Depois de fazer um balanço do primeiro ano de administração da junta interventora do Hospital de Caridade de Corumbá, o prefeito Ruiter Cunha de Oliveira (PT) apresentou os novos projetos traçados para a Santa Casa. A intenção do chefe do Executivo municipal é dotar o maior hospital da região com UTI Neo-Natal, Banco de Leite e Clínica da Criança, Centro de Hemodinâmica e Ressonância Magnética e a implantação do setor de radioterapia no Centro de Oncologia Dr. Hugo Costa.
No caso da UTI Neo-Natal, o terreno já foi comprado dentro da própria área do hospital. Mas a construção deste importante equipamento não é simples. "Quando nós fomos construir a UTI esbarramos na seguinte situação: o Hospital de Caridade, por decorrência de inúmeras dívidas trabalhistas de credores e fornecedores, está com todo o seu terreno, todo seu imóvel penhorado a seus credores", explicou o prefeito.
"Ou seja, se nós construirmos em nome do hospital qualquer situação, esta conquista poderia ser também objeto de penhora pelos credores. Ainda hoje é muito difícil passar recurso para o hospital em virtude da determinação judicial que vários credores conseguiram justamente para bloquear as contas da instituição", complementou Ruiter. Foi necessária uma trabalhosa ação jurídica para viabilizar a aquisição do terreno.
"Tivemos que fazer um decreto desapropriando esta área. Então fomos no Cartório e identificamos todos os credores que penhoraram aquela área. Depois pegamos isso e levamos à Justiça, onde convencemos o juiz de que a UTI é um beneficio a ser feito para toda a população. Depositamos o valor da desapropriação judicialmente, e o juiz vai determinar aquelas empresas que retirem a penhora para passar (a área) em nome do município. Só a partir daí vamos poder construir a UTI Neo-Natal e depois vamos ter que repassar ao hospital, em termos de comodato ou cessão de direito, para que a situação seja completada", detalhou o chefe do Executivo municipal.
E este procedimento deve ser efetuado em toda situação que precisa de uma construção física na unidade hospitalar, como a implantação do Banco de Leite e do setor de Radioterapia. Já a implantação do Centro de Hemodinâmica e Ressonância Magnética depende de um investimento de aproximadamente R$ 8 milhões. "É uma construção diferenciada, que precisa de toda uma proteção, principalmente com a ressonância, que depende de paredes baritadas, de gaiolas especiais para absorverem estes equipamentos. E o próprio preço dos equipamentos, que são caríssimos e que muitos deles não são construídos no pais", disse Ruiter durante entrevista coletiva.
Além do alto custo de construção, a operacionalização do centro é bastante elevada. "A manutenção deste sistema oscila em torno de 350 mil por mês. Então nosso grande desafio é buscar o recurso para viabilizar tudo isso. Estamos montando um recurso dentro da esfera pública, com recurso do município, parceria do Estado e do governo federal, seja através de emenda de nossos parlamentares, seja no próprio orçamento do Ministério da Saúde", reforçou o prefeito, que espera contar também com apoio privado.
"Também buscamos, principalmente, sensibilizar a iniciativa privada, fazer com que as grandes companhias aqui instaladas abracem esta causa. Começamos a conversar com algumas delas, que demonstraram interessadas em participar deste projeto. Então é um grande esforço que todos nos da sociedade corumbaense, dos segmentos público, comercio e industria, para eu possamos fazer esta equação para termos este resultado aqui", reforçou.
Ruiter afirmou ainda que a parte técnica já foi toda aprovada pelos órgãos competentes. "é uma ação que precisa ser apoiada pelo Conselho Municipal de Saúde, que já foi. Precisa também ter o apoio do Conselho Regional do Estado. Isso foi negado a algum tempo atrás, mas graças a apresentação da equipe da Secretaria Municipal de Saúde, foi aprovada a construção da hemodinâmica aqui em corumbá. Agora cabe a todos nós buscarmos a parte financeira para materializar este sonho", concluiu o prefeito corumbaense.