A equipe da Fundação do Meio ambiente acompanhou, na manhã desta sexta-feira, 09, pesquisadores de seis países que visitaram a região da Cacimba da Saúde, em Corumbá, para conhecer as fósseis do pequeno animal invertebrado Corumbella weneri, descoberto em 1980 pelo pesquisador alemão Detlef Walde.
O grupo participa do “Corumbá Meeting 2013”, que reúne 43 profissionais da área no debate sobre a era Neoproterozóica nessa região. Hoje eles conheceram mais detalhadamente o sítio arqueológico da Cacimba, localizado às margens da Baia do Tamengo, próximo ao Rio Paraguai, que concentra um importante sítio paleontológico, incluído no Geoparque Estadual Bodoquena-Pantanal.
Como descobridor da Corumbella, o pesquisador e diretor do Instituto de Geociências da UNB, Detlef Walde, explicou a relação do fóssil com a teoria da evolução da espécie humana. “Há 33 anos fizemos estudos na região de Corumbá e diante dessas pesquisas, achamos um fóssil, o primeiro que temos no mundo inteiro, e que conta para nós uma parte da evolução biológica”, explicou Walde.
Sobre o principal desafio em afirmar que Corumbella é sim a primeira manifestação de vida multicelular que existe, o pesquisador afirma: “existem outras linhas de pesquisa e nós estamos discutindo exatamente as comparações, pegando informações passadas na China, EUA e Austrália. Mas todas elas têm apontado Corumbella como a mãe de todas, a mais antiga, a mais diferente”, garantiu Walde.
A geóloga Joana Rodrigues, do Geopark Bodoquena, falou sobre a experiência em pesquisar a região. “Estamos fascinados com esses fósseis de corumbela, pois são muito antigos e mostram a diversidade, o aparecimento da vida e diversificação dela há milhões de anos”, contou Rodrigues, destacando que a área, localizada às margens do rio Paraguai, concentra um importante sítio paleontológico que integra o Geoparque Estadual Bodoquena-Pantanal, criado em 2009.
Projeto
A prefeitura de Corumbá, por meio da Fundação do Meio Ambiente, efetiva a parceria com o Geopark Bodoquena em ações de educação ambiental. “Queremos envolver a comunidade local com as riquezas geológicas da região. Em parceria com a Fundação de Desenvolvimento Urbano e do Patrimônio Histórico (Fuphan), vamos melhorar o acesso de toda orla, reformar a sede da cacimba e atrair o desenvolvimento turístico no local, primando por uma geoconservação”, enfatizou a presidente da Fundação do Meio Ambiente, Luciene Deová.