Ordem de serviço para obras de reforma e restauração da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária foi assinada pelo prefeito Ruiter Cunha de Oliveira na noite desta quarta-feira, 20 de setembro, durante solenidade comemorativa dos 239 anos de fundação de Corumbá realizada no Centro de Convenções Miguel Gomez.
Foram liberados R$ 135 mil, em recursos próprios do Município, para execução do forro da nave da Catedral. É chamada de nave a ala central da igreja onde se reúnem os fiéis com a finalidade de assistirem ao serviço religioso. Os recurso são provenientes do Fundo de Cultura e do Patrimônio Histórico criado em gestão anterior do prefeito Ruiter.
No final de junho, o chefe do Executivo corumbaense recebeu integrantes da comissão especial da comunidade da paróquia Nossa Senhora da Candelária, encarregada da reforma da igreja Matriz. O grupo apresentou a preocupação com a situação – a Catedral está interditada desde junho do ano passado, quando parte da estrutura de gesso do teto caiu. Eles expressaram a necessidade de vê-la aberta e sediando as missas.
“Há ainda a parte do Governo Federal, através do PAC Cidades Históricas – que é a liberação de todo o projeto, no valor de R$ 1,8 milhão”, informou o secretário Municipal de Infraestrutura e Serviços Público, Ricardo Ametlla. O Governo do Estado vai liberar R$ 300 mil para a restauração da parte elétrica.
Patrimônio Municipal e Estadual
Construída por Frei Mariano de Bagnaia no século 19, a igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária tornou-se patrimônio histórico e cultural do município de Corumbá no dia 02 de fevereiro deste ano, por meio do decreto municipal número 1.748, assinado pelo prefeito Ruiter Cunha.
A declaração, para fins de tombamento, levou em consideração – além das características arquitetônicas da igreja – a proteção do patrimônio histórico cultural local; o valor histórico da Catedral para a cidade; o fato de ter sido construída em 1885 e ser o templo católico mais antigo de Mato Grosso do Sul e ainda o fato de Nossa Senhora da Candelária ser padroeira de Corumbá e da Diocese.
O prédio da Matriz agrega valor ainda maior a um conjunto arquitetônico de muita relevância. Está inserido num complexo de prédios históricos formado pela antiga unidade da Casa Mista, do Instituto Luiz de Albuquerque (ILA) e a sede da Polícia Federal.
Também este ano, a Catedral de Nossa Senhora da Candelária foi reconhecida como Bem do Patrimônio Histórico Material de Mato Grosso do Sul. O tombamento, assinado pelo secretário de Estado de Cultura e Cidadania, Athayde Nery, foi publicado na edição de 07 de agosto, do Diário Oficial do Estado.
Conforme a publicação, o Conselho Estadual de Cultura concluiu que a Igreja “está entre as edificações de maior expressão quanto à riqueza histórica e arquitetônica de Mato Grosso do Sul”. O prédio, com elementos da arquitetura eclética, cuja pedra fundamental foi lançada em 1872 pelo pregador imperial e Vigário da Vara, Frei Mariano de Bagnaia, foi inaugurado em 1877.
Na igreja está alojada a padroeira de Corumbá, Nossa Senhora da Candelária, e em sua construção foi encontrado um brasão da Coroa Portuguesa. Cercada de história que, reais ou não, alimentam o imaginário da população, criando vínculos memorialísticos e culturais, a Catedral está inserida numa região próxima de outros prédios e monumentos que já tiveram seu valor histórico reconhecido.