‘Sou malando, sou carioca, sou Corumbá, sou Rio de Janeiro'. A Mocidade Independente da Nova Corumbá abriu o desfile do grupo principal das Escolas de Samba do Carnaval de Corumbá, na noite desta segunda-feira (07) e fez um voo da Mata Atlântico, no Rio de Janeiro, ao Pantanal, em Corumbá, para mostrar as particularidades que corumbaenses e cariocas têm em comum. Campeã do grupo de acesso em 2010, a agremiação fez uma apresentação dando mostras que, algora, quer o título do grupo especial. Procurou apoio do público, distribuindo bandeirinhas da agremiação e cópias da letra do samba.
Fundada em 22 de junho de 1999 por Fernanda Vanucci, a vede, vermelho e branco e presidida hoje por João Pedro Cavassa. Seu samba enredo é de autoria de Marcos César e Sandro Nemir, interpretado por Tinga da Vila Izabel, Marcos César e Elton. O tema foi uma homenagem ao Rio de Janeiro que o carnavalesco Aleksander Vieira Batista buscou seguir à risca. A escola desfilou com cerca de 1.200 componentes, divididos em 15 alas, além de oito carros alegóricos, um deles parte integrante da comissão de frente, e o abre alas.
Em seu desfile a Mocidade procurou mostrar personagens, festas populares e cartões postais do Rio de Janeiro; os malandros cariocas, dignos da riqueza cultural afro-descendente aliada a uma elegância natural, o conhecido negro sambista, de bem com a vida; o personagem Zé Carioca, produzido pelos estúdios da Disney em 1943. A figulara emblemática do carioca que ganhou o mundo entre as décadas de 20 e 40, período em que Corumbá era detentor do maior porto fluvial brasileiro.
Fez uma referência à presença do Marinha do Brasil e, por isso mesmo, um constante contato com o Rio de Janeiro, tornando Corumbá a cidade mais carioca da região. As belezas naturais também esteve presente no enredo da Mocidade. As semelhanças ficam por conta das localizações do Rio, entre a Mata Atlântica e o Atlântico, rodeada por morros, e Corumbá, entre a região de morraria e à frente, a maior planície alagãvel do mundo, o Pantanal.
Carnaval
Como não poderia deixar de ser, toda esta aproximação fez com que Corumbá se tornasse conhecido como detentor do melhor carnaval do da região Centro-Oeste Brasileiro. E foram justamente os marinheiros que a escola homenageou logo na comissão de frente, integrada por 12 componentes fantasiados de Marinheiros na dança das águas, coreografada por Ana Paula Honório. Foi seguido do carro alegórico que representou o coreto da Praça da Independência. Atrás, o carro abre alas representando a Lapa, berço da boemia cacrioca.
A mocidade procurou retratar em sua apresentação o amor; a boemia; o mar; o teatro de revista; a malandragem intepretada pela sua bateria com 160 ritmistas, tendo à frente a rainha Patrícia Chelida; o carnaval de rua com Pierrôs e Colombinas; os bailes no teatro municipal do Rio; o sol de Ipanema; Copacabana; Corumbá; o reveillon; calçadão, mar e iemanjá; Jardim Botânico; Maracanã; São Sebastião; a Marinha e o navio Parnaíba.