Pai de três filhos, José Manoel, 40 anos, trava desde sua adolescência uma luta diária contra o alcoolismo. “No ano passado cheguei no fundo do poço. Antes já tinha passado pela Aclaud (Associação Corumbaense e Ladarense de Assistência aos Usuários de Drogas). Foi bom, mas tempos depois tive uma recaída após um desentendimento familiar. Passei por momentos terríveis. Chegou um momento em que vi que não era isso o que queria para minha vida”, contou o ladarense. Sóbrio há oito meses, Manoel tenta retomar uma rotina normal e a confiança de sua família.
Está é apenas uma das muitas histórias que o Centro de Atendimento Psicossocial – álcool e drogas (CAPS ad) tem ajudado a dar um final feliz. Criado pelo prefeito Ruiter Cunha de Oliveira (PT) em 2008, o centro completou nesta quinta-feira (4) dois anos de luta contra a dependência do álcool e das drogas. Neste período, 542 pacientes já foram cadastrados pelo CAPS ad. Casos como o de José são tratados por profissionais especializados, que, por muitas vezes, funcionam bem mais que funcionários públicos.
“É por isso que eu venho aqui. Estou lutando para reconstruir minha família”, afirmou José Manoel. Embora o objetivo seja o mesmo, o caminho é diferente para cada uma das pessoas que buscam o apoio da instituição. Com 43 anos, Paulo Silva foi um dos primeiros pacientes do centro. Apesar do longo período de abstinência, ele ainda hoje frenquenta o local. “Até meus documentos pessoais eu consegui por aqui. Todo mundo aqui é muito especial para mim. São como minha segunda família”, contou.
“Todos que nos procuram passam por um atendimento clínico. Em seguida é feita uma triagem na qual eles passam pelo psicólogo, assistente social e terapeuta ocupacional. Depois deste processo é definido o melhor tipo de tratamento, que pode ser intensivo, semi-intensivo ou não intensivo”, explicou a coordenadora do Grupo de Apoio a Etilistas, Liliane Pinho de Almeida.
Embora o centro ofereça toda a estrutura material e humana para ajudar o dependente, um outro fator é decisivo para a superação do vício. “A pessoa tem que querer o tratamento. Ela precisa mostrar muita força de vontade e muita persistência para mudar sua vida. Não é um caminho fácil. Por isso o apoio da família colabora bastante com o tratamento”, explicou Liliane.
A psicóloga e coordenadora do CAPS ad, Sílvia Freire, destacou também o apoio dos parceiros que o centro conquistou neste curto período de existência. “Temos uma parceria muito importante com o Poder Judiciário. Em alguns casos, alguns pacientes conseguem até a conversão da pena do regime semi-aberto para o tratamento”, comentou. Todo o processo é comunicado regularmente ao Fórum.
A Fundação Ueze Zahran também apoia o trabalho da instituição. “Duas vezes por ano, eles disponibilizam vagas nos cursos de informática”, disse. Esta capacitação permite ao paciente voltar para o mercado de trabalho. “Temos bons exemplos de pessoas que estão trabalhando e conquistando uma vida diferente”, continuou Silvia. O Alcoólicos Anônimos (AA) é parceiro do centro.
Para comemorar os dois anos de criação do CAPS ad, uma festa reuniu os profissionais, pacientes, o prefeito Ruiter Cunha de Oliveira (PT), o deputado estadual Paulo Duarte (PT), o secretário de Ações Sociais, Lamartine de Figueiredo Costa e o secretário executivo de Saúde, Lauther da Silva Serra.
Rodrigo Nascimento – Subsecretaria de Comunicação Institucional