FASP 2019: no Jardim da Independência, público vibrou com teatro, circo e dança

A aventura de Douralis, uma peixinha curiosa que decidiu deixar o Pantanal e se aventurar pelos mares, atraiu a atenção da criançada e também dos adultos ao protagonizar uma história divertida e ao mesmo tempo um alerta para os danos ambientais que a humanidade vem causando ao planeta. Esta é a mensagem da peça Navegantes, exibida neste domingo (17), última dia do Festival América do Sul Pantanal (Fasp), em Corumbá.

Montagem recente da Florescer do Cerrado – no Fasp, foi a sétima apresentação -, Navegantes cria um cenário com bonecos e artistas no qual a preservação das águas é o tema central, uma aula de educação ambiental onde se denuncia a degradação do nosso meio e ensina os caminhos para uma vida mais saudável. O drama vivido por Douralis, ao se deparar com óleo, lixo e assoreamento ao chegar ao mar, cria uma incerteza no olhar dos pequenos.

Minhocão do Pantanal

Com direção de Lú Bigatão Rios, música ao vivo de Gustavo Vargas, direção de arte de Anderson Bosh e bonecos e cenários assinados por Wilson Motta, a peça foi apresentada na Praça da Independência, centro de Corumbá, na tenda armada ao lado do coreto. Um bom público, a maioria crianças, prestigiou a atividade do Fasp.

Lu Bigatão ficou feliz pela oportunidade de trazer a montagem para o festival. “Tem tudo a ver com a questão contemporânea da água que vivenciamos aqui, além de ser revigorante participar do festival”, afirma ela, lembrando que a peça fala das lendas locais, como a do minhocão que habitaria o fundo do Rio Paraguai, e da preservação do Pantanal. “Apesar de todos os problemas ambientais, a gente aborda como um lugar harmonioso.”

Navegantes traz uma metáfora sobre relações internas do ser humano, abordando também a degradação ambiental sob o ponto de vista dos animais. Peixes, jacarés, ariranhas, cobras, sapos e até seres mitológicos que integram a cultura local se unem a animais marinhos para falar sobre a luta para viverem em meio ao desaparecimento de matas ciliares, assoreamento, poluição das águas e pesca predatória.

Douralis, a falante peixinha, aguça também a atenção das crianças, enquanto seu parceiro de viagem, o medroso Jacaléguas, desiste da aventura, deixando a amiga sozinha na imensidão das águas marinhas. Ao final feliz, sob aplausos do público, uma reflexão no fechamento das cortinas: sem mudanças de atitudes, o ser humano não terá um futuro de qualidade destruindo a Terra.

H2BOOM

Em um espetáculo com balões de gás, bolinhas de ping pong, mágica, muitas palmas e gargalhadas, o artista uruguaio Mauro Cosenza, apresentou o espetáculo H2BOOM, na tarde de sábado (16), no Jardim da Independência.

Com um enredo que faz o público rir e se surpreender a todo o momento, El Grand Enano (O grande anão) é um excêntrico palhaço que já se apresentou em 24 países e afirmou estar maravilhado pelo festival, e pela receptividade dos corumbaenses.

“Antes de falar do espetáculo é preciso falar da questão humana. Desde a hora que eu cheguei as pessoas aqui me receberam bem e ter essa energia boa é muito importante. Sobre o Festival, tenho a dizer que é algo incrível o que está acontecendo aqui. Desde a produção até o público . As pessoas tem sede de arte”.

Circo Le Chapeau

Circo, teatro, dança e música. Tudo isso em um único espetáculo. “Banana”, do grupo Circo Le Chapeau, é uma mistura de sensações que divertiu o público de todas as idades no dia 15 de novembro, no Palco Jardim da Independência.

“Banana” é um divertido espetáculo de circo contemporâneo, carnavalesco, que mistura elementos das artes cênicas e a música de forma divertida e na linguagem da rua, acessível a todos.

O Circo Le Chapeau é uma companhia que se dedica a apresentação e montagens de espetáculos e números circenses, além de ministrar aulas e oficinas. Foi criado em 2012 pelos artistas Junior De Oliveira e Nicole Rodrigues e atualmente tem sede em Campo Grande e conta também com o artista Pepa Quadrini em seu elenco, além de uma equipe para deixar as produções cada vez melhores. As informações são do site do Festival América do Sul Pantanal.

Fotos: Apolônio Júlio

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