A criação da Rota Cultural do Pantanal, proposta surgida inicialmente na 1ª Conferência Intermunicipal de Cultural de Corumbá, realizada em junho de 2013, está prestes a se tornar uma realidade. Depois de ser defendida nas conferências estadual e nacional de cultura, o projeto vem sendo estruturado, com apoio do Sebrae, em reuniões que, além de levantar as potencialidades de cada município integrante, prevê criações de políticas públicas culturais para a região, das quais se destaca o Fundo da Rota do Pantanal.
Representantes e gestores culturais das cidades de Aquidauana, Bodoquena, Corumbá, Coxim, Ladário, Miranda, Sonora, Porto Murtinho e Rio Verde de Mato Grosso estarão reunidos em Corumbá no próximo dia 08 de maio, com o objetivo de definir os moldes jurídicos do conglomerado de municípios pantaneiros, segundo adiantou a vice-prefeita de Corumbá e diretora-presidente da Fundação de Cultura, Márcia Rolon.
“Corumbá está encabeçando essa proposta que saiu daqui e queremos que ela seja a cidade que toque isso para frente em união com todos os municípios que estão alinhados. Juridicamente, vamos resolver como vai ser criada essa associação, esse consórcio, durante o encontro”, afirmou.
Ela destacou o apoio do senador Delcídio do Amaral (PT) que incorporou a defesa da criação da Rota Pantanal, bem como de um fundo de investimentos culturais, como mecanismo de financiamento para concretização de ações nos municípios. O senador já enviou uma carta à ministra da Cultura, Marta Suplicy, ressaltando a necessidade da implantação dos pontos elencados na proposta.
“Conseguimos enviar uma carta ao senador Delcídio pedindo que na lei que está sendo criada de gestão do Pantanal, a cultura fosse contemplada. Com isso, pedimos a criação do Fundo para a Rota do Pantanal, voltado exclusivamente para intercâmbios e crescimento cultural. Estamos caminhando mais rápido do que imaginávamos, começamos no ano passado, em junho, com a Conferência, e em, menos de um ano, esse pedido já está junto à ministra”, contou ao detalhar as etapas do processo de criação da Rota Cultural do Pantanal.
“Vamos ainda, esse mês, ter uma reunião lá no Ministério da Cultura para fortalecer esse pedido e, mais ainda, essa necessidade para criação da Rota, a fim de que o Pantanal seja reconhecido internacionalmente por essas nove cidades”, frisou Rolon.
Identidade pantaneira
Com a criação da Rota, a identidade pantaneira, segundo Márcia Rolon, será reforçada, atingindo os municípios inseridos geograficamente no bioma.
“Mato Grosso do Sul é um estado muito jovem e sua identidade é a diversidade. Não dá pra unificar, dizer que Mato Grosso do Sul é todo pantaneiro, essa diversidade que tem em nosso Estado é que faz ele rico. Com esses municípios chancelados pela Rota, a gente pode buscar ações para mudar números como os trazidos por uma pesquisa da WWF que apontou 89% das pessoas entrevistadas como desconhecedoras sobre qual região do país se situava o Pantanal”.
Os municípios poderão trabalhar com essas características também como produto turístico, inclusive já foi definida a criação de um calendário de eventos e produtos com potencialidades a receber o selo da Rota Cultural do Pantanal.
“Artesanato, festas, e demais produtos foram detectados buscando potencializar cada pedacinho da Rota. Estamos formalizando para consolidação disso e, em menos de um ano, acreditamos que ela já esteja movimentando”, calculou.
Márcia Rolon destacou ainda que, pelo fato de Mato Grosso do Sul, deter a maior porção territorial do Pantanal, precisava de fato sair na frente, fortalecendo o bioma, fomentando a cadeia produtiva e transformando-o em instrumento de desenvolvimento democrático e inclusivo de desenvolvimento.
“Aqui, somos nove municípios que queremos nos consolidar para que, futuramente, busquemos um alinhamento com os municípios de Mato Grosso, atingindo assim todo o bioma na porção brasileira”, disse.