Corumbá está com um índice de infestação predial do mosquito transmissor da dengue de 2,2%, considerado de médio risco. Foi o que apontou o Levantamento de Índice Rápido de Infestação de Aedes aegypti (LIRAa) realizado na região urbana nos dias 4 e 5 deste mês. Foi o primeiro ciclo biológico do ano, que já está com 145 casos notificados da doença. Os números levantados causaram grande preocupação do setor de saúde pública da Prefeitura Municipal em relação ao bairro Aeroporto, região que está com uma incidência de 7,06%, o mais alto da cidade.
O levantamento fez a Secretaria Municipal de Saúde manter-se em alerta contra a doença, já planejando ações para combater a infestação do Aedes aegypti nas regiões consideradas mais preocupantes. Além do bairro Aeroporto, outras localidades também apresentaram incidência considerada alta como o Maria Leite, com 5,33; Popular Velha, com 3,64; Guatós, com 2,99; Cristo Redentor, com 2,7; região central 1(da Rua Edu Rocha até a Rua Antonio Maria Coelho), com 2,5; Nova Corumbá, com 1,72; região central 2 (da Antônio Maria Coelho até a rua Albuquerque), com 1,71; Universitário, com 1,61, e bairro Dom Bosco, com 1,16%. São índices acima do aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de até 1%.
A boa notícia, conforme a bióloga Grace Bastos, do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), é que houve uma queda sensível no índice de infestação nos depósitos de água ao nível de solo, os reservatórios. Nos levantamentos anteriores, eles se destacavam como principais vilões, com incidência acima de 70%, e neste primeiro ciclo ficaram com 40%. "Apesar da redução, estamos preocupados, pois houve aumento sensível em outros depósitos, como nos vasos e pratos com plantas, bebedouros de animais e outros, com 18,75%, idêntico aos depósitos fixos (calhas, lages, sanitários em desuso e outros), e lixo e outros resíduos sólidos, que ficaram com 15,63%", ressaltou.
Ela lembra que em todos esses depósitos o aumento foi significativo em relação ao último levantamento. "O que mais preocupa é que nos depósitos móvel e fixo, a eliminação dos focos depende apenas do próprio morador. É preciso que ele mesmo elimine esses focos que estão dentro do domicílio. Além disso, deve evitar jogar lixo em terreno baldio, responsável direto pelo aumento da incidência nestes locais", disse. Os bairros levantados pelo LIRAa apresentaram índice zero de infestação predial do mosquito, que são Arthur Marinho, Cervejaria, Generoso, Beira Rio, Industrial, Previsul, Centro América, Guarani, Jardim dos Estados e Popular Nova.
Queda
Outro fator positivo detectado neste primeiro LIRAa de 2011 foi a redução da incidência em relação ao primeiro ciclo de 2010. Na ocasião, o índice foi de 3,1%. Para a médica veterinária Viviane Ametlla, da Secretaria de Saúde, isto se deve ao trabalho realizado pela Prefeitura durante todo o ano. As ações realizadas em parceria com o Exército, Marinha, Polícia Ambiental, Embrapa Pantanal, Comitê Municipal no Combate a Dengue, ANVISA, Conselho Municipal do Meio Ambiente, PrevFogo, Corpo de Bombeiros, Sanesul, Unipav, Votorantim, Agesa, Andorinha cargas, Conselho Municipal de Saúde, Ministério Público Federal, entre outros, foram fundamentais para esta redução.
Viviane informa que, a partir da realização de mega operações, com limpeza de imóveis vazios e terrenos baldios, foi possível eliminar focos de proliferação do mosquito. Conforme ela, as ações terão continuidade e de forma intensa. A meta é reduzir o índice atual, para livrar Corumbá de um risco de epidemia da dengue. Mas ela destaca que, para isto, é necessária a participação mais ativa da população, que deve fazer o dever de casa, mantendo a limpeza e eliminando possíveis criadouros do mosquito.