Rede de Atenção Psicossocial promove ações sobre saúde mental

A Rede de Atenção Psicossocial de Corumbá comemorou o Dia Mundial da Saúde Mental com palestras sobre saúde mental, minicurso de primeiros socorros e manejo de crises, confraternização com familiares e pacientes do CAPS i e roda de conversa. A data é celebrada no dia 10 de outubro, mas as atividades foram realizadas na segunda e terça-feira, dias 09 e 10, com o objetivo de alertar sobre a gravidade das doenças mentais e a importância do tratamento. A finalidade também foi disseminar informações e diminuir o preconceito e estigma que gira em torno das doenças emocionais.

 

“Esse dia de reflexão serve para falarmos sobre coisas aparentemente fáceis de constatar, mas difíceis de serem admitidas e de conversar socialmente sobre elas. É comum acharmos que tristeza, desânimo, vontade de chorar sem motivo aparente e isolamento são situações normais e passageiras ou no mínimo ‘coisa de gente fraca’. Isso nos preocupa porque há um preconceito em torno das doenças mentais. Sentir-se triste e desanimado por dias consecutivos não é normal, nem coisa de gente fraca e sem coragem. São sintomas que indicam que a pessoa precisa procurar os serviços de saúde. Há também pessoas com alta ansiedade, agressividade, com medos excessivos, fobias, obsessão ou muito agitadas e que precisam de ajuda”, afirmou Marci Eliane de Melo Oliveira, coordenadora do Núcleo de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde.

 

Em Corumbá, a Rede de Atenção Psicossocial conta com três modalidades de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), onde pessoas que precisam de ajuda médica e psicológica podem ser tratadas. O CAPS II “José Fragelli”, coordenado por Elaine Herrera Zani, trata de adultos, a partir dos 18 anos, com transtornos mentais persistentes e severos. O CAPS ad, coordenado por Leysianne Pereira Martins, trata de adultos com problemas de vício em álcool e drogas. O CAPS i, coordenado por Daianny Garcia do Nascimento, realiza tratamento com crianças e adolescentes com transtornos mentais severos e persistentes, como também com pacientes nessa faixa etária com problemas com álcool e drogas. Além dos CAPS, há no Município o Serviço Residencial Terapêutico, para receber pessoas egressas de hospitais psiquiátricos com intenção de longa data, no mínimo dois anos, que já não têm mais vínculos familiares. Esse serviço é uma extensão do CAPS II. Além disso, há seis leitos psiquiátricos na Santa Casa, que contribui para a estabilização dos pacientes.

 

“Nem todas as pessoas que apresentam sintomas de transtorno mental devem procurar o CAPS. O Município conta com Unidades Básicas de Saúde com equipes que podem avaliar cada caso e encaminhar ao Centro de Especialidades Médicas, onde há dois profissionais de psiquiatria e psicólogos, ou ao próprio CAPS, se for o caso”, explicou Marci Eliane. Ela frisou que no CAPS o tratamento é voluntário, ninguém é forçado a ser atendido pelos Centro de Atenção Psicossocial. “Para o sucesso do tratamento, é muito importante a vontade do paciente e imprescindível o envolvimento e acompanhamento da família. No local, a pessoa pode chegar sem nenhum encaminhamento, por vontade própria. Há equipe multiprofissional para fazer acolhimento e escuta qualificada”.

 

Marci lembrou que a depressão é um transtorno mental que tem prejudicado a vida de muitas pessoas atualmente e é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma das doenças mais incapacitantes do mundo. “Está na hora de termos um olhar mais cuidadoso para dentro de nós mesmos, para nossos familiares, amigos, vizinhos. É importante conversar sobre isso e não hesitar em procurar os serviços de saúde diante de qualquer mudança brusca de comportamento, afinal, fomos feitos para viver com qualidade de vida e isso inclui o prazer de estar vivo”, finalizou a coordenadora do Núcleo de Saúde Mental, vinculado à Gerência de Atenção à Saúde, atualmente gerenciada por Rosemarie Dias Fernades.

 

No dia 09, no CAPS i, houve palestra com adolescentes, minicurso de primeiros socorros e manejo de crises. No dia 10, confraternização com pacientes e familiares marcou a data no CAPS i, quando também foi promovida oficina de brinquedos e pintura facial. Em paralelo, houve palestra sobre saúde mental a estudantes do IFMS. No CAPS II, aconteceu roda de conversa sobre a importância do cuidado com a saúde mental.

 

No Brasil, a Política Nacional de Saúde Mental, apoiada na Lei 10.216/02, busca consolidar modelo de atenção à saúde mental aberto, que garante livre circulação de pessoas com transtornos mentais pelos serviços, comunidade e cidade, e oferece cuidados com base nos recursos que a comunidade oferece. Os municípios se apoiam na Lei Federal para aplicar os serviços de saúde mental à poulação.

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