Programa responsável pela urbanização de regiões habitadas por famílias de baixa renda na região urbana de Corumbá, desenvolvido pela Prefeitura, o “Se Essa Rua Fosse Minha”, está ganhando mais um na cidade, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – Campus Pantanal. No final de semana o projeto foi apresentado na prática ao diretor do Campus, professor Edgar Aparecido Costa que, atendendo convite da própria Administração Municipal, visitou o Cravo Vermelho III, para conhecer na prática, o que um grupo de moradores daquela localidade está desenvolvendo em benefício da comunidade.
“Eu moro em uma alameda, próximo à Universidade, e lá não tem isso que vocês estão fazendo aqui”, afirmou logo no início do contato com os chamados calceteiros, responsáveis pela pavimentação em lajotas sextavadas das ruas e alamedas do conjunto.
Edgar classificou os calceteiros como verdadeiros ativistas sociais e fez um pedido para que continuem desenvolvendo atividades de forma organizada, como está acontecendo com o “Se Essa Rua Fosse Minha”. “Vocês estão mostrando na prática o que chamados de ativismo social que acontece quando grupos se unem para desenvolver ações para a comunidade”, destacou.
O encontro do diretor do Campus com os calceteiros que estão urbanizando o Cravo Vermelho III, foi viabilizado pela Secretaria de Governo, atendendo uma orientação do prefeito Paulo Duarte. Edgar Costa estava acompanhado da acadêmica de Geografia da UFMS, Cindy Rucheli. Eles foram recebidos no local pelo coordenador do programa “Se Essa Rua Fosse Minha”, Lamartine Figueiredo Costa.
Junto com os demais responsáveis pelo programa, Lamartine convidou os calceteiros para um bate papo descontraído com o diretor do Campus Pantanal, que elogiou o trabalho da equipe, composta por 35 pessoas, que está lajotando sete quadras do conjunto, além de implantar meio fio e calçadas.
Edgar lembrou que desejou conhecer na prática o programa desenvolvido pela Prefeitura, como forma de dar maior brilho à disciplina Geografia Urbana – que estuda a cidade – aplicada dentro da UFMS. A acadêmica Cindy acompanhou de perto, fotografou o trabalho do grupo, e também fez elogios à equipe de ativistas sociais.
Sugeriu aos integrantes do grupo que mantenham esta forma de atuação e, se possível, “montem uma associação para continuar o trabalho, ajudando a desenvolver a comunidade”. O diretor se colocou à disposição, bem como a Universidade Federal, que já parceira da Prefeitura em outros projetos e programas.
Observou que a UFMS já desenvolve outros projetos de pesquisas em apoio às comunidade, como o da produção de hortaliças orgânicas no Assentamento 72, em Ladário. “Lá não se produzia nada. Hoje estão organizados e produzindo hortaliças que tem destinação certa”, citou como exemplo. “Vocês estão no caminho certo, estão melhorando o local em que vivem. Não poder perder esta energia. Vocês devem continuar organizados”, aconselhou, reforçando que a UFMS é parceira no desenvolvimento de um projeto que possa atender este tipo de público.
Cursinho
No encontro, Lindalva da Silva Souza, 30 anos, uma das calceteiras, fez um pedido ao diretor: implantar um cursinho preparatório, a exemplo do que ocorre dentro da Universidade, mais próximo da comunidade. “Lá fica muito longe para nós. Um cursinho como aquele, aqui perto, à noite, seria muito bom para todos nós”, solicitou, pedido este que será analisado com carinho.
Ela fez esta solicitação tendo em vista que a UFMS, em parceria com a Prefeitura, desenvolve o programa Conexão dos Saberes, um curso preparatório que atende jovens de várias regiões da cidade e faz parte da política de inclusão desenvolvida pelo Ministério da Educação (MEC).