Uma oficina de Xilogravura está testando as habilidades de artistas plásticos corumbaenses, crianças e até mesmo acadêmicos. O curso foi iniciado esta semana, na Casa do Artesão, e é uma iniciativa da Prefeitura de Corumbá, por meio da Fundação de Cultura em parceria com o Instituto Acaia. A capacitação vai até o dia 22 de janeiro.
A xilogravura é a arte da gravura na madeira. Esta técnica de impressão consiste em gravar imagens numa madeira macia com instrumentos cortantes (goiva, faca, canivete, estilete, formão, buril).
“O desenho é feito no papel, passado para a madeira com carbono, ou desenhado diretamente na madeira. Em seguida, começa ser talhada para finalização. Depois de gravada, a matriz recebe uma fina camada de tinta espalhada com a ajuda de um rolinho de borracha. Para fazer a impressão, basta posicionar uma folha de papel sobre a prancha entintada e fazer pressão manualmente, esfregando com uma colher de pau. A imagem sempre se inverte, como num carimbo, e a impressão pode-se repetir muitas vezes até que haja o desgaste da madeira”, explicou a coordenadora do instituto Acaia Ynaiá de Barros.
A oficina conta com 25 alunos. “Temos crianças, adolescentes, jovens, adultos, professores e artesãos que, apesar da diversidade, não tiveram muita dificuldade em realizar o trabalho, e isso foi muito interessante”, explica Ynaiá. “E o mais legal disso tudo é que, com a diferença de idade, o repertório de imagens está sendo incrível, desde mensagens para Deus até animais do Pantanal”, completa.
A estudante de pedagogia, Silvia Tais Gonçalves Vieira, de 20 anos, comentou que o curso será importante para a sua profissão. “Como gosto de arte e estudo pedagogia, resolvi aprender essa arte de entalhar desenhos na madeira para, futuramente, ensinar os meus alunos”.
Para a artista plástica Peninha o curso está interessante, apesar de ser necessário praticar mais, “É preciso saber qual é a ferramenta correta que deve ser usada em cada passo. Qualquer deslize pode acabar com o desenho”.
Artesão na área de fibra, Rafael Mosciaro optou em participar da oficina por simples curiosidade. “Não sabia do que se tratava a xilogravura, mas como trabalho com arte, resolvi fazer para aprender uma nova técnica e, após receber as explicações, resolvi me arriscar e vi que não é difícil, apenas precisamos ter domínio do instrumento que corta a madeira”, explicou.
A oficina acontece no período vespertino das 13h30 às 17 horas. Até o final, a instrutora vai repassar novas técnicas para esculpir na madeira, além de ensinar a impressão em tecidos.