Vice-campeã do grupo Especial no ano passado, a escola de samba Mocidade Independente da Nova Corumbá apresentou as cores, a vibração, a cultura e a beleza do povo cigano. Com o tema “Optchá, sob um céu de estrelas a sorte da Mocidade”, a Mocidade mostrou a lenda por trás do povo, o misticismo que envolve a mulher cigana e a história da tradição. “Optchá”, na língua cigana significa “Salve”.
Homenageando o povo cigano, a Mocidade trouxe ao público os costumes de um povo livre, que não se fixa em nenhum local e, por isso, já sofreu muito com o preconceito de quem não entende sua cultura. No desfile, Santa Sara Khali, padroeira dos ciganos, foi exaltada. De acordo com a tradição, no início da Era Cristã, Sara estava em um barco à deriva com outros cristãos e afirmou que se sobrevivesse usaria lenço sobre seus cabelos para o resto da vida. Por isso, o hábito das ciganas de usarem bastante o lenço. Oriundos de países da Europa, os ciganos trouxeram ao Brasil sua tradição.
Apresentando a escola, a Comissão de Frente representou “A Caravana da Alegria Chegou!” Coreografados por Edelton Mendes, os 10 bailarinos – divididos em cinco casais – estavam vestidos tipicamente e com coreografia que remeteu as danças ciganas ao redor da fogueira que dão início aos festejos dos Roma. No seu bailado, encenaram situações que lembram à memória afetiva do público, como a leitura das mãos, a alegria e a habilidade para o comércio.
Primeira ala lembrou que a história do povo Cigano começou com o seu expurgo do sudoeste da Índia, onde, sem ter como sediar sua gente, passaram peregrinas de canto em canto, levando consigo toda a bagam cultural, social e os ensinamentos ancestrais dos lugares onde passavam. O carro abre-alas remeteu à A cidade de Sind, berço dos cidadãos sem pátria. Com alusão à arquitetura indiana, retratou um palácio da Índia com toda sua suntuosidade e a cor branca que caracteriza este tipo de obra.
Bateria “Devotos Ciganos”, comandada pelo mestre Diego Rojas, representou a história de Santa Sara Khali e de como nasceu a figura da padroeira do povo Cigano. Alas com passistas apresentou Devotas Ciganas; Os Calons e Cristais à Venda. Segundo carro mostrou o Altar de Santa Sara e o Êxodo ao Brasil, que encenou a fé que acompanha o povo cigano em suas andanças.
Ala das Baianas da Mocidade veio com fantasia ‘A madame da Bola de Cristal’ numa referência a uma das figuras mais emblemáticas do povo cigano, a senhora que lê o futuro e os pensamentos das pessoas através de sua bola de cristal está no imaginário popular de quem rapidamente pensa no povo cigano.
Terceiro carro Festa Cigana trouxe uma das características mais claras dos ciganos que aportaram no país. A alegria com que tratam as pessoas e quando criam vínculos com as pessoas costuma celebrar esses momentos com festas de muita musicalidade e danças.
A Cultura Afro-Brasileira – A Cigana do Oriente, foi o tema do último carro alegórico que encerrou desfile retratando o resultado da miscelânea de culturas dos povos ciganos e o seu acolhimento no Brasil.
Ficha Técnica
Presidente: Fernanda Vanucci
Vice-Presidente: Jefferson Valério (Vavá)
Tesoureiro: Inocente Cândido
Fundação: 22 de Junho de 1999
Cores: Verde, Branco e Vermelho;
Enredo: Optchá, sob um céu de estrelas, a sorte da Mocidade
Total de alas (incluindo: passistas, bateria e baianas): 15
Número de Alegorias: 04
Componentes: 800
Carnavalesco: Comissão De Carnaval (Ricardo Vilalva, Chico Pinheiro e Fernanda Vanucci)
Autores do Samba Enredo: Victor Raphael, Ailson Renan, Edu Chagas, Guga Martins e Reinaldo Bah
Diretor Geral de Carnaval: Maria Lucia Calabria (Morocha)
Diretor de Harmonia: Zé Maria, Rogerio Cesar, Areco, Jobson Bispo
Intérprete Oficial: Edu Chagas
Intérpretes Auxiliares: Braguinha, Hiltinho, Evandro
Músicos: Cavaco: Xandão Do Cavaco e Marcão da Ave Maria
Violão: William
Diretor Geral de Bateria: Robertão
Mestre de Bateria: Diego Rojas
Total de componentes: 120
Mestre Sala e Porta Bandeira: Edélton Mendes e Valessa
Coreografo da Comissão de Frente: Edelton
Costureiras: Nildes, Juceli, Iara e Enilda