Palestra para estudantes de enfermagem aborda doença falciforme

A “Semana de Prevenção ao Traço e Doença Falciforme” promoveu, na noite da quarta-feira, 11 de abril, palestra para alunos dos cursos técnicos e superior de enfermagem de Corumbá. Organizada pela Prefeitura Municipal por meio da Secretaria Especial de Cidadania e Direitos Humanos através da Coordenadoria de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial, a palestra foi feita pela psicóloga Cláudia Natacha Bassi Dagel, integrante da Associação Corumbaense das Pessoas com Doença Falciforme (ACODFAL).

 

“A doença falciforme é uma doença genética, passada de pai para filho. Desde 2012 há um programa municipal de doença falciforme. Corumbá é um dos poucos municípios do país que tem”, explicou a psicóloga. Coordenadora de Promoção da Igualdade Racial, Maria Angélica de Jesus Timóteo Amorim, disse que a Semana foi legalmente instituída na cidade em a Walthênia Agda da Costa, que faleceu em 2013 vítima da doença falciforme.

 

Maria Angélica destacou que outra ação que integra a Semana de Prevenção será a blitz educativa sobre o tema na sexta-feira, 13 de abril, no cruzamento das ruas Frei Mariano e 13 de Junho, área central da cidade, a partir das 09 horas. O secretário municipal de Saúde, Rogério Leite, assistiu a palestra.


A doença falciforme

 

A doença falciforme é uma doença que passa dos pais para os filhos, e altera os glóbulos vermelhos. Dentro destas células existe um pigmento chamado hemoglobina, que dá a cor vermelha ao sangue e também transporta o oxigênio para todas as partes do corpo. A maioria das pessoas recebe de seus pais hemoglobina normal chamada hemoglobina (A). Como recebe uma parte da mãe e outra do pai, cada pessoa é (AA).

 

As pessoas com doença falciforme recebem de seus pais, hemoglobina anormal chamada hemoglobina (S). Como recebem uma parte do pai e outra da mãe, elas são (SS). O glóbulo vermelho com hemoglobina (S) pode ficar com forma de meia lua ou foice, daí o nome falciforme. Essas células têm sua membrana alterada e rompem-se mais facilmente causando anemia hemolítica – a pessoa fica pálida e com icterícia (branco do olho amarelo).

 

É mais frequente na população negra e seus descendentes, mas ocorre também em brancos; não é contagiosa. As pessoas portadoras necessitam de cuidados especiais de saúde, desde a infância. O traço falciforme não é uma doença. Significa que a pessoa herdou de seus pais a hemoglobina (A) e (S). Como recebeu um tipo da mãe e outro do pai é (AS). É uma pessoa saudável e pode levar uma vida normal.


Sinais e sintomas

 

*Crises dolorosas: dor em ossos, músculos e juntas associadas ou não a infecções, exposições ao frio, esforços.

 

*palidez, cansaço fácil, icterícia: cor amarelada, visível principalmente no branco do olho.

 

*Úlceras (feridas) nas pernas.

 

*Nas crianças pode haver inchaço muito doloroso nas mãos e nos pés. Pode haver também sequestro do sangue no baço causando palidez muito grande, às vezes desmaio e aumento do baço (é uma emergência).

 

*Maior tendência a infecções.


O teste do pezinho

 

O teste do pezinho é um exame rápido de prevenção que coleta gotinhas de sangue do calcanhar do bebê com a finalidade de impedir o desenvolvimento de doenças que, se não tratadas, podem levar à deficiência intelectual e causar outros prejuízos à qualidade de vida das pessoas.

 

Através do teste do pezinho básico podem ser diagnosticadas a Fenilcetonúria, o Hipotireoidismo Congênito, a Doença Falciforme e demais Hemoglobinopatias. A coleta deve ser efetuada na primeira semana de vida da criança e as amostras devem ser enviadas o quanto antes para o laboratório.

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