Durante o balanço do primeiro ano de administração da junta interventora no Hospital de Caridade de Corumbá, na manhã desta quinta-feira (12), o prefeito Ruiter Cunha de Oliveira (PT) apontou os critérios técnicos que dificultam a implantação do tratamento de radiologia no Centro de Oncologia Dr. Hugo Costa, mas afirmou que isso pode ocorrer até o fim de maio. "Há quatro anos, estamos funcionando sem o credenciado do Ministério da Saúde, ou seja, eles não reconhecem o serviço por uma serie de fatores. Um dos principais é que tecnicamente se dizia que a cidade, por ter 100 mil habitantes, não poderia ter um setor de oncologia", explicou o prefeito.
Durante reunião com o presidente do Instituto Nacional do Câncer (INCA), Luiz Antônio Santini, ocorrida no início deste mês, Ruiter apresentou as razões para o credenciamento da unidade. "Defendemos nossas especificidades do Pantanal, a distância para os grandes centros, a falta de outro centro de referência em Mato Grosso do Sul, que não seja Campo Grande, que hoje é responsável por receber todos os pacientes do Estado, o que causa um transtorno muito grande para todo mundo", disse o chefe do Executivo municipal.
"Levamos este pleito ao presidente do INCA e ele entendeu o caso e se prontificou a nos apoiar, afirmando-se favorável ao nosso pleito. Além do credenciamento, levamos esta outra etapa da oncologia: a implantação do setor de radioterapia, que também precisa de investimentos muitos grandes, mas que precisa primeiramente do apoio técnico do principal órgão, que é o INCA. Hoje, estão fazendo este estudo e até o fim de maio devem nos dar uma resposta ao pleito de Corumbá", complementou o prefeito.
UTI Neo-Natal
Ruiter confirmou que a construção da UTI Neo-Natal começa assim que a liberação da área seja resolvida. A Prefeitura de Corumbá será responsável por levantar toda a parte física da unidade. "A estrutura é de competência do município resolver e estamos assegurando que vamos fazer. A parte de equipamentos, foi objeto de uma decisão judicial de processo movido pelo Ministério Público, que obrigou o Governo do Estado a fazer esta doação para o nosso município. É uma decisão que esperamos que seja cumprida", disse o prefeito.
Ainda durante a entrevista coletiva realizada na manhã desta quinta-feira (12) em seu gabinete, o chefe do Executivo corumbaense apresentou um extrato da Saúde Pública na cidade. "Hoje dos 100% investidos na Saúde do município, 67% é dinheiro da Prefeitura, 25% são do governo federal e cerca de 8% do Governo Estadual. Há uma disparidade muito grande no investimento. Precisaríamos que o Estado assumisse mais alguns compromissos com Corumbá", comentou.
Ruiter explicou também porque não municipalizou o Hospital de Caridade. "Não assumimos definitivamente o hospital porque, se fizermos isso, infelizmente, estou dando a nossa sociedade um passivo de R$ 12 a 15 milhões. Entendo que quem deve ser responsabilizado são aqueles que administraram a instituição até 12 de maio de 2010. Estas pessoas que passaram a frente do hospital, devem responder por este passivo, não o povo corumbaense".
Atualmente, a Santa Casa tem uma receita de aproximadamente R$ 852 mil por mês. "São R$ 702 mil fruto de contratualização por termos Gestão Plena da Saúde, mais R$ 488 mil do Governo Federal, R$ 67 mil do Governo do Estado e mais R$ 148 mil da Prefeitura de Corumbá, além do pedágio e dos convênios", detalhou o prefeito. O acordo judicial proposto pelo Ministério Público Estadual (MPE) estipula a intervenção durante o período de 2 anos.