Atendimentos médicos e alternativos garantem qualidade de vida a ribeirinhos

Exercendo a medicina há mais de 40 anos, Antônio Juliano de Barros é um dos médicos do programa Povo das Águas, que esteve na última semana, atendendo as comunidades da região do Taquari, região de difícil acesso dentro do mapa pantaneiro.

 

Nascido na região, o médico avalia as drásticas mudanças sofridas pela população ao longo das últimas décadas e explica que o Programa Povo das Águas necessita, agora, avançar uma nova etapa ao planejar medidas de médio e longo prazos na área da Saúde.

 

“Nas primeiras viagens, o número de atendimento era absurdo, hoje, é razoável. Se começarmos a diminuir o número de atendimentos significa que o trabalho, a presença nossa está funcionando. Além do atendimento básico, de rotina na área de saúde é preciso que se pense mais profundamente, se não a gente vai passar remédio de verme todo ano para as crianças e não vamos ter resultados práticos, é preciso que se melhore a qualidade da água”, comentou.

 

“A gente tenta mostrar algumas técnicas para melhorar a qualidade de água, como utilizar duas gotas de água sanitária (hipoclorito de sódio). Temos que persistir nesse trabalho educativo de higiene”, avaliou.

 

Essa profunda relação dos ribeirinhos com o fluxo das águas interfere em toda manutenção da saúde. Em época de cheia, como a atual, a interação com água acontece de forma constante, o que implica numa série de problemas. “Percebemos muitos casos de micoses, além de infecções intestinais, principalmente em crianças”, conta.

 

A Prefeitura de Corumbá, por meio da Secretaria de Governo, informou que já recebeu as sugestões do médico do programa Povo das Águas e está estudando uma forma de adquirir materiais, de preferência, filtros, para futura distribuição à população atendida com as ações e, assim melhorar a qualidade da água para consumo nessas localidades. Além disso, afirma que colocará em pauta novas formas de atendimento que supram outras demandas que não sejam emergenciais dessas populações.

 

Sem dor

 

Considerado um tratamento alternativo, a acupuntura está sendo associada ao tratamento médico para o alívio de dores em ribeirinhos que, com a desgastante rotina de trabalho braçal, acabam cometendo excessos posturais.

 

“Como a maioria são pescadores, não é raro relatos de fortes dores nos braços, ombros e costas. Atendemos o caso de uma senhora que convivia há pelo menos 60 dias com uma forte dor nas costas e, após a sessão de acupuntura, ela disse ter saído aliviada”, comenta o fisioterapeuta e acupunturista Marcelo Araújo.

 

“Não podemos nem dizer que houve um receio na aplicação do tratamento que usa as agulhas. Como a região fica distante de qualquer ajuda, quando propomos o tratamento, temos boa receptividade”, diz.

 

Material exclusivo

 

De acordo com o profissional, de forma geral, os homens apresentam quadros recorrentes de dores lombares, enquanto as mulheres, nos ombros. Para evitar o surgimento de novos casos, a ação mais intensificada dentro da fisioterapia é a associada à prevenção.

 

Um material educativo foi confeccionado especialmente para os ribeirinhos, mostrando 10 diferentes formas de alongamento, englobando desde a cabeça até os pés. Os panfletos são distribuídos durante as orientações de como aplicar corretamente cada exercício.

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