Projetos da Rede Municipal de Ensino conquistam prêmios na Fecipan 2017

Cinco projetos da Rede Municipal de Ensino de Corumbá foram premiados durante a Feira de Ciência e Tecnologia do Pantanal – Fecipan 2017, promovida todos os anos pelo Instituto Federal de Tecnologia de Mato Grosso do Sul (IFMS). A premiação aconteceu na manhã deste sábado, 21 de outubro. Durante a Fecipan, foram apresentados 80 projetos de estudantes das redes municipal, estadual e particular de ensino, sendo seis de alunos da Reme de Corumbá das escolas Pedro Paulo de Medeiros, Cássio Leite de Barros e da Rural Eutrópia Gomes Pedroso. As apresentações aconteceram nos dias 19 e 20 de outubro, no Poliesportivo Nação Guató.


Os três projetos desenvolvidos pela escola Eutrópia conseguiram o 1º, 2º e 3º lugar no nível de Ensino Fundamental. A instituição é gerida atualmente pela diretora Roselene Maria Silva Rodriguez. O projeto “Aplicativo Mercado da Agricultura Familiar de Corumbá” conquistou o primeiro lugar na categoria Engenharia e Ciências Agrárias. A pesquisa foi orientada pelo professor Damião Teixeira e desenvolvida pelos estudantes do 9º ano Estéfano Freitas de Melo e Ryan Antônio de Barros e pelo aluno do 8º ano Valdeir Freitas de Melo.


“Nos assentamentos, os agricultores têm grande dificuldade de comercializar seus produtos. Além disso, os feirantes da Bolívia com seus produtos cheios de agrotóxicos conseguem atravessar a fronteira e vender no Brasil. Por isso, criamos a ideia de um aplicativo para que os agricultores possam expor e vender seus produtos”, explicou Valdeir.


O estudante Ryan destacou que os supermercados na cidade comercializam alimentos produzidos fora do Estado e, além de virem com agrotóxicos, demoram a chegar. “Tem uma falta de divulgação dos produtos dos agricultores daqui de Corumbá e, por isso, queremos fazer isso. Se os donos de mercados na cidade comprarem dos nossos produtores, eles vão ajudar a economia da nossa cidade crescer. Mas a ideia é poder desenvolver um aplicativo que sirva também para todo o Mato Groso do Sul. Queremos que seja um aplicativo que possa ser instalado pela porta do Play Store, mas para conseguirmos isso tem que ter verbas”, afirmou o aluno.


Estéfano acredita que uma das maiores dificuldades na venda desses produtos é exatamente a falta de conhecimento dos supermercados quanto à produção em assentamentos. “Queremos divulgar tudo o que é produzido como alimentos de hortas, criação de gado, galinha, porco, tudo produzido aqui”. Os estudantes conseguiram construir links como protótipo inicial do que viria a ser futuramente o aplicativo. Mas, antes de desenvolver a prática do projeto, eles realizaram entrevistas com produtores nas proximidades da escola, no Assentamento Tamarineiro I, onde moram. Depois disso, pesquisaram a melhor plataforma para desenvolver o aplicativo.


Também na categoria Engenharia e Ciências Agrárias no nível de Ensino Fundamental, a mesma escola conquistou o segundo lugar com o projeto “Compostagem – Produzindo adubo orgânico”. A pesquisa foi orientada pela professora Márcia Aparecida Campos Chaparro e desenvolvida pelos alunos Luiz José do Couto Pereira, Fabrício Charupá e Thiago Weinderson de Souza, com idades de 12 e 13 anos, dos 6º e 7º anos.

 



Fabrício explicou que o objetivo do projeto foi fazer com que o morador da zona rural possa reaproveitar os alimentos que são desperdiçados, transformando-os em adubo orgânico. “Muitas pessoas da zona rural, quando o alimento cresce e não dá para tirar mais, elas dão para os porcos. No entanto, podem colocar em uma composteira para fazer o processo e se transformar em adubo”, explicou o estudante.


