A proposta de implantação das Escolas Interculturais Bilíngues de Fronteira, sob responsabilidade do Ministério da Educação, em Corumbá e Ladário, juntamente com unidades educacionais de Puerto Suarez e Puerto Quijarro, busca a aplicação dos idiomas e os aspectos culturais do Brasil e da Bolívia. A intenção dos organizadores do projeto em Corumbá é de iniciar os trabalhos já no início do ano letivo de 2012. O assunto foi debatido na manhã desta quinta-feira (8) no Centro de Convenções do Pantanal Miguel Gómez.
De acordo com informações do Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Linguística (Ipol), que coordena o programa no lado do Brasil, o Escolas de Fronteira reúne até o momento cinco países – Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela. Porém, a intenção do Ministério da Educação é levar o projeto para todas as fronteiras interessadas, como é o caso do Brasil e da Bolívia, particularmente em Corumbá, Ladário, Puerto Suarez e Puerto Quijarro. O desafio, segundo o Ipol, é a criação de um modelo de ensino comum, com gestão compartilhada, tendo por foco o bilinguismo e a interculturalidade.
No Escolas de Fronteira, estudantes dos anos iniciais do ensino fundamental têm aula, uma vez por semana, com professores do país vizinho. Os alunos ficam na escola e os professores atravessam a fronteira para dar aula. O trabalho é aplicado de forma que os estudantes devem sugerir perguntas ou problemas da comunidade e que o professor do outro país participe da elaboração de um mapa de atividades. É importante que haja um ensino comum, sem imposições de modelos ou métodos.
Os educadores que atuam no programa recebem assessoria pedagógica para elaborar projetos de ensino-aprendizagem; participam de encontros bilaterais duas vezes por ano para tratar de temas da prática do intercâmbio; e de seminários anuais com palestras e oficinas, e para troca de experiências e exposição de trabalhos.