Moradores do bairro da Cervejaria já estavam programando nova interdição da Alameda Tamengo nesta quarta-feira (17), em péssimas condições de tráfego devido principalmente às obras de ampliação do sistema de abastecimento de água, realizadas pela Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (Sanesul). Foi o que informou, na tarde desta terça-feira, o morador Geraldo Oliveira Rondon, 65 anos. "Fechamos uma vez por três dias e começaram a recuperar os estragos. Depois disso, o pessoal que estava trabalhando aqui sumiu. A gente já estava preparando um novo fechamento para amanhã", comentou.
Logo após saber que o prefeito Ruiter Cunha de Oliveira (PT) havia determinado o embargo de todas as obras do sistema de abastecimento de água que a empresa executa na cidade, Geraldo elogiou a decisão e espera que, a partir de agora, a alameda seja finalmente recuperada. "(A via) está muito feio, não oferece condições de se andar e, ainda por cima, quebraram calçadas e até cavalete de hidrômetro. Isto aconteceu comigo. Falaram que arrumariam e até hoje não voltaram. Esta obra acabou com a gente aqui. Ontem mesmo (segunda-feira) caiu um motoqueiro, depois de bater em um monte de pedra", denunciou.
Após a decisão tomada pelo prefeito, Geraldo não sabe mais se os moradores continuarão com o propósito de interditar novamente a Alameda Tamengo. "Na semana passada, eles começaram a recuperar lá na parte de cima (próximo à Unidade Básica de Saúde Ênio Cunha) e a gente acreditou que agora ia acontecer. Que nada. De repente, sumiu todo mundo e a rua ficou do jeito que estava", informou.
Uma senhora de idade que preferiu não ser identificada também está mais confiante. Ela criticou bastante os serviços executados pela Sanesul, inclusive por instalar os hidrômetros nas calçadas, do lado de fora das casas, e passando a mangueira até por cima do muro. Sobre as condições da rua foi categórica: "À noite não dá nem para sair de casa. A gente corre risco de tropeçar e cair devido aos buracos e às lajotas que eles deixaram amontoadas por todo lado".
Outra moradora que criticou o trabalho realizado na alameda foi Janete Garcia, 59 anos. A dona de casa, residente no número 695 da Tamengo, disse que o drama dos moradores começou quando passou a obra de esgoto na rua. Depois, segundo ela, complicou com a rede de água. "Já teve até acidente de carro aqui", denunciou, mostrando a marca no portão de entrada de sua casa e o muro que teve que ser refeito, já que o veículo foi parar quase dentro de sua garagem.
Além dos estragos na rua, Janete criticou as instalações das ligações domiciliares de água. "Eles estão deixando o cavalete com o hidrômetro para fora de nossas casas. As mangueiras passam por cima do muro ou mesmo pelos buracos que os moradores estão abrindo. Estão fazendo tudo errado. Esses dias me perguntaram se aquela ligação de água era um ‘gato' (clandestina). Disse que sim, mas da Sanesul. Se a empresa pegar alguma coisa irregular, a multa é certa, mas deixa desse jeito", enfatizou, completando: "Sinto saudade de quando a alameda era uma beleza, sem buraco, onde as crianças até jogavam bola. "Agora, até o caminhão de lixo tem dificuldade para passar por aqui".
