 30 visitas semanais que cada contratado deverá fazer. Depois da visita, ele vai dar o retorno das ações ao supervisor.

 

 

Programa conta com profissionais de diferentes áreas


Formada em Serviço Social desde 2014, Danubia de Laura da Silva está na equipe do Criança Feliz que vai atuar em Corumbá. Com dificuldades para encontrar emprego na área de formação, procurou se capacitar até encontrar oportunidade dentro do programa. “Fui fazendo cursos. Estou estudando agora Libras e quando surgiu essa oportunidade do Criança Feliz fiquei super empolgada, comecei a estudar sobre o programa e minha nota da entrevista foi boa. Quero ajudar essas famílias. Procurei conhecer o programa, ainda estou lendo sobre o assunto e gostei bastante do material que nos passaram, vai aprofundar os estudos”, disse Danubia.

 

Wanderley Renan Carmo dos Santos, 18 anos, acadêmico de Letras, foi convidado pela Secretaria de Assistência Social de Ladário para integrar a equipe daquele município. Ele trabalhava no acolhimento institucional daquela cidade e foi transferido para o CRAS quando surgiu a oportunidade de trabalhar no Criança Feliz. “O programa abrange outras políticas públicas, inclusive minha área que é Letras e um pouco de cultura. Eu me interessei por causa disso e da didática que tem, pela forma como trabalha com as crianças, com o desenvolvimento humano e como ajuda as famílias”, disse Wanderley.

 

A secretária municipal de Assistência Social de Ladário, Eiza Bassoli, explicou porque aquele município está participando da capacitação junto à Prefeitura de Corumbá. “Resolvemos fazer o curso juntos porque como em Ladário o quantitativo era pequeno, consideramos melhor unir os dois grupos por acharmos que seria mais proveitoso”, disse. “Acho esse programa indispensável para o melhor acompanhamento às famílias que estão inseridas no CRAS de alguma forma”.

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