Marinha homenageia seu ícone pantaneiro, o tenente Maximiano

Cerimônia no Comando do 6º Distrito Naval marcou, nesta terça-feira (22), o 118º aniversário de nascimento do Tenente Maximiano José dos Santos, considerado um ícone da Marinha do Brasil no Pantanal. Falecido em 25 de abril de 2006, aos 113 anos, o pernambucano de nascimento, mas pantaneiro de coração, foi lembrado durante um ato ecumênico no Hotel de Trânsito do Distrito Naval, dirigido pelo Capitão-Tenente Paulo Roberto Moliterno da Costa, Capelão Naval.

O evento foi presidido pelo comandante do 6º Distrito Naval, Contra-Almirante Domingos Sávio de Almeida Nogueira, e foi prestigiado pelos prefeitos Ruiter Cunha de Oliveira (PT), de Corumbá, e José Antônio Assad e Faria (PT), de Ladário; pelo presidente da Sociedade dos Amigos da Marinha (Soamar) Ladário-Corumbá, o médico Nilton Grey Otto Lins; vereadores das duas cidades pantaneiras, além de autoridades civis e militares, bem como parentes do Tenente Maximiano e integrantes do Comando da Flotilha de Mato Grosso.

Maximiano José dos Santos foi lembrado pelo prefeito Ruiter como uma "pessoa dedicada, abnegada" e que tinha "muito amor à Pátria". Para o chefe do executivo, o tenente "é um exemplo para os jovens corumbaenses e ladarenses". O comandante Domingos Sávio destacou que a homenagem representa início de uma tradição no Comando do Distrito de Ladário. "Hoje ganhamos uma emissora de rádio e temos também um herói", destacou, lembrando parte da leitura da Ordem do Dia, assinada pelo comandante da Flotilha de Mato Grosso, Capitão-de-Mar-e-Guerra Wagner da Costa Freitas, que citou "parte da sua vida, mostrando o quanto heróico foi esse homem. Precisamos de heróis e precisávamos fazer este homenagem".

Domingos Sávio recordou-se que o Tenente Maximiano marcou sua passagem pela Marinha do Brasil e um dos reconhecimentos foi batizar o Navio de Assistência Hospitalar de "Tenente Maximiano". O comandante, ao lado do filho de Maximiano José dos Santos, Platão Capurro dos Santos, 80 anos, homenageou o tenente com aposição floral ao lado de uma imagem do herói pantaneiro. Emocionado, Platão lembrou que "a Marinha evitou que meu pai fosse cangaceiro. Ele teve uma carreira militar espetacular, um nordestino que chegou aqui e se empolgou com o Pantanal. Eu tenho um pai herói", concluiu.

Trajetória

A carreira de Maximiano foi marcada pela sua participação na 1ª Guerra Mundial, a bordo do Encouraçado "São Paulo"; e na 2ª Guerra Mundial, a bordo do Monitor "Parnaíba". Em março de 1944, recebeu elogio, juntamente com o Capitão Norton Demaria Boiteaux, com registro no livro de bordo, pela decisão e coragem com que ambos entraram na praça de caldeiras do Monitor "Parnaíba", para apagar um incêndio, quando o navio navegava em alto-mar, escoltando navios mercantes que se incorporavam a um comboio.

Em 1946 foi transferido para a reserva remunerada no posto de Primeiro-Tenente, após 36 anos e 08 meses de serviço ativo, tendo fixado sua residência em Ladário. "Tudo que sei e tudo que sou, devo à Marinha. A Marinha de Guerra do Brasil foi minha segunda mãe. Deixei-a, olhando para trás. E se ainda hoje a Marinha me chamasse, voltaria com muito orgulho e recomeçaria tudo outra vez", dizia Maximiano em vida.

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