“Não sei o que seria se não fosse enfermeira”, afirma servidora há 30 anos na profissão

Nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), enfermeiros e técnicos de enfermagem trabalham todos os dias com pacientes hipertensos, diabéticos, acompanham o desenvolvimento de crianças, bem como de mulheres grávidas e cuidam da saúde de idosos. Também recebem pessoas que necessitam de nebulização, vacinação, pequenas suturas e orientações. Participam e promovem campanhas pontuais, atendem pacientes que contraíram doenças transmitidas por mosquitos, que chegam se sentindo mal e que precisam, de alguma forma, do atendimento em saúde.

 

Diferente do setor de urgência e emergência, nas UBS o atendimento é, na maior parte das vezes, tranquilo. Como cada Unidade tem sua área de cobertura, é comum que tanto a equipe de enfermagem quanto os agentes comunitários de saúde e os médicos conheçam seus pacientes e suas famílias. Em uma dessas Unidades trabalha a enfermeira Luciene Benedita de Souza Moraes que desde 2006 atua junto à Prefeitura de Corumbá e é servidora de carreira desde 2008. Porém, sua trajetória profissional já tem 30 anos. Formou-se em Enfermagem pela Universidade Federal Fluminense (UFF) conquistando, na época, a habilitação em Saúde Pública. Mais tarde, especializou-se em Atenção Básica.

 

“Saúde Pública é essa área da Estratégia de Saúde da Família, é o contato que a gente tem com a pessoa. É bacana porque aqui você conhece a pessoa, a família, entra na casa do paciente, isso é gratificante. Você acompanha o processo de trabalho ao longo dos nove meses da gestante, preparando aquela mulher para o parto e depois ela vem com aquele bebezinho. A gente acompanha crianças que assistimos desde bebês, que entram na adolescência, é muito gostoso isso. Tem também a parte dos idosos, homens e mulheres que não aceitam a idade que têm e temos que estar preparados para lidar com isso”, comentou Luciene.

 

Para ela, o que mais caracteriza a enfermagem é a assistência em saúde. “O calor humano, a parte do cuidar, isso é o que acho bonito”, disse. Desde que começou a atuar na Prefeitura de Corumbá, Luciene trabalha na Atenção Básica. Permaneceu por três anos na UBS Fernando Moutinho II, no bairro Cristo Redentor, e posteriormente assumiu a Estratégia Saúde da Família na UBS Luiz Fragelli, onde está há oito anos.

 

“Nós trabalhamos com a promoção da saúde, orientamos as pessoas para não desenvolverem doenças, fazemos o processo de pré-natal, solicitamos exames, encaminhamos se necessário para o Centro de Saúde da Mulher. Depois do bebê nascido, ela retorna e passamos a acompanhar a criança e a continuidade da saúde dela”, disse a enfermeira.

 

Na adolescência, por volta dos 17 anos, quando precisou decidir que carreira seguir, Luciene pensou: “O que posso fazer pelo meu próximo?”, contou. “A primeira coisa que mexe com a pessoa quando quer ser enfermeira é isso, é aquilo que você pode fazer em função do próximo. Não me arrependo. Cada dia gosto mais e me apaixono mais pela profissão. Eu sinceramente não sei o que seria se não fosse enfermeira. Não me vejo em outra profissão”, afirmou Luciene.

 

 

Na UBS Luiz Fragelli, a enfermeira coordena toda a equipe de Estratégia Saúde da Família, planeja atividades, acompanha execução e faz avaliação junto com os agentes comunitários de saúde. Faz gestão das atividades do médico, da equipe de odontologia e da sala da vacina. No entanto, confessou que o que mais gosta mesmo de fazer é a parte da assistência aos pacientes.

 

“Gosto muito do pegar, sentir, assistir, do cuidar. Isso é o que caracteriza a enfermagem. É isso o que me faz sentir bem como enfermeira. São 30 anos nessa profissão e continuo cada dia gostando mais. Temos profissionais na gestão, no atendimento, na assistência, essa profissão é um conjunto de tudo isso, mas, particularmente para mim, enfermagem significa assistir e cuidar”, afirmou Luciene.

 

“Quando você assiste, cuida e aquela pessoa consegue sair daquele problema, é a coisa mais gratificante que existe na profissão. A gente vê muito isso na área hospitalar e aqui na UBS também acompanhamos pacientes. Você vai nas casas, vê aquelas pessoas doentes, orienta, referencia para outro setor e a gente percebe que fizemos nosso papel e cumprimos nossa obrigação. A saúde do paciente é tudo para a gente”, finalizou a enfermeira.

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