Concerto da Independência marca início de calendário festivo de Corumbá

Empolgante apresentação musical abriu as atividades alusivas ao aniversário de Corumbá na noite desta quinta-feira, 14 de setembro. Promovido pela Marinha do Brasil, através do 6º Distrito Naval, o Concerto Musical da Independência foi realizado no anfiteatro Salomão Baruki. A apresentação reuniu músicos da Banda do Comando do 6º DN, Banda da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira Ricardo Franco, Banda Municipal Manoel Florêncio e do Instituto Moinho Cultural. Além da cidade de Corumbá, o concerto foi alusivo também ao aniversário de Ladário e à Independência do Brasil, comemorada em 7 de Setembro.

 

Sob regência dos suboficiais fuzileiros navais músicos Israel de Souza Morais e Darlan Paulo dos Santos, além dos regentes Kléber de Carvalho Jares, da Banda de Música Manoel Florêncio, e Manoel Teixeira, do Instituto Moinho Cultural, a orquestra interpretou 12 famosas músicas populares. Com a maioria dos arranjos de composição de músicos da Banda do 6º Distrito Naval, o concerto contou com a presença do comandante do 6º Distrito Naval contra-almirante Luiz Octávio Barros Coutinho, do comandante da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira general de brigada André Luiz Ribeiro Allão, e de José Antonio Assad e Faria, assessor especial do Município de Corumbá, representando o prefeito Ruiter Cunha de Oliveira.

 

“Começamos com um concerto maravilhoso, uma demonstração do talento e da beleza da arte, da nossa cultura e, daqui para frente, nesses próximos dias, vamos ter essa profusão de alegria, de comemorações de aniversário da nossa cidade. Estão de parabéns a Marinha, o Exército, a Banda Manoel Florêncio e o Moinho Cultural que apresentaram esse show e que serve muito bem de abertura do aniversário de Corumbá”, afirmou José Antonio Assad e Faria.

 

 

A apresentação começou com arranjo musical feito com tema da série americana “Game of Thrones”, logo em seguida, o tema de “James Bond 007”, com arranjo de Johan de Mey, foi interpretado sob regência de Kléber de Carvalho, da Banda Municipal Manoel Florêncio. Alguns músicos da instituição tiveram o privilégio de tocar no concerto. “É uma experiência muito importante. É necessário para todos os músicos essa integração e esse intercâmbio musical faz o campo musical crescer e gera o sentimento de satisfação do pessoal em estar aqui”, disse Kléber.

 

Com arranjo do músico e compositor Geraldo Espíndola, foi apresentada também a música “Fala Bonito” e a famosa “Despacito”, com arranjo do suboficial Darlan Paulo dos Santos, sendo esta a quarta composição a ser tocada. A interpretação da música do porto-riquenho Luis Fonsi teve a brilhante participação da trombonista Olga Sodré dos Santos, que interpretou a melodia da canção. Para ela, o concerto com participação de várias bandas é importante na construção de laços entre os instrumentistas. “Faz parte da cultura e da música da região. A maioria dos músicos da Prefeitura são daqui, então a gente faz essa interação musical e cultural com eles”, afirmou a musicista que se sente “lisonjeada” por ser a primeira mulher fuzileira naval da Banda do Comando do 6º DN. “A cidade me recebeu muito bem e espero ser um exemplo”, completou.

 

Do compositor americano Jerome Kern, a música “Smoke gets in your eyes” ficou mundialmente conhecida e popular pela versão da banda The Platters, em 1973. O público conferiu a composição ao som do trompete afinadíssimo do suboficial músico Israel de Souza Morais, mestre da Banda do Comando do 6º Distrito Naval. Para ele, a oportunidade de unir as bandas “é uma ideia interessante”.

 

 

“Existe uma frase que diz que a música une e fortalece. A nossa função como militar é unir a sociedade e mostrar para ela que todos podem estar aqui um dia, fazendo esse mesmo trabalho. Se existe um aluno na Prefeitura ou em outra Força, a pessoa que quer aprender música na cidade vê uma oportunidade de estar aqui também fazendo parte dessa atividade. Eu tive a ideia de desenvolver esse trabalho há um tempo atrás e tem funcionado e, com apoio de todos, a gente tem conseguido chegar a um resultado interessante”, afirmou o suboficial. Ele afirmou que essa também é uma oportunidade de mostrar o trabalho produzidos pelos músicos da Marinha do Brasil. “São arranjos inéditos. Em nenhuma parte do Brasil tem esses arranjos”, assegurou.

 

O público se impressionou ao ouvir a interpretação do primeiro sargento músico Alexander, que cantou e melodiou na guitarra a canção de amor “Me and Mrs. Jones”, em meio à harmonia belíssima de metais, madeiras e cordas da orquestra. Composta em 1972 por Kenny Gamble, a canção foi interpretada com arranjo adaptado para banda de música de Shaun Evans.

 

Na metade do concerto, o regente suboficial Israel de Souza Morais provocou o público que, com as palmas, participou da interpretação da Seleção de Guaranias, coletânea de arranjos adaptados para banda de música produzida pelo segundo sargento José Inácio de Assis. Foram interpretadas canções típicas da região sul-mato-grossense Mercedita, Chalana e Trem do Pantanal.

 

Quem foi ao concerto pôde também ouvir uma das mais famosas canções do final da década de 1930, “Over the rainbow”, traduzida e interpretada no Brasil por Luiza Possi, e que ficou famosa em solo nacional sob o título “Além do arco-íris”.

 

Quem gosta de MPB apreciou a interpretação da música “Samurai”, de Djavan, cantada pelo soldado fuzileiro naval Jorge. “Ai / Quanto querer / Cabe em meu coração…”, composta em 1982, teve arranjo feito especialmente para banda pelo suboficial músico Israel de Souza Morais. As músicas September e Let’s Groove tiveram arranjo especial e um tributo a Maicon Jackson levou os ouvintes a viajar dos anos 70 à atualidade com canções compostas pelo rei da música pop.

 

Aquarela do Brasil não podia faltar. Uma das canções populares mais famosas do Brasil, o samba foi lançado ao público em 1939, em plena 2ª Guerra Mundial. Sua letra ressalta as belezas e valores mais nobres da cultura nacional. Composta por Ary Barroso, foi uma excelente escolha para encerrar o concerto que também homenageia a Independência do Brasil. O samba empolgou o público e os metais impecáveis fizeram um verdadeiro show, encerrando a noite com diálogo afinadíssimo entre saxofones, trombones e trompetes, harmonizados pelas madeiras, cordas e pela percussão. O arranjo musical foi construído pelo suboficial músico Marcos Almeida.

 

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