Com uma dívida levantada de aproximadamente R$ 12 milhões com fornecedores, impostos, processos trabalhistas, empréstimos e ações judiciais, a Santa Casa de Corumbá, administrada hoje por uma junta interventora, vive uma nova realidade. Em oito meses, as mudanças para melhor foram significativas e uma das principais delas, foi a recuperação da credibilidade junto ao comércio local, bem como com instituições que se afastaram no passado e, hoje, estão de volta, participando mais ativamente do novo processo desencadeado em maio de 2010.
A avaliação positiva foi feita durante uma reunião no final da tarde de ontem (03) entre integrantes da Junta Administrativa e do corpo clínico da instituição de saúde, representados pelos médicos Marco Antônio Duarte Cazzolato, diretor clínico da Santa Casa; Antônio Carlos de Carvalho, chefe do Centro de Tratamento Intensivo, e por Manoel da Costa Oliveira, diretor técnico, além de integrantes da equipe técnica.
O encontro foi dirigido pelo presidente da Junta, Lamartine de Figueiredo Costa, e teve participação do secretário de Saúde, Lauther Serra; do conselheiro Eduardo Lasmar Pacheco, do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul (CRM/MS) e presidente da Associação Médica de Corumbá, integrantes do grupo nomeado em maio de 2010 pelo prefeito Ruiter Cunha de Oliveira (PT), em cumprimento a um acordo judicial assinado pelo chefe do executivo corumbaense, pelo prefeito de Ladário, José Antônio de Assad e Faria (PT), e pelo então promotor de Justiça da Cidadania de Corumbá, Ricardo de Melo Alves.
"No levantamento realizado pelos integrantes da Junta Administrativa e por uma auditoria contratada, foram detectados inúmeros problemas que, na medida do possível, estão sendo resolvidos", comentou Lamartine. Conforme ele, a primeira tomada pela atual administração do hospital foi no Setor de Esterilização, hoje totalmente remodelado, atendendo as normais exigidas pela Vigilância Sanitária, um investimento de R$ 17 mil.
Lamartine comenta que, hoje, o hospital vive um novo momento, bem diferente da situação encontrada oito meses atrás. Uma das principais conquista, foi a recuperação da credibilidade junto à sociedade de uma forma geral. "Recuperamos o crédito junto ao comércio local e, além disso, estamos recebendo apoio de inúmeras instituições, tudo graças ao trabalho que está sendo desenvolvido por todos. Para se ter uma idéia, um estabelecimento de ensino de Corumbá, particular, está nos auxiliando, doando aparelhos de ar condicionado", confidenciou o presidente da Junta, para lembrar o apoio da Marinha do Brasil que, recentemente doou 2.230 peças de roupas que estão sendo utilizadas no cotidiano hospitalar, além de disponibilizar outros tipos de apoio.
Trabalho continua
O médico Antônio Carlos de Carvalho, chefe do CTI, é taxativo ao falar sobre as conquistas. "Mudou bastante, para melhor. Ainda há o que fazer, mas onde estava não tinha mais como piorar", comenta, para lembrar que, hoje, o CTI não enfrenta mais dificuldades como falta de medicamentos e está dotado de modernos aparelhos, entre eles, o Gasômetro. "Temos que melhorar mais ainda, não há comparação com antigamente", diz, lembrando o passando quando se era obrigado a "ver que tinha na farmácia para adequar o paciente". Por tudo o que está sendo feito, ele acredita no trabalho, apóia e se diz confiante.
O diretor clínico Marco Antônio se mostra otimista. Ele também destaca a credibilidade da instituição hoje, no comércio local e junto a instituições. Internamente, as melhorias são visíveis. Destaca a recuperação e adequação do Centro Cirúrgico. "O que vislumbramos de melhorias desde que a Junta Administrativa assumiu é incontestável. Buscávamos isto com a antiga administração desde 2003, sempre sem sucesso", acentuou.