O prefeito Ruiter Cunha de Oliveira (PT) determinou o embargo imediato de todas as obras de saneamento básico conduzidas em Corumbá pela Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (Sanesul), até que esta recupere todas as vias danificadas pela execução dos serviços. A decisão foi tomada no sábado (16), após visita aos locais mais críticos nas principais ruas abertas para a implantação da rede de esgoto, e que já deveriam ter sido restauradas há muitos meses. A lentidão ou falta da recuperação têm deixado as vias em péssimas condições de tráfego e, agravadas pelas chuvas do início deste ano, causam imenso transtorno a condutores e pedestres.
Conforme o prefeito, é preciso uma atitude firme em relação à postura da empresa de insistir em não sanar os problemas resultantes das obras executadas com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal, e do Governo do Estado. "A Sanesul havia se comprometido a recuperar as vias, após insistentes cobranças, mas ao andar pela cidade, principalmente na parte alta, observei que a situação continua exatamente a mesma: algumas das principais ruas continuam abertas, causando dor de cabeça à população. Em alguns pontos, as obras de recuperação estão ocorrendo, mas em ritmo muito lento", desabafou.
Diante da situação, Ruiter decidiu levar adiante as medidas cabíveis para exigir que a Sanesul "respeite os cidadãos corumbaenses", como o embargo das obras de esgoto até que seja elaborado e cumprido integralmente um cronograma de recuperação das vias. No fim de março deste ano, após ele ter anunciado que iria impetrar uma ação na Justiça cobrando a realização dos serviços, a Sanesul garantiu que entregaria as ruas em perfeitas condições. O trabalho foi assegurado pelo próprio secretário estadual de Obras Públicas e Transportes, Wilson Cabral Tavares, ao deputado estadual Paulo Duarte (PT), que havia apresentado a ele um relato da situação.
Diante da sinalização de que o problema seria resolvido prontamente, a Prefeitura suspendeu o plano de iniciar a pavimentação das ruas e cobrar pelos serviços na Justiça. No final de março, uma empresa de engenharia contratada pelo Governo do Estado chegou a iniciar o trabalho na Rua Edu Rocha, após levantamento dos pontos críticos realizado por técnicos da Sanesul, da Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul) e da própria empresa. No entanto, conforme constatou o prefeito, o ritmo dos serviços está muito longe do esperado e a situação das ruas continua inalterada, principalmente da Cyríaco de Toledo, uma das mais graves.
A luta da Prefeitura para que a Sanesul entregue as vias que receberam o esgoto em plenas condições de tráfego remonta a 2009, quando começou a reprovar os serviços de recuperação realizados pelas empresas terceirizadas. De acordo com o secretário municipal de Infraestrutura, Habitação e Serviços Urbanos, Ricardo Campos Ametlla, como as ruas têm ficado muito tempo abertas, expostas à chuva e ao trânsito pesado, os buracos abertos apenas para a tubulação têm tomado toda a rua. "Mesmo quando a pavimentação é realizada, o material utilizado é de péssima qualidade e, em poucos dias, as ruas já estão danificadas novamente", observou.