Percebendo que oito escolas municipais estavam com contas altas de energia, o engenheiro civil Joelson Pereira Dib resolveu analisá-las e verificou que as instituições estavam com contratos de demanda energética sem gestão. O servidor municipal, gerente do escritório de planejamento e projetos da Secretaria Municipal de Governo (Segov), conseguiu diminuir em cerca de 50% a média do valor da conta de energia dessas escolas. Isso foi possível com a mudança dos contratos de demanda. A análise foi feita nas escolas municipais Barão do Rio Branco, Caic, José de Souza Damy, Angela Maria Perez, Clio Proença, Izabel Corrêa, Almirante Tamandaré e Extensão Rachid Bardauil.
O engenheiro explicou que as unidades consumidoras que possuem carga alta instalada necessitam de contrato de demanda que é cobrado independente do consumo de energia ativa. Algumas unidades escolares, hospitalares e comerciais, por exemplo, possuem contratos de demanda. “Fiz uma análise de algumas contas do Município e verifiquei que na Educação oito escolas que possuem contratos de demanda que estavam sem gestão e necessitavam de nova análise para reduzir as contas. Estavam cobrando altos valores por falta de ajuste nos contratos e estávamos sendo tarifados por um valor não apropriado. Além de corrigir o valor das demandas, fiz a migração tarifária para a mais adequada para as escolas”, afirmou Joelson Pereira.
O servidor fez a média dos últimos meses e foi constatado que no mês de janeiro, somando as contas de luz das oito escolas, a conta era de R$ 52 mil em janeiro, R$ 68 mil em fevereiro, R$ 85 mil em março e R$ 86 mil em abril. “Em maio, só com alteração de dois contratos que já tinha conseguido fazer, já baixou para R$ 66 mil. A partir de junho, com todas as oito escolas em que foram feitas a readequação da análise de demanda, baixou para R$ 54 mil. Em julho, baixou para R$ 39 mil e R$ 49 mil em agosto”, disse o engenheiro.
Até o mês de abril, quando estava sem gestão de demanda, a média da conta de energia nessas escolas era de R$ 86 mil mês. “A somatória de junho já deu R$ 54 mil. A média dos últimos meses com relação a junho, quando já tínhamos contratos atualizados, teve economia de R$ 32 mil. Na média dos últimos três meses – junho, julho e agosto –, estamos com conta de R$ 47 mil. A média de fevereiro a abril foi de R$ 80 mil. Já temos aí uma boa economia”, disse Joelson.
Durante o estudo, ele descobriu que a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) também estava com essa deficiência. Em janeiro, a UPA apresentou conta de energia no valor de R$ 14 mil, em fevereiro e março R$ 13 mil, em abril R$ 12 mil, em maio R$ 11,2 e R$ 10,9 em junho. A partir de julho, que entrou com contrato diferenciado, a conta de energia baixou para R$ 6,7 mil e a conta de agosto foi de R$ 7,4 mil.
“É bom esclarecer que demanda é a medida do fluxo da energia consumidora na instalação e não tem nada a ver com a cobrança do consumo ativo de energia. A demanda é um contrato que a Energisa disponibiliza, de acordo com o que eu preciso, para aquela unidade consumidora, aquele valor de demanda. Se eu excedo aquilo que contratei, pago multa, por isso, tenho que sempre ficar naquela faixa e para isso tenho que fazer um estudo daquela carga implantada para não exceder. Isso é benéfico tanto para o consumidor quanto para a Energisa, que não fica desperdiçando energia para o cliente, sem que seja utilizada”, afirmou Joelson.
O engenheiro esclareceu ainda que a demanda é paga todo mês e, mesmo quando os alunos entram de férias, a tarifa continua sendo paga. “Se eu desligar a escola e a demanda for de R$ 20 mil, vou pagar R$ 20 mil como se estivesse usando a escola nos trinta dias. Na conta vem a cobrança do contrato de demanda a parte, só muda se exceder, e vem o valor da energia ativa que é o que está sendo utilizado na prática com lâmpadas, ar-condicionado e ventilador, por exemplo”. Atualmente, o servidor está fazendo análise de três contas do hospital na tentativa de reduzir o valor da conta de energia.
Serviço em benefício do bem público
Joelson acredita que atitudes proativas como esta podem ajudar a melhorar a administração pública municipal. Para ele, esse é apenas um exemplo de como um servidor municipal pode trabalhar ajudando a diminuir despesas, beneficiando a própria população. “Essa é a minha contribuição para o Município nessa crise financeira que estamos vivendo no País. Se a gente puder diminuir a nossa despesa, já é uma grande ajuda. Minha contribuição foi exclusivamente técnica, porque ninguém é obrigado a entender isso. Acredito que se as escolas, por exemplo, tiverem consciência do uso racional de equipamentos, se houver uma gestão não só energética, mas também de água, se cada um fizer um pouco, a gente pode diminuir as despesas do Município”, disse o engenheiro civil. Ele citou como exemplo de economia a troca de lâmpadas atuais pela tecnologia LED.
A economia que ele alcançou, através da análise de contrato de demanda energética, gera cerca de R$ 35 mil por mês. “Para você ter ideia, todas as contas de creches e escolas municipais demandam em torno de R$ 50 mil por mês. Só essa economia na energia paga praticamente toda a conta de água das escolas do município de Corumbá”, destacou o servidor.