A 11ª edição do Programa Social Povo das Águas começa nesta segunda-feira (18) no Porto Maracangalha, na região de São Domingos Ramos, parte alta do Pantanal corumbaense. A partir das 8 horas, as equipes da Prefeitura de Corumbá disponibilizarão aos moradores ribeirinhos do Rio Paraguai uma série de serviços médicos, odontológicos, sociais e educacionais. Lonas, cestas básicas, kits verdura, casacos e mantas serão entregues, em caráter emergencial, às famílias em situação de vulnerabilidade social.
Na terça-feira, dia 19, o atendimento será no Porto Zequinha, na região do Castelo, também a partir das 8 horas. No dia seguinte, a equipe estará na Escola Municipal Rural Pólo Porto-Esperança Extensão Paraguai Mirim durante o período da manhã. Pela tarde, os trabalhos serão realizados no Porto São Pedro, a partir das 15 horas. No dia 21, quinta-feira, os profissionais chegam ao Porto Sete de Setembro, no Rio São Lourenço, e na Escola Municipal Rural Pólo Porto Esperança-Extensão São Lourenço. Nos dois locais, a ação começa às 8 horas.
Neste ano, esta será a segunda vez que o Povo das Águas beneficia os moradores da parte alta do Pantanal corumbaense. Em maio, no auge da cheia da planície pantaneira, a Prefeitura atendeu 153 famílias. Na época, as dificuldades enfrentadas pelo povo pantaneiro eram enormes. "A água acabou com todas as minhas plantas. Eu tinha bastante mandioca, banana, só que agora está tudo inundado", descreveu Bernardo Tássio, de 81 anos, todos vividos na região da barra do São Lourenço.
Para Ruivaldo Andrade, de 49 anos, nascido na região do Paiaguás, o Programa Social chegou até parte alta do Pantanal em ótima hora. "Está tudo inundado. Só vamos conseguir mexer na terra de agosto em diante. Até lá teríamos que aquentar quietos aqui", comentou o pequeno agricultor. Com a cesta básica e de legumes oferecida pela Prefeitura, a situação dele e da família fica um pouco mais cômoda. "Aproveitei para ir ao dentista. Estava com um problema na gengiva, resolvi e até já peguei remédio", disse.
Para chegar a Corumbá, ele precisa andar cerca de 8 horas de barco com motor pequeno. "Se formos de chalana, a viagem custa R$ 70. Ai tem que ter dinheiro para voltar e arrumar lugar para ficar pela cidade. Fica muito caro, ainda mais para quem não tem salário fixo", avaliou. Apesar das dificuldades, o bisneto do Paiaguás se recusa a deixar o local onde mora. "Não quero abandonar essa vida. Toda minha história, do meu pai e do meu avô, estão aqui. Por isso essa ajuda da Prefeitura é muito importante", afirmou.
Esta também foi a opinião de outros ribeirinhos. "Hoje temos o apoio do prefeito Ruiter. Desde que ele entrou nossa situação melhorou muito". A constatação de Carmo Pillar, 39, incluiu também os investimentos feitos na escola da região do Paraguai Mirim. "Ele está cumprindo tudo que tratou com a gente", reforçou. Ainda em 2011, a parte alta será novamente beneficiada pelo Povo das Águas.
O Programa Social é coordenado pela Secretaria Especial de Integração das Políticas Sociais e envolve as secretarias municipais de Saúde, Educação, Assistência Social e Cidadania, Defesa Civil e a Fundação de Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário. Nesta edição, foram assistidas 153 famílias, sendo que todas são moradoras da parte alta do Rio Paraguai. Mais de 20 profissionais atuam no atendimento da população ribeirinha.