Tecnologia LED tem eficiência luminosa maior, conforme Inmetro

Em 1962, o engenheiro estadunidense Nick Holoniak Junior desenvolveu a primeira lâmpada LED, mas só existia nas cores vermelha, amarela e verde, que foram bastante usadas em sinalizações. Nick é considerado o “pai do LED”. Cerca de 30 anos depois, o japonês Shuji Nakamura conseguiu desenvolver a iluminação LED na cor azul e posteriormente na branca. Esse avanço tornou possível o desenvolvimento para o LED que existe hoje. Pouco depois, o LED passou a ter finalidade real de iluminação. Essa tecnologia está presente no dia a dia do brasileiro e, muitas vezes, passa imperceptível. Nos computadores domésticos, nas televisões, em lanternas, na iluminação de residências, escritórios, nos salões de festas, em todo lugar.

 

Há cerca de dez anos, as primeiras cidades no mundo iniciaram a troca de lâmpadas da iluminação pública para a tecnologia de LED. Isso por causa da iluminação mais nítida aos olhos humanos, o que garante mais segurança, e também por causa da preservação do meio ambiente, já que a nova tecnologia não apresenta substâncias tóxicas. Em Corumbá, a revitalização da iluminação pública acontece há cerca de dez dias e prevê a troca de 9 mil lâmpadas pela tecnologia LED. O processo está sendo realizado pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisp) da Prefeitura de Corumbá paralelamente à manutenção das lâmpadas.

 

“Os níveis de iluminamento da lâmpada LED quanto da amarela, que na verdade é lâmpada de vapores metálicos de sódio, é o mesmo. A diferença é que uma é alaranjada e o LED é branco, não há diferença de níveis de iluminamento, isso é fato. Além da troca das lâmpadas, estamos montado equipe de poda que vai fazer o serviço na rua América, entre a Tiradentes e Frei Mariano, e por todo o percurso por onde está sendo feita a troca para o sistema de LED porque as árvores sem poda atrapalham tanto a iluminação por vapores metálicos quanto está atrapalhando o LED”, afirmou o engenheiro eletricista Luiz Fernando Moreira, gerente de Serviços Públicos da Sisp.

 

De acordo com ele, falhas que aconteceram no primeiro momento de montagem são normais, visto que, no início de qualquer mudança de sistemas problemas podem acontecer. “Estamos cientes de algumas falhas e estamos corrigindo. No início de um trabalho, isso pode acontecer. É bom lembrar que a manutenção está sendo feita simultaneamente à implantação do LED, tanto é que a manutenção está sendo feita à noite, para que a equipe não pare. Há equipe trabalhando de manhã e à tarde na troca da iluminação e à noite na manutenção”.

 

Dentro das próximas duas semanas, o que ficou atrasado da manutenção será colocado em dia, conforme Luiz Fernando. O atraso ocorreu por causa da troca de empresa prestadora do serviço. “É normal as pessoas estranharem a nova cor da iluminação, mas é questão de costume. Quando pelo Brasil afora foram trocadas as lâmpadas para a cor laranja, devido à vida útil mais longa delas, a população também estranhou. Antes delas eram as brancas de mercúrio, que saíram do mercado também por causa da substância contaminante. O objetivo principal da iluminação pública é a segurança e o fluxo nas vias. O nível de iluminamento nas vias tem diferenças, por exemplo, as vias de fluxo maior tem iluminamento maior do que em alamedas, conforme norma técnica”.

 

Cidades mais desenvolvidas do mundo estão adotando a tecnologia


Os Light Emitting Diodes (LED) são componentes eletrônicos que geram luz com baixo consumo de energia. De acordo com o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), vinculado ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, a lâmpada LED é mais econômica porque sua eficiência luminosa é maior do que a das outras lâmpadas. Ou seja, gasta menos energia para gerar a mesma iluminação. As LED podem durar, dependendo do modelo, pelo menos vinte e cinco vezes mais do que as lâmpadas incandescentes e quatro vezes mais do que as fluorescentes compactas.

 

Além disso, as lâmpadas LED geram menor risco para a saúde dos consumidores e para o meio ambiente, pois não contêm mercúrio na sua constituição, como é o caso das fluorescentes compactas. Podem, inclusive, ser descartadas em lixo comum. Elas também possuem várias outras vantagens em relação às outras tecnologias: não emitem radiação ultravioleta e infravermelha (sendo mais confortável para os olhos) e são mais difíceis de quebrar.  O custo das lâmpadas ainda é mais alto, mas, considerando o baixo custo de sua manutenção – em função da maior durabilidade – e a redução do custo na conta de luz, o gasto maior na sua compra é compensado.

 

Uma das primeiras cidades do mundo a ter 100% de sua iluminação pública com LED é a capital portuguesa Coimbra, fato que aconteceu em 2015. No entanto, a instalação LED já havia sido implantada, em 2007, na província de Torraca, na Itália, vilarejo de pouco mais de mil habitantes. Na cidadezinha italiana, 700 lâmpadas LED resultaram na economia de 70% de energia elétrica. Na aldeia italiana, a mudança para tecnologia LED aconteceu pela iniciativa da gestão municipal que se comprometeu a focar na proteção ambiental e no desenvolvimento sustentável.

 

Conforme o site Sustaintable Cities, por causa da inovação, a Universidade de Nápoles Federico II firmou parceria com a cidade de Torraca para o desenvolvimento do curso de mestrado “Legislação Técnica e Ambiental sobre Energias Renováveis” e do curso de licenciatura em “Ciências Políticas: Cooperação Internacional para o Meio Ambiente e Energia”. Os investimentos em LED fazem com que Torraca, hoje, atraia empresários, engenheiros, designers e pesquisadores acadêmicos locais e internacionais.

 

A troca de lâmpadas é política adotada também em locais como Nova York, Los Angeles, Birmingham e Buenos Aires. Em Maceió, uma das capitais brasileiras onde o turismo é bastante movimentado, o processo de instalação de LED em vias urbanas teve início no mês de setembro. Todas as principais cidades do mundo e do Brasil estão adotando a tecnologia LED em sua iluminação pública e Corumbá não poderia ficar fora desse processo. O projeto de revitalização da iluminação do município pantaneiro foi baseado no programa nacional de gestão de iluminação pública do Instituto Brasileiro de Administração Municipal. Em Corumbá, além de gerar mais beleza ao município, que arrecada milhões de reais ao ano com turismo, oferecerá mais segurança e economia.

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