Com suas belezas naturais, Corumbá encanta artistas durante festival

A cidade de Corumbá, sua paisagem exuberante e seu povo receptivo deixaram marcas nos artistas que integraram a programação do 11º Festival América do Sul, evento neste domingo com o show do grupo Afroreggae, no Palco das Américas, na praça Generoso Ponce.

 

Gaúcho e grande nome da poesia contemporânea brasileira, Fabrício Carpinejar cativou o público que lotou o pátio da escola de artes Moinho Cultura Sul-Americano neste sábado, 03 de maio, para a última manhã do “Quebra-Torto com Letras, evento que une Literatura e um belo café-da-manhã tipicamente pantaneiro.

 

Ele circulou entre o público, arrancou muitas risadas e também reflexões sobre a vida, paixão, amor, entrega e poesia. Dentre várias frases, ele falou sobre a natureza do poeta, sobre a necessidade de se expressar e emendou: “A linguagem é uma arte marcial”.

 

E com essa arte, ele respondeu perguntas, desconcertou alguns presentes e, nesse clima de um bate-papo de uma roda de amigos, cativou a todos, porém ele também foi cativado, pois nas redes sociais postou a foto do evento e escreveu: “Palestra animada e comovente em Corumbá (MS) na manhã de sábado (3/5). Moinho Cultural lotado”. (http://instagram.com/p/nie_LVukY0/)

 

Em entrevista, momento antes de iniciar sua palestra, ele observou que a singularidade geográfica de Corumbá a coloca num patamar em vantagem a demais cidades. “Uma cidade que já está dentro de dois idiomas acho que traz os vários dialetos do Brasil, tanto na música como na Literatura, como nas artes plásticas”, analisou.

 

O artista, que participou de algumas atividades do Festival também como visitante, viveu a outra vertente do evento e com isso presenciou a grande oportunidade de troca cultural que o FAS proporciona aos corumbaenses e moradores da região.

 

“É impressionante porque é uma oferta do Brasil para os moradores. A gente está acostumado a eventos em que uma cidade serve como cenário para a vinda de turistas. Aqui, há um movimento inverso, a produção contemporânea vem para os moradores da cidade, conseguindo sintonizar o que de mais polêmico e reverente e visceral está sendo feito”, observou.

 

“Acho que o Festival América do Sul trata de sedimentar esse relacionamento. Aqui, a gente vê, por exemplo, músicos argentinos, uruguaios, paraguaios e que o público os recebe com o mesmo entusiasmo”, percebeu.

 

O poeta também percorreu de barco o rio Paraguai onde pôde observar a beleza natural do Pantanal. Segundo ele, estar em Corumbá “estimula a observação, a paisagem, a simplicidade ainda mais para quem escreve poesia e crônica”. Prova disso, foram as fotos que Carpinejar postou em seu Instagram. Registros em imagem do por do sol corumbaense com frases essencialmente poéticas: “A paisagem já nasce com filtro. Corumbá (MS)” (http://instagram.com/p/njSVO9Oka-/) e “O sol morre lindo. Corumbá (MS)” (http://instagram.com/p/njLSI5Okev/).

 

Exuberância e gratidão

 

Na mesma manhã, o músico Paulinho Moska, que há 12 anos trabalha a interação entre os artistas sul-americanos através da música, contou e cantou um pouco de sua experiência integracionista.

 

“O Brasil é diferente do resto do mundo, acho que a gente fica tão ocupado em se conhecer, o que é uma tarefa difícil e encantadora ao mesmo tempo, e isso nos ocupa tanto que ficamos escondidos da América do Sul. A importância de um Festival como esse é poder chamar a atenção para esse comportamento necessário tanto para ‘nós’ quanto para ‘eles’ até o momento que não precisaremos dizer mais ‘nós’ e ‘eles’. E que ‘nós’ seja a palavra usada para falar a América do Sul”, disse.

 

“Um festival que promova esse encontro é maravilhoso porque esse encontro não vai ser dar pela política, pela economia, nem pela religião, esse encontro verdadeiro só se dá pela cultura porque ela é exatamente o que a gente faz de nossas vidas”, avaliou o músico ao contar que “pular o muro da fronteira” foi uma tarefa bem mais fácil do que ele imaginava.

 

Sobre Corumbá e sua paisagem pantaneira, o músico, que também esteve no mesmo barco com o poeta Carpinejar percorrendo as águas do Paraguai disse.

 

“Corumbá é essa exuberância de paisagem, te da uma certa horizontalidade. Tem gente que faz terapia, o outro reza, tem o cara que lê, eu viajo, cantando e pra mim a terapia é essa alternar horizontalidade com verticalidade, centros urbanos caóticos com desertos e viver nessa variação de sensações e tentar encontrar não o equilíbrio, mas um desequilíbrio que me sustente”.

 

Moska também fez questão de postar uma foto do por do sol corumbaense com a frase: “Imensidão da alma”. (http://instagram.com/p/njWK7ktZVC/).

 

Por sua vez, a cantora Maria Gadú que se apresentou na noite do sábado, 03 de maio, no Palco das Américas, resumiu sua sensação ao conhecer o cenário pantaneiro de Corumbá. Ela também aproveitou a tarde de folga, antes do show, para seguir no barco pelo rio Paraguai.

 

Em seu Instagram, ela postou uma foto com o cantor Moska no barco e também uma do por do sol de Corumbá com a legenda: “Obrigada Senhor” (http://instagram.com/p/njOnB7gswC/).

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