Problema recorrente em Corumbá, a quantidade de terrenos baldios sujos ou abandonados tem preocupado a Prefeitura. O excesso de lixo, mato e a falta de manutenção acabam atraindo animais peçonhentos e servindo como criadouros para vetores de doenças como dengue e a leishmaniose. E em muitos lugares, a própria vizinhança acaba sendo a principal causadora dessa incomoda situação.
“Aqui o lixeiro passa três vezes por semana. Sempre às terças, quintas e sábados, no período da tarde. Não falha nenhum dia. Mas mesmo assim, algumas pessoas têm o costume de jogar o lixo no terreno aqui da frente”, disse uma moradora da rua Luiz Feitosa Rodrigues, no bairro Guató. “E não adianta falar. Fingem que nem é com eles”, lamentou.
Duas máquinas e dois caminhões da Prefeitura fizeram o serviço de limpeza da área. O mesmo trabalho foi realizado no final da semana passada em uma área localizada na rua Pedro de Medeiros, no Popular Velha. Entretanto, nesta terça-feira um grupo foi flagrado jogando restos de uma árvore e entulho no local.
“Assim fica difícil. Não adianta limpar que quase na mesma hora aparece um para sujar de novo. Não sei mais o que pode ser feito aqui”, reclamou indignado outro morador do local. “É dessa forma a vida inteira. Depois reclamam da dengue, disso e daquilo. Mas na hora de fazer sua parte, são poucos que colaboram”, reforçou.
Equipes do Código de Posturas e da Fundação do Meio Ambiente foram acionadas, mas o grupo deixou o local antes da chegada dos profissionais. Na pressa, eles acabaram deixando parte do tronco da árvore no meio da rua. A Agência Municipal de Trânsito e Transporte (Agetrat) foi chamada para regularizar o trânsito no local.
O trabalho de limpeza pesada está concentrado na parte alta da cidade. Enquanto uma frente atua no Guató, outra ataca os terrenos do conjunto Primavera. A ação acontece durante toda a semana. Em seguida, outra região será atendida pela Prefeitura de Corumbá. Paralelamente, a Seinfra continua autuando os proprietários de terrenos e imóveis abandonados.
O Município até já prepara um série de ações de desapropriação dessas propriedades. No mês passado, o Executivo corumbaense encaminhou ao Ministério Público Estadual uma relação de imóveis localizados na área central, cujos proprietários não atenderam o que determina a Lei 004/91, o Código de Postura do Município.
A decisão foi tomada pela Prefeitura após inúmeras tentativas de fazer com que os proprietários efetuassem a limpeza dos imóveis (terrenos baldios) que são considerados focos em potencial de doenças, entre elas a dengue, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.
O encaminhamento dessa relação ao MPE foi uma determinação do prefeito Paulo Duarte, pelo fato de que as autoridades de saúde pública, já terem detectado que os mesmos, nas condições em que se encontram, colocam a saúde da população em risco, devido ao excesso de focos de proliferação de doenças endêmicas.