Empresária deixa informalidade e já é exemplo de sucesso na cidade

Criado em 2013 pela Prefeitura, o programa “Negócio Legal” já está rendendo bons frutos em Corumbá, contribuindo para que muitas pessoas deixem a informalidade, regularizando seus negócios e se tornando um Microempreendedor Individual. Este é o caso de Cirlene Brandão de Moraes, moradora na Rua Rio Grande do Sul, 34, na Popular Nova, onde montou o “Kitut’s de Cirlene”, empreendimento que está crescendo na cidade.

 

E o sucesso dela já foi reconhecido da Prefeitura, por meio da Secretaria de Indústria e Comércio. No final da manhã dessa quinta-feira, 31, a microempreendedora recebeu a visita do prefeito Paulo Duarte, que foi conhecer o seu empreendimento, acompanhado do secretário Pedro Paulo Marinho de Barros e de integrantes da equipe da pasta.

 

Para o prefeito, Cirlene é um exemplo de mulher de garra e que acreditou no seu potencial e na formalização do seu negócio. “São exemplos como você que temos que mostrar para as outras pessoas que não acreditam que, se ela se formalizar, a vida vai mudar”, destacou.

 

“A dona Cirlene, em apenas seis meses que está no MEI, melhorou seu restaurante e já está se transformando em uma microempresária. É o seu exemplo que vamos levar para todas as pessoas quando me perguntarem se o MEI funciona mesmo”, enfatizou.

 

De acordo com o secretário Pedro Paulo Marinho, a Sala do Empreender trabalha para aumentar ainda mais os casos de sucesso com o MEI. “É por meio do MEI que o profissional acaba tendo maior oportunidade de concorrer no mercado, que está cada vez mais competitivo”, afirmou.

 

O programa em Corumbá está sendo desenvolvido em parceria com o Sebrae/MS e com a Associação Comercial e Empresarial de Corumbá. Conta com apoio do Sicredi, instituição financeira que tem sido importante na viabilização de negócios por parte do microempreendedor. Visa capacitar e orientar o Microempreendedor Individual (MEI), nas áreas de planejamento financeiro, acesso ao crédito, técnicas de vendas, qualidade no atendimento ao cliente, segurança do trabalho, benefícios sociais, preenchimento dos formulários mensais, entre outras.

 

Histórias de sucesso

 

Desde a implantação do programa, Corumbá já registrou grandes histórias de sucesso, de pessoas que viviam na informalidade sem perspectiva de grandes conquistas, que acreditaram e receberam as orientações do MEI, e que hoje conseguiram montar e ampliar seu negócio, tornando-se até mesmo fonte de inspiração para muitos.

 

É o caso de Cirlene Brandão de Moraes. Ela revelou que, após seis meses de cadastro, conseguiu montar, ampliar e já está na fase de transição para se tornar uma microempresa. Mas, para chegar onde está hoje, a empreendedora batalhou muito. Seus ‘kitutes’ já ganharam destaques nas praças de alimentação, durante as festas e eventos na cidade.

 

Ela demorou para deixar a informalidade. Não acreditava que o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) fosse lhe trazer vantagens, e muito menos que não fosse trabalhoso. O processo para esta mudança de vida foi iniciado em dezembro, quando visitou a Sala do Empreendedor, na Secretaria de Indústria e Comércio, para saber o funcionamento do MEI.

 

“Lá recebi explicações sobre o que era e como funcionava. Foi tudo tão fácil e tão rápido, que sai de lá com um CNPJ na mão e as ideias na minha cabeça prontas para serem realizadas”, explicou Cirlene.

 

A empreendedora lembra que a primeira providência foi providenciar uma máquina de cartão de crédito, antes não conseguia ter uma. “Isso foi no dia seguinte do meu cadastro. A máquina foi importante para facilitar mais a vida dos meus clientes”, confessou.

