Técnicos da Agência Municipal de Proteção e Defesa Civil e do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Itinerante iniciaram nesta quinta-feira, 22 de fevereiro, uma viagem precursora pelo Pantanal de Corumbá. Os profissionais da Prefeitura vão acompanhar os efeitos da cheia na região e a situação das famílias ribeirinhas residentes às margens do rio Paraguai.
“Estabelecemos um cronograma para o Povo das Águas, que começa já no mês que vem atendendo a região do Taquari. Mas se houver necessidade, podemos fazer um remanejamento e iniciar o trabalho social pela Parte Alta do Pantanal. Isso vai depender do que for avaliado nessa expedição”, afirmou a secretária especial de Cidadania e Direitos Humanos, Beatriz Cavassa de Oliveira, responsável pelo programa.
A missão também vai identificar famílias em situação de extrema pobreza, com necessidades específicas e em condições de vulnerabilidade social. Dessa forma será possível auxiliar e atualizar o Programa de Atendimento Integral à Família, a ser levado a efeito pela citada Secretaria Municipal, em momento seguinte.
A Defesa Civil ainda vai realizar o recadastramento da população que habita naquela região das águas, cuja finalidade é também subsidiar preliminarmente, com informações seguras, a Coordenação do Programa Social “Povo das Águas”. A operação também permitirá realizar o monitoramento in loco do comportamento das águas naqueles ambientes, considerando a inundação gradual atípica que se processa no Rio Paraguai.
Inundação
A Agência Municipal de Proteção e Defesa Civil está acompanhando a inundação gradual do Rio Paraguai, que neste não vem se desenvolvendo com algumas características incomuns, como por exemplo, a chegada antecipada das águas originárias do planalto, mais especificamente na região norte, onde nos últimos tempos tem havido uma precipitação pluviométrica constante e com acentuado volume.
“Acrescenta-se a essa dinâmica as precipitações pluviométricas, que também continuam persistindo no pantanal sul. Os tributários do Rio Paraguai, como os Rios Taquari, Miranda, Aquidauana, Negro e outros que estão tendo níveis expressivos, acabam também de algum modo influenciando e impactando a cheia nesse complexo pantaneiro”, afirmou o diretor-executivo da Defesa Civil, Isaque do Nascimento.
Nesta quinta-feira, 22 de fevereiro, o nível do Rio Paraguai, na régua de aferição do Serviço de Sinalização Náutica do Oeste, é de 3,58 metros, ou seja, 1,56 metros acima de sua cota normal. No ano passado, na mesma data, o nível do Rio Paraguai era de 1,98 metros, de acordo com o mesmo órgão. Contudo, a cota do rio ainda não atingiu o seu nível de alerta, que é de 4,00 metros.
“Em ocorrendo desse estágio, esta Agência Municipal de Proteção e Defesa Civil, emitirá um Boletim de Alerta de Risco, com o objetivo de subsidiar ações de proteção ambiental, o manejo campestre, as atividades econômicas ativas no complexo pantaneiro e programação regional das comunidades tradicionais”, informou Isaque Nascimento.