Os casais que não desejam mais ter filhos podem ter a oportunidade de participar do programa de Planejamento Familiar. Viabilizado pela Prefeitura Municipal, através da Secretaria Municipal de Saúde, o serviço busca orientar as pessoas que estão em idade fértil, mas não querem aumentar a família, seja por motivos pessoais, de doença ou financeira. O serviço foi retomado por determinação do prefeito Ruiter Cunha de Oliveira (PT) e é disponibilizado no Centro de Saúde da Mulher em Corumbá, localizado na rua XV de Novembro, em frente ao Hospital.
O Planejamento Familiar conta com a atuação de uma psicóloga que repassa orientações de métodos contraceptivos. Antes de tomar a decisão de fazer a laqueadura, no caso das mulheres, ou vasectomia em homens, o casal recebe informações sobre opções de prevenção como os anticoncepcionais, contraceptivos injetáveis, preservativos ou dispositivo intrauterino, popularmente conhecidos como DIU. A profissional também realiza palestras educativas quando solicitada pela unidades de saúde do Município.
Com o casal decidido em passar pelo procedimento cirúrgico (vasectomia ou laqueadura) vários encontros são realizados antes que um dos cônjuges chegue até a mesa de cirurgia, oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital de Corumbá. "São pelo menos três encontros entre o psicólogo e o casal. O objetivo é ter certeza de que não haverá arrependimento por uma das partes. Após dar entrada com o pedido, a cirurgia ocorre em pouco mais de 60 dias, como preconiza a legislação brasileira", disse a psicóloga Flávia Mendes, responsável pelo planejamento familiar no Centro de Saúde da Mulher.
Os dois meses de tramitação foram estipulados pelo Ministério da Saúde para que o casal possa ter tempo de recuar, caso não esteja seguro o suficiente sobre o procedimento, que é definitivo. "Temos casos de pessoas que procuraram o programa há três anos atrás e agora estão retornando", complementou Flávia ao demonstrar que a fazer a cirurgia não é uma decisão tão fácil e devem ser feita esgotadas as opções de métodos contraceptivos.
A psicóloga, durante as entrevistas, questiona sobre o perfil do interessado pelo método de esterilização. Pergunta a quantidade de filhos e os motivos que levaram a tomar a decisão. Entre os documentos necessários para a realização da cirurgia estão autorizações e termos de consentimentos. "Pessoas solteiras também podem participar do programa de Planejamento Familiar", afirma a psicóloga. A lei brasileira estabelece critérios para que a pessoa possa participar do programa.
Questão de saúde
Uma gestação interrompida antes da hora deixou marcas no casal Edemir Cáfaro Rondon e Francisca Ramos Pedroza, ambos representantes comerciais. Casados há quatro anos, tentaram ter um filho para celebrar a união, porém questões de saúde impossibilitaram Francisca de ter terceiro filho, sendo que os outros dois são de um casamento anterior. "Foi muito difícil durante aquela época, mas agora tomar pílula anticoncepcional é inviável, pois passo muito mal com elas", disse Francisca.
A alternativa encontrada por Edemir, que também tem dois filhos frutos de outra relação, foi realizar a vasectomia. "Vi em um jornal que os municípios devem oferecer a cirurgia gratuitamente pela rede pública. Então procurei uma unidade de saúde daqui de Corumbá e o médico me orientou a procurar o planejamento familiar no Centro de Saúde da Mulher", assim, o representante comercial deve realizar, dentre de algumas semanas, o procedimento cirúrgico.