Conhecer projetos, estudos e pesquisas que vêm sendo desenvolvidos por escolas dos assentamentos (Escolas do Campo) e escolas que funcionam no Pantanal (Escola das Águas), este foi o principal objetivo do encontro realizado esta semana na Escola Municipal Rural Paiolzinho. O Paiolzinho é um dos sete assentamentos rurais de Corumbá, e fica na região de fronteira com a Bolívia.
Os estudantes levaram o resultado do conhecimento adquirido durante as aulas didáticas teóricas e práticas e tiveram o acompanhamento dos professores, pedagogos e funcionários das escolas. O prefeito Marcelo Iunes esteve presente, acompanhado pelos vereadores Manoel Resende e André da Farmácia.
“É a oportunidade que temos de ver como os nossos estudantes de escolas rurais estão avançando e a necessidade de a prefeitura investir cada vez mais tanto nas escolas do campo quanto nas escolas das águas”, disse ele. Para Iunes, a escola é uma base sólida que vai preparar crianças e adolescentes para trabalhar com as novidades que se apresentam na produção e as novas tecnologias.
“Hoje a nossa população já consome muito do que é produzido aqui mesmo em Corumbá e, no futuro, queremos produzir tudo em nossa cidade, sem necessidade de comprar de outros estados”, disse ele. O prefeito voltou a falar a respeito do Mercado do Produtor, um projeto que vem sendo viabilizado pela Prefeitura e que será a “casa de comercialização” do agricultor familiar, na cidade.
Durante o evento, vários estandes mostraram trabalhos feitos por alunos em várias áreas. Culinária, artesanato, trabalhos científicos e o conhecimento das plantas e suas utilidades na alimentação, saúde e na conservação do meio ambiente. Muitas mudas foram distribuídas, uma delas a da moringa, árvore de médio porte que tem um alto poder medicinal de prevenção de várias doenças.
Também foram feitas apresentações culturas, a maioria de música e dança, ensaiadas nas escolas e trazidas especialmente para o encontro que contou com a participação de todas as escolas rurais de Corumbá, que trouxeram ao menos uma representação.
“O objetivo é socializar os trabalhos feitos nas escolas porque apesar de serem todas elas escolas do campo, cada uma delas tem uma realidade, tem o seu trabalho diferenciado. Esse momento é para adequarmos todos os trabalhos para que todos saibam o que os outros colegas fazem na sua região”, disse Eliete Ramos Maciel, supervisora das Escolas do Campo.
Para Rosemere dos Santos, gestora das Escolas das Águas, os resultados alcançados pelos alunos, passam pelo amor, dedicação e carinho empreendidos por gestores e professores dessas escolas. “A nossa gratificação é ver um aluno da região ribeirinha, antes sem muitas perspectivas, formado, trabalhando, esse é o sucesso que buscamos sempre alcançar”, explicou.
O objetivo maior das escolas rurais é dar conhecimento aos estudantes para que eles permaneçam no campo, ou nas águas e deem continuidade ao trabalho dos pais, fortalecendo ainda mais a agricultura familiar. Alguns acabam se formando em outras profissões e abandonam a zona rural, outros permanecem nela e ajudam a implantar os avanços do agronegócio.
Sebastião Acosta mora há 29 anos no Assentamento Taquaral. Hoje é acadêmico do curso de Licenciatura em Educação do Campo, uma faculdade que funciona na Universidade Federal da Grande Dourados. “O nosso objetivo é trazer apoio técnico e no âmbito geral para as nossas escolas”, afirmou Sebastião.
O estudante também enfatizou que a educação no campo passa por dois pilares, o humanista e o agroecológico e afirmou que hoje vem sendo possível firmar parcerias com a Prefeitura que têm garantido que tanto a educação quanto a agricultura familiar, tenham maior apoio.