A Imperatriz Corumbaense passou pela avenida realizando uma merecida exaltação a um cantor local que lutou bastante pela vida logo após seu nascimento. “Durvalino, o Garganta de Ouro do Pantanal, dá o tom da Imperatriz” foi o enredo da penúltima escola de samba a desfilar, já durante a madrugada de terça-feira, 13 de fevereiro.
Com o desfile, o público que lotou a passarela do samba soube que o corumbaense Durvalino Leite da Silva teve paralisia infantil e foi desenganado pelo médico. Ficou um ano internado, conseguiu sobreviver e hoje é funcionário público, há 35 anos trabalha como inspetor e atua na Escola Municipal Delcídio do Amaral. Teve a honra de ser convidado para fazer parte dos músicos da dupla de Milionário e José Rico, mas, por amor à cidade e à mãe, que foi para um plano superior em janeiro deste ano, não quis sair de Corumbá.
“A mão dos anjos pela mão do homem” foi representada pelos 12 componentes da Comissão de Frente. Os bailarinos retratou o momento mais delicado da vida de Durvalino, quando foi vítima da paralisia infantil. Os anjos mostram a interseção de Deus no menino e a providência humana através da figura do Zé Gotinha, que simboliza a vacina que trata o mal.
Carro abre-alas ‘Fé na Santa Mãe’ mostrou a história contada por Durvalino, de que ele deve a vida a uma promessa da mãe, feita a Nossa Senhora Aparecida, que intercedeu por ele e aquele frágil menino hoje tem a voz vigorosa nos palcos da cidade. Alegoria seguida pela ala das baianas simbolizando ‘Nossa Senhora Aparecida, Rogai por Nós’.
Fantasiados de ‘Cantor Sertanejo’ – trajes típicos da década de 70 –, os 75 ritmistas da bateria comandada por mestre Daniel, exaltaram a paixão pela música vivida pelo homenageado. Rainha de Bateria Cecilia Santana desfilou representando a ‘Inspiração para Cantar’. Numa sequência de alas, desfile da Imperatriz apresentou as musas dos bailes sertanejos e as escolas pelas quais Durvalino estudou e participou da vida musical.
Segundo carro foi o ‘La barranca, Primeiros Palcos’. Local onde o cantor criou fama na cidade. O La Barranca, ficava localizado na avenida General Rondon, palco dos desfiles, foi um desses palcos, que atraia grande público e onde a jovem promessa se consolidava no circuito artístico de Corumbá. Alas seguintes retrataram Notas musicais; Música Caipira e Repertório Romântico.
Escola reviveu momentos da vida noturna e cantor da madrugada. Trouxe o carro alegórico ‘Cris Boate’, que era casa noturna mais importante da época, que servia entre outras coisas, drinks, petiscos e divertimentos mais quentes. Um dos ‘crooners’ do espaço era exatamente Durvalino, e o carro alegórico reproduziu o cenário do local, com todas as opções de lazer existentes.
Paixão pelo futebol, pelo Flamengo e o apoio da família iniciaram sequência final do desfile da Imperatriz. Apresentação terminou com passagem do carro alegórico ‘Arthur Marinho – A consagração do Artista’. Alegoria mostrou o local que Durvalino ficou conhecido, pela voz de Jonas de Lima, como o “Garganta de Ouro do Pantanal”, ao abrir show de Milionário e José Rico para mais de 25 mil pessoas.
Ficha Técnica
Presidente: Victória Lorrayne
Carnavalesco: Jonilson Arguelho
Diretor de Carnaval: Alfredo de Sartory e Geraldo Albaneze
Enredo: “Durvalino, o Garganta de Ouro do Pantanal, dá o tom da Imperatriz”
Autor do Samba-Enredo: Victor Raphael e Pedrão
Mestre de Bateria: (ainda sem definição)
Ritmistas: 70
Rainha da Bateria: Cecília Santana
Alas: 14
Componentes: 600
Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Valdivino e Dayse
Carros Alegóricos: 04
Fundação: 22/02/2007