Vinte e um alunos do 6º ao 9º ano da Escola Municipal Eutrópia Gomes Pedroso realizaram um trabalho de arte urbana nos tapumes que fecham a Praça da Independência durante a requalificação do espaço. Segundo a professora Mayara Coutinho, foi feito um trabalho de artes com intenção de diminuir a pichação nas paredes da escola.
“Eu já tinha percebido que meus alunos tinham um dom para desenhar, pois eles sempre faziam reproduções de alguns desenhos. Só que quando eles começaram a pichar as paredes e cadeiras das escolas, eu resolvi chamar a atenção deles e fiz com que eles realizassem um trabalho sobre pichação e grafitagem, para que eles soubesse que o que eles faziam era errado e que existia outra maneira de se expressar”.
Mayara também lembrou que depois disso os alunos receber oficina de pintura em camisetas. “Foi depois desse curso que eu resolvi perguntar se eles também poderiam expressa a arte deles no tapumes, e quando obtive a confirmação, contei aos meus alunos que ficaram eufóricos para deixar um pouco da sua arte exposta também nesses painéis”.
O aluno Leonilson Sodré Silva, de 15 anos, faz o nono ano e ficou entusiasmado ao saber que iria mostrar a sua arte. “Quando aprendemos a diferença entre a pichação e a grafitagem, fomos conscientizados que estávamos fazendo errado. Todos os alunos foram conscientizados a fazer arte no dia-a-dia, e isso faz com que coloquemos em prática o nosso talento, porque se não colocamos em prática ele pode se perder”.
A diretora Roselene Rodriguez lembrou que a capacitação recebida pelos alunos foi pra sarar a carência que eles tinham. “Como gestora, vejo que o trabalho que realizamos com esses alunos tem que ir além dos muros da escola. Com eles vindo aqui estamos proporcionando um momento de lazer, além de estar evidenciando o trabalho que eles realizam e isso tudo serve de aprendizagem para eles”, disse Roselene, que também agradeceu a secretaria de Assistência Social e Cidadania, que por meio da Gerência de Políticas para a Juventude, deu todo suporte.
A diretora-presidente da Fundação de Desenvolvimento Urbano e Patrimônio Histórico, Maria Clara Scardini, destacou que esse belíssimo trabalho que está sendo realizado pelos alunos da escola rural, vai ser bom para que eles possam ter esse sentimento de pertencimento.
“A intenção era que eles se apropriassem da parte urbana, porque como eles moram na área rural, às vezes se sentem esquecidos, mas temos que lembrar que lá também é Corumbá. Agora tenho certeza que quando passarem pela praça eles vão saber que está lá um pedacinho deles e quando ela inaugurar sei que haverá um novo olhar para esse lugar”.
O gerente de Políticas para a Juventude, Jonathan Franca, lembrou que quando ele recebeu a missão de fazer esse trabalho nos painéis da praça, a ideia inicial era fazer a integração das pessoas com o lugar.
“E hoje essa integração deu mais que certo, pois aqui temos artistas da cidade e várias entidades que conforme foi surgindo os desenhos eles acabaram se oferecendo para contribuir com esses painéis e assim tornar esse pedaço que antes estava sendo pichado numa vitrine repleta de arte”.
A diretora-presidente da Fuphan ainda lembrou que há um estudo onde comprovam uma vez o local limpo e arrumado as pessoas tendem a não depredar o local. “E foi isso o que aconteceu aqui, depois que pintamos as pessoas pararam de pichar e acredito que passaram a contemplar o que realmente é arte”.
As pinturas nas placas de madeira começaram a ser feitas por iniciativa da Fundação de Desenvolvimento Urbano e Patrimônio Histórico (Fuphan), em parceria com a Fundação de Cultura de Corumbá e a Secretaria de Assistência Social e Cidadania (Gerência de Ações para a Juventude).