Webconferência sobre Manejo Clínico das Leishmaniose Visceral e Tegumentar foi realizada através do núcleo da Telessaúde Brasil Redes de Mato Grosso do Sul. A capacitação aconteceu na tarde de 02 de maio e reuniu, virtualmente, servidores de Secretarias de Saúde de diversos municípios do Estado. Em Corumbá, a atualização aconteceu na Casa dos Conselhos. A aula foi ministrada pela médica infectologista Mariana Garcia Croda, da Superintendência Geral de Atenção à Saúde da Secretaria de Estado de Saúde.
“Todas essas capacitações virtuais são de extrema importância para deixar os profissionais de ponta da saúde mais atentos. A leishmaniose em humanos é um problema grave com casos registrados em todos os Estados do Brasil. Em Corumbá, a Secretaria Municipal de Saúde tem realizado ações práticas e de sensibilização da população para os cuidados que se deve ter contra a proliferação do mosquito transmissor da doença”, afirmou Rogério Leite, secretário municipal de Saúde.
O Telessaúde é um programa do Ministério da Saúde que busca integrar o ensino e serviço por meio de ferramentas e tecnologias da informação e comunicação, com o objetivo de fortalecer e melhorar a qualidade do atendimento da Atenção Básica no Sistema Único de Saúde (SUS). Através do programa, é possível reunir agentes de saúde de todos os municípios do Estado para tratar de diversos temas com especialistas. Trata-se de um meio eficaz, acessível e sem custos financeiros para as Secretarias Municipais de Saúde.
Em Corumbá, o Núcleo de Educação Permanente em Saúde, vinculado à Gerência em Gestão e Operação na Saúde (GGOS), tem promovido ações nos bairros com a finalidade de diminuir a proliferação do mosquito-palha, transmissor da leishmaniose. Geralmente, são atividades realizadas conjuntamente àquelas de combate ao Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika.
A leishmaniose é problema de saúde pública em 85 países nas Américas, Europa, África e Ásia, com registro anual de 0,7 a 1,3 milhão de novos casos. Conforme o Ministério da Saúde, de 1980 a 2014, em todo o Brasil ocorreram 3.453 casos de leishmaniose visceral.
De 2010 até a Semana Epidemiológica 07 de 2018, houve 1.629 casos de leishmaniose visceral em todo o Mato Grosso do Sul, sendo 113 óbitos devido à doença. Em 2017, houve 12 casos em Corumbá, sendo dois óbitos, e 04 em Ladário, com uma morte. Ainda no ano passado foram três óbitos devido à doença em Campo Grande, um em Dourados e um em Três Lagoas. Foram registrados, de 1990 a 2016, 5.548 casos de leishmaniose tegumentar no Estado.
O que é a Leishmaniose
A doença não é contagiosa e pode ser apresentada nas formas tegumentar ou visceral. A transmissão acontece quando fêmeas infectadas picam cães ou outros animais infectados e depois picam o homem, transmitindo o protozoário. A versão tegumentar da doença é a mais comum e provoca úlceras na pele e nas mucosas. Não é tão grave quanto o tipo visceral, que pode levar à morte se a doença não for tratada.
A leishmaniose visceral é uma doença infecciosa sistêmica, caracterizada por febre de longa duração, aumento do fígado e baço, perda de peso, fraqueza, redução da força muscular, anemia e outras manifestações. A doença tem evolução crônica, com acometimento sistêmico e, se não tratada, pode levar a óbito até 90% dos casos.
Como combater a doença
O flebótomo é um mosquito que se prolifera em materiais orgânicos: lixo a céu aberto, frutas que caem ao chão e quintais sujos com fezes de animais, por exemplo. Para combater a doença, é necessário diminuir a possibilidade da proliferação do mosquito fazendo limpeza periódica dos quintais para retirada da matéria orgânica em decomposição (folhas, frutos, fezes de animais e outros entulhos que favoreçam a umidade do solo, locais onde os mosquitos se desenvolvem).
Outra forma de prevenção é destinar adequadamente o lixo orgânico, a fim de impedir o desenvolvimento das larvas dos mosquitos e fazer a limpeza dos abrigos de animais domésticos, além da manutenção de animais domésticos distantes do domicílio, especialmente durante a noite, a fim de reduzir a atração dos flebotomíneos para dentro do domicílio. Há também a possibilidade do uso de inseticida (aplicado nas paredes de domicílios e abrigos de animais). E, por último, o uso do repelente.