O processo para transformação em adubo foi explicado pelo aluno Luiz José. “Primeiro, você tem que colocar a terra preta e colocar acima dela um pouquinho de terra normal, aí pode colocar restos de alimentos como cascas de mandioca, de ovos, raspas de cenoura, tudo, menos ácidos porque o ácido vai deixar o chorume muito forte”. Pegando a deixa, Thiago Weiderson continuou a explicação. “Depois de tudo, o esterco já está pronto. O adubo tem que ser mexido por um mês para ficar essencial para a adubação da planta. Depois desse tempo, vai sair dele o chorume que pode ser diluído na água para usar como adubo em estado líquido. Fizemos teste em orquídeas com o chorume diluído e deu certo, porque é essencial para a nutrição das raízes das plantas”, explicou mostrando a orquídea.


Para os três estudantes, o projeto é interessante não apenas para a comunidade da zona rural, mas também urbana “para que eles pensem em um futuro melhor para suas crianças”, disse Fabrício. Os alunos também disseram que com o projeto querem valorizar mais a agricultura familiar e oferecer possibilidade para os produtores não utilizarem produtos químicos que prejudicam a saúde humana. “Esse projeto é tão importante que um homem veio aqui e queria comprar a composteira com tudo pronto e tivemos que dizer que por enquanto não está à venda, mas depois a gente dá um jeito”, contou sorrindo o estudante Luiz José.


Ainda da Escola Municipal Eutrópia Gomes Pedroso, o projeto “Meu corpo, seu corpo: Limites, construções e respeito” conquistou o 3º lugar na categoria Ciências Humanas e Sociais de nível Fundamental. Pesquisa orientada pela professora Mayara Mayda Vaz Coutinho e realizada pelos estudantes Samara Divino Santana, Keyla V. Nere da Silva e Silva e Weslen da Rocha Silva.


Nas escolas urbanas


Enquanto isso, pela Escola Municipal Pedro Paulo de Medeiros foram desenvolvidos dois projetos. Um deles, do estudante Gustavo Borges, teve o tema “Observação das espécies de traças de quintal”. Já o projeto “Jogo Regra na Cuca” conquistou o 3º lugar na categoria Ciências Exatas e da Terra no nível Fundamental. Ele foi realizado pelos estudantes do 7º ano Ângelo Antonio Leite, Herman Aponte Monteiro Neto e Giovanna Maarouf Fenuchi. A pesquisa teve orientação da professora Rosilene Franco Moreira da Silva e teve como objetivo ajudar os estudantes a compreenderem melhor o uso dos sinais na matemática construindo jogo com dados e cartas de baralho.


“Foi muito interessante desenvolver esse projeto na aula de matemática porque os alunos aprendem as regras de sinais e há uma dificuldade muito grande e foi em cima disso que eles montaram o projeto comigo”, disse a professora Rosilene. Foi a primeira vez que os estudantes, entre 12 e 13 anos, participaram de uma Feira de Ciências. “Eles se sentiram gratos e ficaram emocionados ao verem outros projetos. Quem fez a avaliação foram professores da Universidade e foi bem criteriosa. Com certeza eles estavam muito felizes e foi uma experiência muito boa para eles”, completou. À frente da escola está a diretora Tânia Maria da Costa Guimarães.

 



Na mesma categoria Ciências Exatas e da Terra no nível Fundamental, a Escola Municipal Cássio Leite de Barros conquistou o 1º lugar com o projeto “Matemática e Arduino, juntos solucionando um problema”, desenvolvido pelo estudante Adam Moisés Conceição dos Santos, do 9º ano. O projeto teve parceria com o acadêmico de Sistemas de Informação da UFMS Luiz Alexandre dos Santos. A orientação foi do professor José Márcio Rojas. Atualmente, Clarice de Jesus Ortiz é a gestora da instituição.

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