A semana começou com a 1ª Conferência Livre de Corumbá Sobre Migrações e Refúgio: Integração pela Fronteira. O evento está reunindo durante esta segunda-feira, 31 de março, no auditório da unidade da III do Campus do Pantanal (UFMS), refugiados, migrantes, estudiosos, servidores públicos e profissionais envolvidos na temática migratória.
A Prefeitura Municipal, através da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania, ajuda na organização da Conferência que irá selecionar dois representantes para participar do 1º Comigrar, evento que será promovido pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Justiça.
Representando o prefeito Paulo Duarte, a vice-prefeita, Márcia Rolon, que também responde pela Fundação de Cultura de Corumbá, lembrou que ainda é preciso fazer um longo caminho nas questões relacionadas ao migrante.
“O que fazemos, hoje, ainda é muito pouco por isso agradeço ao trabalho da Diocese. Nós não podemos nos manter imóveis e de olhos fechados, então o momento agora é de discutir, pautar propostas para serem defendidas em âmbito nacional. A solução tem que ser endógena, tem que partir daqui as ideias”, disse.
“Precisamos de políticas públicas e que com elas consigamos mensurar, observar, pesquisar e solucionar”, afirmou ao destacar que “a Prefeitura se coloca aberta para, junto com a mobilização da sociedade, construir esse novo momento para a temática migratória.
Corumbá é o único município de Mato Grosso do Sul que está realizando a Conferência preparatória para o Comigrar. As discussões estão divididas em cinco eixos temáticos: Igualdade de tratamento e acesso a serviços e direitos; Inserção social, econômica e produtiva; Cidadania cultural e reconhecimento da diversidade; Abordagem das violações de direitos e meios de prevenção e proteção; Participação social e cidadã, transparência e dados.
De acordo com o professor, Marco Aurélio Machado de Oliveira, coordenador do Mestrado em Estudos Fronteiriços (UFMS), as questões de cunho econômico e político ainda são as que mais promovem o fluxo migratório no mundo.
“A fronteira está se inserindo numa discussão sobre migração e que diferentemente de outros assuntos que são pautados de forma equivocada não é para criminalizar a migração e nem a fronteira, mas sim de reconhecer de que a fronteira é um lugar diferenciado porque as diferenças aqui parecem de forma mais clara. Podemos a partir desse evento, iniciar uma série de debates para que possamos ter as instituições e debates para entender e se relacionar com o migrante”, comentou.
O estudioso avaliou ainda que o desenvolvimento local obrigatoriamente passa por questões que envolvem a migração. “Corumbá já é uma integração que já ocorre em todos os níveis, mas precisamos amadurecer politicamente. A fronteira politicamente não é madura em Corumbá. Quando ela amadurecer, vamos dar grandes saltos de qualidade”, pontuou.
A abertura da 1ª Conferência Livre de Corumbá Sobre Migrações e Refúgio: Integração pela Fronteira também contou com a presença do bispo diocesano Dom Segismundo Martinez Alvarez; do diretor do Campus do Pantanal, Edgar Aparecido da Costa; da secretária municipal de Assistência Social e Cidadania, Andrea Cabral Ulle; do procurador da República, Paulo Henrique Camargos Trazzi; e do representante do Consulado Boliviano em Corumbá, Oscar Cuellar Chocallo.