O desfile dos blocos oficiais marcou a terceira noite do carnaval corumbaense. Por mais de seis horas, quase 10 mil pessoas, em onze agremiações, cruzaram a passarela do samba – formada pela rua Frei Mariano e avenida General Rondon – e confirmaram que a Folia de Momo de Corumbá é a melhor do Centro-Oeste brasileiro. A apresentação dos blocos filiados começou na noite do sábado, 10, e só terminou no meio da madrugada do domingo, 11 de fevereiro.
Primeiro a pisar na passarela do samba, o bloco Oliveira Somos Nós homenageou a maior torcida de futebol do Pantanal sul-mato-grossense: a Torcida do Corumbaense Futebol Clube. Fundada em 1992, a Associação Cultural e Esportiva Bloco Oliveira Somos Nós fez um desfile dividido em quatro cores: uma na diretoria, outra na bateria, e mais duas alas com cores diferentes, além das bandeirinhas.
O Afro Samba Reggae levou para a avenida um tema bem atual: a valorização dos professores. A agremiação chamou a atenção popular para a necessidade de valorização e respeito dos professores pelos alunos. O bloco destacou que os professores são “nossos mestres e nos ensinam”.
O mais antigo bloco de carnaval de Corumbá, o Flor de Abacate – que completou 52 anos de fundação no dia 16 de janeiro – trouxe uma justa homenagem a Darci Ferri, uma das principais organizadoras dos desfiles da entidade, falecida no ano passado. Ela se encarregava da confecção dos adereços, dos enfeites dos vestidos e participou por mais de 30 anos do bloco. O Flor manteve uma de suas mais tradicionais características, que é a ausência de camiseta oficial. Os componentes desfilaram com o famoso sarongue, espécie de saiote com tecido cortado de forma retangular e costurado só de um lado, preso com cadarço.
Os Intocáveis foi a quarta agremiação a se apresentar. Levou para a avenida o tema “Axé”. Com samba composto por Pedro Jorge, o Pedrão, em 2011, seus integrantes fizeram uma homenagem ao compositor e arranjador.
Campeão do desfile de 2017, o Nação Zumbi foi o quinto bloco a desfilar, por escolha própria. Com composição de Victor Raphael, levou ao público um tema polêmico e muito atual: Direitos Trabalhistas. Fez um alerta buscando mostrar que esses direitos podem estar sendo deixados de lado.
O sexto bloco a desfilar foi o Águia da Vila com o tema “Pantanal Ecológico”. A letra do samba-enredo foi escrita por Salvador e o compositor é o Lilico, que também foi o intérprete da música.
Inspirado na vitória do time da casa no Estadual de 2017, o bloco Arthur Marinho cantou as conquistas do Carijó da Avenida com o tema “Corumbaense bicampeão sul-mato-grossense”. “O Arthur Marinho sempre fala sobre temáticas em voga e a diretoria resolveu este ano homenagear uma das paixões da cidade”, afirmou Paulino Souza Benevides Filho, presidente do bloco e compositor do samba-enredo.
O oitavo a se apresentar foi o Bola Preta, que desde 1969 está presente nos carnavais corumbaenses. “Pantanal sul-mato-grossense” foi o enredo com composição de JB. O bloco contou com cerca de 700 pessoas.
Preservação ambiental foi o tema do Vitória Régia. O bloco falou da preservação do peixe Dourado, a Cota Zero do Dourado, lei que proíbe de pesca o Dourado em Corumbá. O bloco contou com cerca de 850 componentes. Sandro Nemir foi o responsável pelo samba-enredo.
“Saudade que não tem fim” foi o tema do desfile do Clube dos Sem, penúltimo a desfilar. Falecido em novembro de 2017, o então prefeito Ruiter Cunha de Oliveira foi o homenageado da agremiação. O samba relembrou a vida e o legado do ex-prefeito.
Último a se apresentar, o atual vice-campeão, Praia, Bola e Cerveja fez homenagem a Luiz Mário Cambará, um dos fundadores do bloco e autor do samba-enredo de 1982. Na época, ele compôs duas músicas, mas só uma foi usada. Este ano, a segunda composição foi cantada na avenida.