Corumbá na campanha que combate abuso contra a mulher em ônibus

Corumbá inicia campanha “Assédio no ônibus é crime”, uma arma de combate ao assédio sexual que as mulheres sofrem durante os trajetos no ônibus. O lançamento aconteceu na manhã desta sexta-feira, 03, na Estação Transbordo, e contou com as presenças de diversas autoridades, bem como usuários e representantes da Viação Cidade Corumbá.

 

A campanha está sendo realizada pela Prefeitura, por meio da Secretaria de Assistência Social e Cidadania. A coordenação está a cargo da Gerência da Mulher, em parceria com CRAM (Centro de Referência de Atendimento à Mulher) e o CREAS (Centro de Referência Especializado da Assistência Social), com apoio da Viação Cidade Corumbá.

 

A escolha do espaço foi justamente para conscientizar os usuários do transporte quanto ao problema, permitindo assim levar informações à população. Antes do lançamento, aconteceu uma capacitação envolvendo funcionários da empresa responsável pelo transporte coletivo na cidade, a cargo do CRAM e do CREAS.

 

“Foi uma capacitação para os funcionários saibam como agir diante de uma situação como essa. Eles, aparentemente, nos informaram que nunca perceberam nada, ou talvez não tinham um olhar voltado para isso. Mas, para prevenir, resolvemos nos antecipar e orientá-los. Agora eles sabem o que fazer, como dar o apoio a vítima e para onde ela deve ir, o que é muito importante”, disse Rosiene do Espírito Santo, coordenadora do CRAM.

 

Vander Calonga fez o curso e informou que a “campanha é muito boa. Nós temos que perder medo desse assédio e as mulheres precisam perder o medo de denunciar. Precisamos combater esse crime”, revelou. “Antes eu não sabia como lidar com esse tipo de situação, mas hoje eu sei como ajudar uma mulher e indicar onde ela deve ir para buscar ajuda. Antes eu não sabia nem que existia uma lei que me respaldava e a ajudava”, completou Vander.

 

A vice-prefeita Marcia Rolon lembrou que essa capacitação não só contribuiu para o profissional do transporte coletivo, mas também para ele, como homem que “também pode acolher uma mulher, uma vez que ela está tão acostumada com esse tipo de violência que só o fato dele ajudá-la, dando uma orientação e força para que ela não desista de denunciar, já é importante”.

 

A diretora-presidente da Fundação de Desenvolvimento Urbano e Patrimônio Histórico (Fuphan), Maria Clara Scardini, lembrou que o esse tipo de crime não pode ser banalizado, e nem se tornar cotidiano.

 

“Estamos vivendo um momento onde essas situações estão acontecendo com maior frequência. Por isso resolvemos dar início a essa campanha, para que isso não se torne uma coisa normal, e para que as pessoas, não só as mulheres, saibam que podem buscar ajuda, que existe uma lei que as ampara, e que elas devem denunciar sim, pois isso é crime”, comentou Maria.

 

O evento contou com a participação também do delegado regional da Polícia Civil de Corumbá, Gustavo de Oliveira Bueno. “Não poderíamos ficar de fora dessa campanha. Por isso resolvemos dar o nosso apoio porque muitas das mulheres não têm coragem de denunciar e apresentar”, disse, exaltando que a ação é importante porque “muitas vezes, as mulheres não sabem nem aonde ir, e também para que elas conheçam a rede de apoio que o município disponibiliza para esses casos”, concluiu.

 

A delegada da mulher, Thais Cavalcante França, parabenizou a inciativa por levar a informação até a população. “É importante acabar com essa cultura que existe sobre a violência. Somente com as campanhas é que podemos mostrar às mulheres que elas devem denunciar sim, para que os responsáveis sejam punidos”, enfatizou.

 

O evento foi bastante com corrido e entre os presentes estavam também o subsecretário de Assistência Social e Cidadania, Nilo Correa, e a gerente de Políticas Públicas para a Mulher, Cristiane Santana.

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