O prefeito Ruiter Cunha de Oliveira apresentou nesta sexta-feira, 3 de março, um amplo balanço do Carnaval 2017. O vice-prefeito e diretor-presidente da Fundação de Esportes, Marcelo Iunes, o diretor-presidente da Fundação da Cultura e do Patrimônio Histórico, Luiz Mário Cambará, o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba de Corumbá (Liesco), Zezinho Martinez, e o presidente da Liga Independente dos Blocos Carnavalescos de Corumbá (Liblocc), Catarino Oliveira, participaram do evento, realizado no Sindicato Rural.
Os dados coletados durante toda a festa – que começou no dia 28 de fevereiro com o desfile do bloco Chama o Bombeiro e só termina neste sábado, 4 de março, com o show gospel de Anderson Freire – mostraram a importância do Carnaval não só para a economia da região, mas também para a autoestima da população. Mesmo gastando menos, a cidade ofereceu mais estrutura, reuniu mais pessoas nos eventos e atraiu mais turistas que em anos anteriores.
Ruiter falou ainda sobre os investimentos públicos aplicados na realização da festa, sobre segurança, profissionalização do Carnaval, e dos tramites burocráticos no repasse para as Ligas. Os principais trechos da entrevista coletiva foram:
Investimento Público
“Apostamos e investimos no Carnaval. A estratégia é fazer com que os investimentos que fizemos nesse ano tivessem um resultado significativo, impositivo, conforme teve, e balizando esse resultado positivo, vamos começar a “vender” o nosso Carnaval para a iniciativa privada, que ainda tem uma participação muito diminuta nesse evento. A ideia é fazer com que essa iniciativa privada, que é contemplada pelo evento, seja mais parceria e possa nos apoiar a partir do ano que vem com mais intensidade”
Economia de recursos públicos
“Nós fizemos investimentos e, se comparado aos demais anos, em volume menor e com mais retorno. Sabemos que tem um grande nicho da nossa população que não tem condição de pagar para assistir um show desse porte se o Poder Público não fizer o investimento. Então as pessoas tiveram a condição de ver shows gratuitos de excelente qualidade. E mesmo somando tudo isso, o investimento ainda foi menor que nos anos anteriores”.
Melhorias
“Queremos um Carnaval cada vez melhor. E quando falo nós, incluo todos, não só o Poder Público. Todos aqueles que vivenciam o Carnaval também precisam melhorar, precisam profissionalizar. As agremiações ainda tem espaço para crescer muito ainda. Se compararmos nos últimos dois, por exemplo, da época que estivemos à frente do município, houve muito pouca evolução no que se refere às escolas. Algumas até involuiram em algumas questões.
As escolas precisam de apoio, de espaço, de incentivo para fazerem suas promoções, precisam se organizar, a iniciativa privada também precisa ser mais parceiras das agremiações. É todo um ciclo que precisa estar sintonizado e caminhando na mesma direção. Quando dizemos que queremos trabalhar já desde maio, junho, planejar o Carnaval 208 passa pro tudo isso. É estudar um espaço mais condizente, principalmente para as instituições carnavalescas. Mas também precisa da contrapartida de todo mundo envolvido no Carnaval. É preciso uma profissionalização cada vez maior”.
Alegria popular
“O Carnaval não é só uma festa. A alegria, a espontaneidade do corumbaense estão aí. Graças a Deus isso é o que temos de melhor para oferecer. Nossa matéria-prima principal é a alegria, a espontaneidade e irreverência do corumbaense, que sabe tratar as pessoas, sabe brincar o carnaval. Temos que profissionalizar isso mais um pouco para que tenhamos menos participação do Poder Público na questão financeira e deixar isso a cargo da iniciativa privada e que consigamos ainda assim ter uma festa maior, que agregue mais pessoas”
Presença do Governador
“Tivemos a oportunidade de ter o governador um dia aqui conosco participando da festa. E foi muito bom ele ter vindo, primeiro porque não conhecia, não tinha noção da dimensão do Carnaval de Corumbá e ficou muito bem impressionado com o que viu. Segundo que, quando você vai falar pra alguém que já viu de perto a festa, ele já tem uma outra visão. Tenho certeza que quando formos lá falar do Carnaval a parte técnica, a sensibilidade, o recebimento ao nosso pleito vai ser olhado de forma diferente. De fato o Carnaval não é só festa. É investimento que da retorno a Corumbá e a economia sul-mato-grossense”.
Rapasses
“Hoje existe uma regulamentação que deveria ter sido feito pela gestão anterior. Isso não é só repasse para agremiação do Carnaval. Hoje, com exceção do hospital, qualquer outra entidade que precisar do socorro, do aporte do município, tem que seguir essa Legislação. Repito: não é só repasse para escola de samba, para bloco e cordão, como colocaram. Isso é repasse para qualquer entidade.
Considero isso uma falha gritante de inobservância e de falta de sensibilidade com aquelas instituições que precisam do Poder Público. É uma legislação nacional que obrigou os estados e municípios a alteram a forma de pactuar com as instituições sociais. Foi uma determinação nacional que os estados e municípios deveriam regulamentar. O Estado regulamentou, o município de Corumbá infelizmente não. Essa Lei começou a vigorar a partir d dia 1 de janeiro deste ano. O carnaval foi menos afetado ainda, pois a Liesco é uma só e a Libloco também. Já as organizações sociais sã varias. Estamos correndo para regularizar isso o mais brevemente possível”.
Projeção Carnaval 2018
“O objetivo é conseguir diminuir os investimentos, como fizemos esse anos, sem perder a qualidade. E aqui queria registrar o trabalho da equipe que foi atrás dos principais componentes do custo Carnaval e fomos fazer um trabalho de minuir mesmo esses valores. Estrutura, som, segurança e banheiro químico, são os quesitos que mais importam significativamente no custo. Se pegarmos apenas esses quatro componentes vamos ver que a diferença foi grande.
É ruim quando se compara gasto desse ano com gasto do ano passado. Porque esse ano tivemos situações que não ocorreram anteriormente. Esse ano fizemos transmissão com painéis de Led; trouxemos três bandas nacionais, computando a de amanhã; e mesmo assim o valor ainda ficou menor. Já teve um grande esforço nosso de diminuir valor aplicado em alguns componentes.
No ano que vem, além de buscar o que pode ser economizado, vamos buscar o que pode ser arrecadado, o que podemos ter de patrocínio, de colaboradores. Buscar fazer mais com menos”.
Movimentação econômica
“Mesmo com esse cenário de crise nacional, ainda tivemos números muito positivos. Estamos apostando no turismo de eventos como sendo um importante mecanismo de geração de renda e oportunidades, isso mostra e consolida como um caminho certo. De fato investir em eventos, no turismo, pode ser uma saída alternativa a essa questão das commodities, que hoje nossa economia é muito calcada nisso, e também na importação do gás natural. Isso tras hgoje uma queda muito grande de receita para o município.
Temos, portanto, que buscar alternativas e o turismos e eventos é algo que se coloca como alternativa plausível, viável e portanto precisamos aprimorar, profissionaliza e estudar com mais carinho esse cenário. Isso esta sendo colocado para nossa equipe também e estamos trabalhando para ter, cada vez mais, esse setor muito bem incentivado e estimulado”.
Segurança
“Essa integração entre as Forças de Segurança foi fundamental. Criamos na nossa estrutura administrativa a Agência de Segurança Pública justamente para fazer essa integração. Sabemos que só uma das forças atuando diminui muito seu poder e sua abrangência. Se conseguirmos que a articulação de fato ocorra, como mostrou o Carnaval, quem se beneficia é a população”.