 

 

“Depois de um tempo, o meu restaurante ficou pequeno. Quando chovia era um desespero porque a minha área coberta era muito pequena. Num dia desses de chuva, o gerente do Sicredi (banco onde ela abriu a conta com o cadastro no MEI) estava no restaurante e ao ver o local cheio e um aperto por causa da chuva, me chamou no canto e me convidou para ir ao banco no dia seguinte. Foi quando consegui meu primeiro empréstimo e a primeira providência foi ampliar a área coberta do restaurante”, confidenciou.

 

Adquirindo conhecimentos

 

A empresária revelou também que, mesmo garantindo um bom negócio, a pessoa não pode ficar parada. É preciso estar adquirindo conhecimentos sempre. “As primeiras capacitações que tive foram oferecidas pela Prefeitura antes de todo evento que realizava. Este ano teve o Festival Gastronômico, quando conheci o Chef Marcílio Galeano, consultor em Gastronomia. Acabei me tornando amiga dele e ele me deu dicas de como fazer a minha reforma, e até onde conseguir o melhor preço de produtos em Campo Grande”.

 

As especialidades do “Kitut’s de Cirlene” são os pratos típicos pantaneiros e abre somente à noite. “Esse já é meu segundo cardápio. Mudamos apenas a arte”, disse, mostrando o cardápio da casa. “Meus pratos são tipicamente pantaneiros, e o arroz carreteiro e a paçoca são os que fazem sucesso em qualquer evento, além de uns pratos que a minha família gosta e da famosa moranga com carne seca que coloquei em um grupo de vendas, no Facebook, em julho de 2012, e foi um sucesso”.

 

O diferencial do “Kitut’s de Cirlene” é que o cardápio é bem flexível. “Aqui meus clientes podem mudar alguma coisa, ou então acrescentar. Quero que cada um personalize seu prato. Muitas vezes eu sei quem está aqui jantando, pelo pedido que chega na cozinha. Uma vez, por exemplo, veio um grupo de evangélicos e uma das mulheres, que morria de vontade de comer o peixe a urucum, mas tinha um problema porque eles não comiam pintado, por ser um peixe de couro. Um garçom me chamou me dizendo que ela queria falar comigo e ela me perguntou se eu não podia fazer o prato com algum peixe de escama. Lá fui eu e fiz com o filé de pacu. No domingo seguinte, recebi mais clientes evangélicos. É isso que prezo aqui. Temos que fazer o gosto dos cliente, inclusive oferecendo um caldinho de brinde de segunda a quarta-feira, que são os dias mais tranquilos”.

 

Hoje, com o sucesso de seu restaurante e o aumento do número de funcionários, Cirlene está optando por transformar seu pequeno negócio em uma microempresa. “Não achava que ia sair do MEI. Nunca pensei que fosse crescer tanto em tão pouco tempo. Agora, quando as pessoas me perguntam sobre o MEI, eu tenho orgulho de dizer que eu fui e sempre aconselho as pessoas a fazerem seus cadastros, porque elas também podem vencer, assim como eu”, comemora.

 

De acordo com gerente de Fomento e Produção Industrial, Raul Castelão, Cirlene Brandão de Moraes é um exemplo para o programa desenvolvido pela Prefeitura, “é um exemplo de empreendedora nata, além de ser, é claro, uma cozinheira de mão cheia, que já fazia seus pratos, mas tudo de maneira informal. Ao se tornar uma MEI, soube aproveitar as vantagens e mudou a sua vida”.

 

Raul revelou que Corumbá esta tendo um número significativo de abertura de empresas nos últimos tempos. “Atribuímos a isso, em parte, à formalização do Microempreendedor Individual, como nova forma jurídica de empresa”.

 

Em 2013, foram efetuadas 494 inscrições de MEIs no Município, conforme os dados da Junta Comercial do Mato Grosso do Sul. Desses, 139 procuraram pelos serviços da Sala do Empreendedor, que foi responsável por 30% das formalizações de MEIs na cidade, no ano passado.

 

Para se tornar um MEI, o empreendedor tem que ter uma renda média mensal de R$ 5 mil, até um empregado e nenhum sócio. De acordo com a legislação federal, o MEI goza de isenções de impostos e diversos outros benefícios, como aposentadoria por idade, por invalidez, auxílio doença, auxílio maternidade para empregador e até auxílio reclusão.

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