Prefeitura investiga óbitos por pneumonia e descarta relação entre os casos

A Secretaria Municipal de Saúde de Corumbá está acompanhando todos os óbitos diagnosticados como pneumonia na cidade. Com autorização das famílias, foi recolhido material biológico para análise no Lacem Laboratório Central de Saúde Pública de Mato Grosso do Sul (Lacem-MS). Os testes foram negativos para H1N1, dengue, leptospirose e malária para quatro dos cinco exames coletados. O último resultado ainda não foi concluído pelo laboratório.

 

“Estamos fazendo um processo de investigação minucioso”, afirmou nessa terça-feira, 11, a secretária de Saúde de Corumbá, Dinaci Ranzi, durante entrevista coletiva realizada no Paço Municipal. “Nosso objetivo é esclarecer à sociedade sobre a realidade dos fatos”, continuou Dinaci, explicando que as amostras também foram encaminhadas para outro laboratório de referência nacional. “Além disso, fizemos o mapeamento de todas as famílias onde ocorreram os casos”, reforçou Dinaci.

 

O presidente da Junta Interventora da Santa Casa, Cristiano Ribeiro Xavier, reafirmou o posicionamento do infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, Rivaldo Venâncio da Cruz, que esteve na região e descartou qualquer relação entre as mortes. “Não é uma doença infectocontagiosa. Não temos um único agente etiológico causando essa doença”, disse Cristiano, observando os dados estatísticos registrados nos últimos anos na cidade e em todo o Estado.

 

“Registramos, em média, cerca de 60 óbitos por pneumonia ao ano, uma média de 5 a cada mês”, reforçou. Mesmo descartando a existência de um surto ou epidemia, o médico, que também é presidente da Associação Médica de Corumbá, disse que está sendo implementando um novo protocolo de atendimento no Pronto Socorro.

 

“O que ocorre, muitas vezes, é que a pessoa deixa para procurar o médico quando a doença já está em caso avançado”, apontou o médico Manoel João Oliveira, responsável pelo Centro de Terapia Intensiva (CTI) da Santa Casa. Com o novo protocolo, até os casos menos graves de pneumonia serão acompanhados. “Não é toda pneumonia que leva a internação”, esclareceu Manoel João.

 

Nos casos mais graves, a mortalidade no município está na faixa dos 40%. “No CTI temos uma estrutura com todos os equipamentos para tratamento dos doentes e os melhores remédios disponíveis no mercado para combater esse quadro”, concluiu o médico, destacando que nos últimos seis meses o índice de mortes no CTI da Santa Casa de Corumbá caiu para 13%. 

 

Riad Ali Hamie, médico do Samu, apontou a higiene pessoal e os cuidados básicos como a melhor alternativa para evitar qualquer tipo de doença. “São cuidados simples, mas que muita gente acaba esquecendo, como lavar as mãos, higienizar os alimentos antes de consumi-los, e cuidar dos animais domésticos”, concluiu. Juntamente com os profissionais da Vigilância Epidemiológica do Município e do Estado, Riad acompanhou a visita técnica feita às famílias das vítimas da pneumonia.  

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